E de todas as pessoas do mundo, eu quis você, porque a sua loucura é um pouco parecida com a minha. Mas agora não mais.
Eu não quero mais você.
Eu não quero mais você, mas é o seu cheiro que eu procuro inconscientemente quando vou comprar o meu perfume (o seu cheiro virou o meu favorito).
Eu não quero mais você, mas é impossível não lembrar de você quando o chuveiro quente embaça o vidro do banheiro e eu me lembro que costumava escrever o seu nome ali.
Eu não quero mais você, mas eu não consigo esquecer da sensação que era quando minha bochecha começava a doer de tanto rir das suas histórias de viagens ao redor do mundo.
Eu não quero mais você, mas é difícil não lembrar do quão confortável era ter sua mão na minha nos dias frios - e nos quentes também - e sentir seus dedos acariciando a minha pele.
Eu não quero mais você, mas ainda procuro vestígios de você em todos os lugares que eu vou, onde, de alguma forma, cada metro quadrado me lembra você de alguma forma.
Eu não quero mais você, mas eu me lembro vividamente da sensação que me causava os seus dedos acariciando as minhas costas e sua mão traçando um caminho desde meus braços até minha perna. Eu me lembro de cada arrepio causado.
Eu não quero mais você porque você estragou a minha música favorita. Eu não quero mais você porque eu te amei da forma mais intensa que se pode amar alguém, com todo meu coração e alma, e não recebi nenhuma artéria qualquer de volta. Eu me dediquei a você. Deixei de ser barco e passei a ser porto, simplesmente pra você ancorar em mim. E nem isso você foi capaz de fazer. Eu não quero mais você porque eu ainda lembro da dor que foi te deixar ir, e eu não acho que consigo suportar isso novamente. Eu te amei demais. E acho que esse foi o nosso maior problema: era amor demais, sentimento demais, saudade demais. Eu me entregava demais, quando você nem ao menos estava aqui.
É por isso que eu não quero mais você. Porque eu entendi que deixar ir também é ato de amor.
