Capítulo 4

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- Feliz aniversário, minha linda.

Dracula retirou pequenos cachos que insistiam em cair sobre a face delicada de sua amada. Estavam deitados na colina, sob o luar de uma sexta-feira treze que acabara de chegar com o soar do sino da meia noite.

- Draco, isso não é justo - sentou-se um tanto enfezada e cruzou os braços como uma criança mimada.

- O quê?

- Estou a envelhecer cada dia mais. Daqui a pouco estarei parecendo um maracujá murcho, enquanto o conde continua belo e conservado no auge de seus 176 anos.

O conde sentou-se igualmente a sua esposa e sorriu descontraído. Era tão feliz ao lado da doce Mary, que sorrisos tornaram-se demasiadamente comuns em sua vida. Admirou a beleza da morena que roubara seu coração morto, estava tão perdidamente apaixonado, que rugas não pareciam ameaça. Amaria aquela mulher de qualquer forma.

- Humanos envelhecem, é a lei da vida, não podemos muda-la.

- Você pode, Draco - cruzou as pernas como um indio e olhou para o amado com encanto - Quero ser como você, sentir o que sente e viver eternamente ao seu lado.

- Tem certeza?

- Absoluta.

- Vamos então fazer um combinado, quando completar a mesma idade que eu tinha quando fui transformando, eu a morderei. Tudo bem?

- Parece justo, mas faltam cinco anos.

- Não me importo, os dias ao seu lado passam tão depressa que mal consigo dar conta. Cinco anos serão como cinco dias, nem veremos passar.

- Eu te amo tanto, Draco.

- Eu também te amo, minha linda - envolveu a face de Mary com as duas mãos grandes e masculas.

Beijaram-se no brilho da noite e ao som de uivos melódicos dos lobos que pareciam abençoar aquele amor. Dracula e Mary viveriam para sempre, durante toda a esternidade. Enquanto, ao redor do mundo seu romance seria narrado de forma a assustar criancinhas.

"O Conde Dracula e a Bloody Mary"

Fim.

O ROMANCE DO DRÁCULAOnde histórias criam vida. Descubra agora