2 Mundos

4 - Sonho, Ilusão ou Realidade

No outro mundo, Anastácia aprende mais com a rotina dos elfos, que são muitos para uma tribo tão pequena. Nesse dia tão magnífico, Suzy aproveita para levar a amiga para conhecer os bosques da região.

– Se você visse a natureza daqui, você não acreditaria, pois se já está surpresa dessa maneira, imagina conhecendo melhor esse mundo. Exclama Suzy.

– Eu realmente imagino que mais surpresas virão. Confesso que quando isso acabar, se acabar, eu irei escrever sobre o que vi aqui. Ressalta Anastácia.

Suzy continua – Anastácia, não vejo a hora de chegar aos bosques e principalmente te apresentar a meu amigo Edmundo.

A felicidade de Anastácia ressalta em seu rosto, um largo sorriso sai de sua face, o medo que assolava sua alma na noite anterior, se transforma em alegria. Após algum tempo de caminhada, Suzy revela os bosques à amiga, que fica sem palavras. Anastácia simplesmente corre em direção às flores e relvas ao seu redor, a jovem volta à sua infância e repetidamente diz que irá escrever sobre tudo aquilo. Animais estranhos saem das sombras de árvores e pedras, seres jamais vistos antes por um ser humano, pelo menos é o que ela imaginava naquele momento. Uma explosão de sentimentos, de viver algo que não existia em seu mundo anterior, somente em suas fantasias, mas nada comparado àquilo.

Bem distante dali, uma mulher aparentemente jovem observa Bright Falls de uma janela de sua enorme torre. Amargurada e estranhamente agitada, ela percebe que esse reino não é mais o mesmo, que algo há de estranho em Bright Falls, algo de muito bom e que vai contra aos seus planos malignos. A moça rapidamente dá uma volta, revelando sua face, uma pele extremamente branca, com um cabelo negro longo e liso, ela então grita por Mauricius, minutos depois o imponente minotauro aparece em sua frente.

Mauricius pergunta para a mulher – Diga senhora, o que você precisa? Farei o mais breve possível.

– Querido Mauricius, já lhe disse para me chamar apenas de Sam. Ressalta a mulher, revelando-se ser a bruxa de Bright Falls.

Sam continua – Preciso que você investigue se há algo novo no reino. Pressinto que há uma humana aqui e você sabe que isso pode acabar comigo.

Mauricius concorda e rapidamente sai para atender sua amada.

A noite mais uma vez vem chegando, Suzy e Anastácia ainda estão nos arredores dos bosques.

Suzy então chama Anastácia para voltar à tribo – Anastácia, é perigoso ficar a noite vagando pelo reino, precisamos ir embora logo.

– Perfeito Suzy, mesmo com essa lua magnífica surgindo, eu prefiro ficar num casebre olhando para as palhas e cipós ao invés de correr perigo aqui. Declara Anastácia.

No caminho para a tribo dos elfos, Suzy lembra que precisa falar com Edmundo.

– Ah! Lembrei que preciso falar com Edmundo, preciso falar de você e discutir táticas contra os minotauros.

Anastácia preocupada diz – Gostaria que me acompanhasse, sei que você me explicou o caminho para sua tribo, mas temo esses minotauros.

Suzy acalma a amiga e diz – Não, eles não atacarão por agora. Eles estão na torre de Sam. Vá, mas apenas seja rápida. Amanhã cedo te apresentarei Edmundo.

Anastácia concorda e as duas se separam.

Após algum tempo caminhando sozinha... Ainda não acredito no que vi, de todas as minhas fantasias e estórias, essa é a maior e mais real. Será que sairei daqui? Ou melhor, será que acordarei desse sonho? A Suzy é tão familiar, parece que a conheço há anos. Enfim, eu preciso continuar, eu ainda não conheci o lado ruim daqui, confesso estar com muito medo e frio e... Meu Deus, que sons foram esses? Parecem trotadas de cavalo, preciso correr.

O temor sobe pela espinha de Anastácia, sem hesitar, a jovem corre em direção à tribo dos elfos. Sua respiração é ofegante e o desespero bate em seu coração. Ao longo da luz do luar, Anastácia é surpreendida por um imenso ser metade homem, metade touro, que surge entre galhos e árvores, ela logo imagina ser um minotauro, como Suzy havia dito. O minotauro revela ser o próprio Mauricius, líder dos minotauros. O ser sobrenatural tenta capturar a moça, mas ela consegue se esquivar pela floresta adentro. Uma perseguição se inicia, Anastácia sua friamente, sua pele morena fica pálida e de repente quando não havia mais saída para a jovem, ela ouve um grave som, um uivo de um lobo. Mauricius na mesma hora para de perseguir Anastácia e se vira em direção ao som. Sem mais esperar, um grande lobo aparece rapidamente e ataca Mauricius, aproveitando que o minotauro ficara abatido, o lobo pega Anastácia e a leva para um lugar aberto, deixando-a próxima a um imenso lago. Sem conseguir ver seu rosto, a bela o agradece e aquele ser que mais parece imortal sai correndo pela mata adentro.

Confusa, amedrontada e confiante em achar os elfos, Anastácia caminha em direção à claridade do outro lado do lago... O que foi aquilo? Será Chris, o lobo que Suzy falou? Preciso encontrar Suzy, preciso ir embora, provavelmente aquelas luzes a minha frente e as cantorias que vem de lá, são dos elfos.

Algum tempo depois, Anastácia consegue chegar até a tribo dos elfos, lá ela é acolhida por todos, mas desesperadamente as criaturas de orelhas pontudas questionam a jovem sobre a demora dela, de maneira confusa os elfos perguntam sobre tudo, mas é Suzy quem chega até Anastácia e faz seus questionamentos à amiga.

– Anastácia, por onde esteve? Procurei você pelos arredores da nossa tribo, convoquei alguns animais da mata para me ajudar.

Anastácia calmamente responde – Eu segui a trilha corretamente, mas fui atacada por Mauricius e...

Antes que a bela continuasse, todos os elfos arregalam os olhos ao ouvir o nome do poderoso minotauro e começam a gritar. Suzy grita por silêncio e pede à Anastácia que continue.

Anastácia continua – Então, eu fui salva por um grande lobo, ele atacou Mauricius e depois me levou para o lago que fica perto daqui.

Suzy com uma expressão nada convincente diz – Estranho isso ocorrer, pois Chris é subordinado de Sam devido estar enfeitiçado.

– Não sei, eu quase morri, eu quero sair daqui. Eu não posso ajudar vocês e além do mais, esse minotauro Mauricius, ele também me é familiar. Diz Anastácia desesperada.

Suzy consola a garota – Sei que não é fácil, mascontamos com você, porém agora vamos nos recolher, precisamos descansar para levantarmoscedo amanhã e caminharmos pelo vale para encontrar Edmundo, ele tem um planopara nós, e você querida precisa conhecê-lo.