Cap.1 - Kent

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Para todos aqueles que nunca deixaram de brilhar. Existe uma luz própria em você, e se ainda não a encontrou, sugiro que o faça.




Eu não podia acreditar que Thommy estava me dizendo aquilo! Ele estava berrando para mim deixar de ser quem sou? Santa Deusas das unhas postiças, eu sou eu! E ele têm que me amar do jeito que eu sou.

- Eu não posso mais sair com os meus amigos com você por perto! - ele retruca, fazendo gestos com as mãos. Eu odeio quando ele faz isso. E ele sabe.

- Está dizendo que têm vergonha de mim? É isso?

- Não, Kent! - grita, aparentemente frustrado. - É que mais é menos, entende? E você é menos!

- Oque? - bufo, do que diabos ele está falando? - não, eu não entendo.

- Meu Deus, Kent! Você têm que parar de ser isso!

OH? Isso? Ele está mesmo se referindo a mim? Eu, deuso fabuloso de tamanha graça?

Estamos brigando a mais de meia hora por causa de uma roupa! Qual o problema em eu vestir blusa pink numa festa de aniversário? Ia super combinar com a decoração. Mas ao invés do meu namorado me apoiar, ele me mandou tirar aquela roupa pois estava com vergonha de aparecer comigo!

- Pois então, você vai ficar sem isso! - exclamo, virando de costas.

Espero que ele venha atrás de mim finalmente como um bom namorado, mas não, ele resolveu mudar o jogo, começando por uma frase.

- Que se dane!

Oh? Que. Se. Dane? Ele estava afim de violência gratuita? Pois ele a teria, arranquei meus dois tênis com estampas de bolinhas e taquei em sua direção, apenas um acertou-lhe a cabeça.

- Espero que marque, imbecil! E não me procure mais! - corri para fora de seu apartamento mal me importando por estar descalço, hoje eu iria curtir.

Aquele pedaço de gente não iria acabar com a minha vida, nós já terminamos outras vezes, mas em nenhuma delas ele me disse que sentia vergonha da minha pessoa.

Respire fundo, Kent, um sua fabulosisse se tornará rugas.

Ascenei para um táxi, dando o endereço de uma balada Hip chamada HotKiss, onde eu realmente devia estar para início de conversa. Minha amiga Suzy me chamou mas eu recusei, tratando de fazer do meu EX-namorado a primeira opção. Mas ele me chamou de "isso"! E isso não se faz.

Entrei sem demora, afinal, minha beleza servia para alguma coisa não é? Em parte sim, mas outra coisa que ajudou também é eu ter namorado dono. Assim que pisei os pés na pista de dança vibrante, roubei um copo de bebida de um garçom que passava e o engoli de uma vez.

Primeiro round. Ora de brilhar!

Eu iria esquecer aquele traste de um jeito ou de outro. Eu ia beber todas!

Encontrei Suzy - minha melhor amiga - num ninho de pessoas - homens especificamente -, puxei-a para dançar, e ela me olhou com cara de interrogação, dei de ombros, não querendo explicar a situação naquele momento.

Suzy entendeu minha resposta silenciosa e apartou minha mãos balançando meu corpo conforme a música. Nós começamos a dançar loucamente rindo das pessoas que nos olhavam, não me importei! Gente, quando é que iam entender que eu nasci para brilhar?

Na quinta música eletrônica eu já estava todo suado, mas já havia esquecido de todos os meus pensamentos mais coerentes.

Balancei no ritmo da música com os olhos fechados, vários caras se aproximavam mas quando eles iriam entender que eu não estava afim? Um loiro, alto com um sorriso amarelo se achegou passando a mão pelo cabelo e sorrindo sem parar.

Sugar (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora