Cap.7 - Kent

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Espreguicei em minha cama enquanto abria os olhos preguiçosamente. Por toda a maquiagem do mundo, eu nunca mais iria passar a madruga assistindo a maratona de Beijos Calientes -  uma novela mexicana que passava em um canal qualquer. Desde que eu e Suzy nos flagramos assistindo a novela uma semana seguida com Gesse - mãe de Suzy - decidimos assistir todos capítulos juntos, mas então Suzy conheceu Jason. E agora Luís Alberto voltou e eu não tenho para quem dizer.

Pego meu celular em cima da poltrona e olho a hora. 5:30h da manhã. Hum. Será que Clark que está dormindo? Aquele abençoado me irritou hoje, e meu Deus, como eu ri depois. Foi totalmente ridículo. E sem falar nos comentários que todos fizeram. Comentários mordazes e maldosos, e eu ainda tinha que aguentar aqueles projetos de mulheres falando de Clark; de como ele era lindo, gostoso, e etc. Nada que eu já não sabia. Não. Eu não quis dizer isso. Você não pensou isso, Kent! E porque eu estou discutindo comigo mesmo? Deus.

Digito rapidamente uma mensagem para Clark.

Kent: Cara mais chato do mundo?

Sem resposta.

Kent: Clark

Kent: Clark

Kent: Clark

Kent: Claaaaaark

Kent: ACORDA COISA RUIM

Depois de inúmeras tentativas falhadas cliquei em chamar. Tocou cinco vezes antes de ele atender com uma voz sonolenta.

- Quem diabos...

- Luís Alberto está de volta. - sussurrei olhando para o teto.

- O quê?

- Luís Alberto. - digo lentamente. - está de volta.

- Ah, certo. - resmunga. - E eu com isso?

Bufo. Porque eu ao menos pensei que poderia ter uma conversa civilizada com um animal?

- Eu não sei porque te liguei. - murmuro chateado, tentando não deixar isso transparecer em minha voz.

- Porque gosta de mim? - ele propõe ironicamente.

Reviro os olhos.

- Eu realmente não sei porque te liguei. Tenha uma péssima noite, Clark.

- Mas já é de manhã...

Antes de ele terminar eu já tinha desligado. Girei na cama e olhei para minha janela. Talvez eu devesse levantar e preparar o café. Não, ainda é muito cedo.
Mais antes cedo do que nunca, não é? Bom. Tenho quase certeza de que o ditado não é assim mas...

Pulo para fora do colchão vestindo nada mais que meu pijama de dormir e caminho pelo corredor escuro até a sala. A sala está completamente banhada na escuridão com excessão da pouca claridade que vem da janela.
Caminho com cuidado entre as tralhas de Clark mas acabo tropeçando em uma flauta. Deus, uma flauta! Chuto o objeto com força e no mesmo instante me arrependo pois a flauta quebra ao meio ao seu chocar contra um vaso, que por acidente caí no chão e se estilhaça em vários pedaços. Arregalo o olhos quando escuto um barulho vindo do corredor.

- Kent? - Clark murmura esfregando os olhos. Me escondo atrás do balcão achando aquela situação ridícula demais para ser verdade. - Kent...? Eu estou te vendo. Por que não saí de trás do balcão, 007?

Fecho meus olhos com força. Maldito.

- Eu deixei cair um... brinco. - toco minha orelha e então lembro que nem ao menos são furadas. Só idéia de usar agulhas me apavora.

Sugar (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora