Capítulo 1

2 0 0
                                    

O tempo...

Lento e rápido
Quieto e barulhento
Justo e injusto

Indescritível.
Nas folhas caindo naquela tarde pacífica de outono eu percebi. Percebi meu lugar na cadeia alimentar universal. Na verdade, não o meu lugar, mas sim, o de quem estava no topo dela. Não importava o quanto eu tentasse discordar de tal ideia, a verdade sempre acabava me assombrando.
O tempo seria o consumidor dos consumidores, o rei da selva, o juiz "infiel".
Ele estaria no topo...
... para sempre.

...................................................................

No entanto, posso dizer a vocês, meus caros leitores, que nem sempre pensei dessa forma...
... Na verdade, posso dizer a vocês que há 18 anos, nem sabia como contar o tempo:

" - Marybell Olivernett! Para dentro agora! Se continuar debaixo dessa árvore vai pegar um resfriado!- disse mamãe.
- Mas mamãe...
- Sem mais nem menos Mary! Pelo amor de Deus, menina! Estamos no outono! Então trate de ver as folhas caindo na Primavera, sem assim, ficar resfriada!
- Mas mamãe, na primavera as folhas nascem, não caem!
- Calada! Agora vá para dentro se lavar. são quase 7 horas.
-Sim mamãe.

Entrei dentro de nossa casa, o cheiro de torresmo e polenta preencheu minhas narinas. Com felicidade fui me lavar.
....................
no aconchego de minha cama, depois do maravilhoso jantar de mamãe, ouvi aquilo que meus pais chamavam de horas, passarem.
Os tic tac's do relógio de carvalho da sala preenchiam o escuro silencioso, onde, um pouco mais cedo, também havia o maravilhoso barulho da lareira crepitando e de uma cantiga qualquer cantarolada por mamãe.
Com o badalar das 10 horas dormi.
Eu com certeza não sabia o significado de tudo aquilo."
Por enquanto...

BarroOnde histórias criam vida. Descubra agora