! Eu Me Garanto ¡

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× Amélie ×

ACORDEI COM PONTADAS de dor de cabeça incomodáveis que cismavam em querer ser notadas. Com muita dificuldade abri meus olhos, fechando imediatamente quando a luz os agrediu, abri novamente devagar, mas minha visão continuava turva. Fui chamada atenção por uma sombra sentada a poucos centímetros da cama. Pisquei centenas de vezes na tentativa de clarear mais minha visão e finalmente consegui enxergar. Fiquei meio surpresa ao ver quem era o homem que estava sentando, era Dean dormindo. Ele estava com sua cabeça encostada em seu um travesseiro pequeno, seus braços estavam cruzados e sua postura estava meio torta. Olhei em volta e percebi o por que dele estar dormindo em uma cadeira, eu estava me apossando de sua cama, confesso que bateu um sentimento de culpa pelas dores musculares que ele sentirá daqui a algumas horas, mas a pergunta é muito obvia, o que raios eu estava fazendo no quarto do Dean?

Levantei-me devagar para não acordar o Winchester mas logo senti o frio passar sobre minhas canelas, meu corpo se estremeceu ao frio entrar em contato com a minha pele. Pus meus chinelos e peguei o lençol que horas antes estava me protegendo contra o frio e pus em Dean. Ele se virou na cadeira e segurou o lençol pressionando contra seu corpo. Afastei-me tentando fazer o mínimo de barulhos possível, mas chegando perto da porta eu ouvi ele me chamar.

— Amy? – Me virei e olhei para Dean que esfregou seus olhos.

— Desculpe-me se te acordei e por me apoderar da sua cama. – Ele riu se ajeitando na cadeira.

— Não me acordou e a sua cama estava um pouco queimada. Como está seu pulso?

— Meus pulsos...? – Olhei para ambos. A metade dos meus dois pulsos estava coberta por gazes e ataduras. Havia um pouco de sangue nelas. Olhei para Dean não entendendo absolutamente nada – Por que estão assim? – Perguntei, Dean se levantou pondo o lençol em cima de sua cama e vindo até mim.

— Você não se lembra? – Neguei – Você teve um surto ontem Amy. Começou a gritar e a se arranhar... Gritava para que parassem e gritava... Por mim – Foi ai que todas as lembranças começaram a aparecer em minha mente. Os gritos. A escuridão. Eu com olhos pretos e tudo ao meu redor queimando – Você apagou do nada e nos deixou preocupados. Então eu te trouxe para cá enquanto Sam cuidava dos cortes.

— Obrigada – Disse. Olhei para o cabelo de Dean e comecei a rir.

— Do que está rindo?

— O seu cabelo ele está... Está parecendo um ninho de passarinhos. – Disse rindo enquanto Dean passava as mãos pelos seus cabelos.

— Está melhor? – Perguntou Dean.

— Bem... – Ele ergueu as sobrancelhas – Não – Dean riu. Eu me aproximei dele e fiquei na ponta dos pés, tentando ficar na sua altura e ajeitei seu cabelo. Voltei a ficar no meu tamanho normal e olhei para Dean – Assim está melhor – Ele riu. Mas depois ficou sério.

— Amy. Perdoe-me pelo o que eu disse ontem. Eu sei que eu fui um babaca. Mas eu não quis dizer aquilo, ninguém sente pena de você. Eu te acho muito corajosa e determinada. Sei que o que está passando não é fácil. Por favor, me perdoe. – O tom de voz do Dean me pareceu Sincero. Na verdade podia sentir um pouco de culpa. E, além disso, Dean era um... Amigo.

— Está tudo bem. Desculpa por ter te chamado de imbecil. – Ele riu novamente. De repente o quarto todo começou a girar, acabei cambaleando para trás. Mas Dean me segurou antes que eu caísse. Mesmo que o Winchester estivesse me segurando, tudo ainda estava girando. Senti as mãos de Dean pressionarem mais minha cintura, o que realmente me deixou um pouco sem jeito. Porém a tontura era tanta que agarrei uma mão na blusa de Dean e Fechei os olhos, tentando me convencer de que o quarto não estava realmente girando. Abri os olhos novamente e a tontura já havia passado. Os olhos verdes de Dean ainda estavam fixados a mim. Talvez ele já estivesse alarmado caso algo pior acontecesse.

— Você está bem? – Perguntou o loiro com um tom de voz de preocupação. Assenti para Dean e ele ajudou a me reerguer. – É melhor irmos tomarmos café. Você não come faz horas – Ainda estava tentando me acostumar com o novo Dean. Realmente ele parecia estar preocupado comigo... Ou seria apenas eu enferrujada quanto ao meu sensor de falsidade. Mas acima de tudo, Dean parecia preocupado e isso me deixava um pouco alegre, pois pela primeira vez na vida - E outra talvez na morte - estávamos nos dando bem. Não sei quem foi o santo que fez isso ou o feitiço que jogaram nele. Mas estava dando certo. E eu estava contente.

— Sim. Vamos tomar café. Muito café. – Ele revirou os olhos e eu ri de sua atitude. Dean e Sam já estavam completamente cientes devido à minha tara e paixão por café. Uma vez minha tia me dissera que café sem leite faz mal, principalmente para as meninas - Um motivo que para mim foi a minha entrada triunfal para a Cafelândia - A única coisa que sequer fiz foi ignorar por completo seu conselho e ir adiante com o Café.

Saí do quarto sendo escoltada pelo o Winchester mais velho. Em cada passo dado por mim, eu podia ouvir os passos dele logo atrás. Em segundos já estávamos na cozinha. O cheiro maravilhoso do café já preenchia cada canto da cozinha. Logo vi Cas, sentado olhando para o nada. Sua atenção foi desviada para nós quando entramos na cozinha.

— Bom dia Cas – Disse sorrindo para ele. Dean também disse junto a mim.

— Bom dia Amy e Dean – O Anjo também sorriu para mim o que foi uma grande surpresa. Peguei uma xícara de café. Pus um pouco de café e depois açúcar. Sentei-me ao lado de Cas.

— Por que estava aqui sozinho?

— Ora eu estava esperando por vocês. Como você está? – Perguntou Cas.

— Eu estou bem! – Respondi embora eu ainda estivesse um pouco tonta – Onde está Charlie?

— Ela precisou ir a uma... Convenção. Disse que voltaria assim que acabasse. — Respondeu Cas.

— Uma convenção? Tipo Comic Con? – Perguntei e Dean assentiu

— Ela é uma nerd. E uma nerd faz coisas de nerd – Respondeu o Winchester. Ficamos em silencio por minutos o que me desconfortou um pouco.

— Cas. Alguma pista sobre Sammael? – Puxei assunto com Castiel.

— Não. Está tudo calmo... Até demais – O anjo me olhou. Seus olhos que ontem estavam escuro hoje estava um azul quase cinza. Eu realmente "Babava" pelos olhos de Cas. De perto eram realmente lindos e hipnotizantes, me admira do fato dele ser um Anjo.

— Não podemos ficar parados esperando Sammael começar a matança – Tomei o último gole de café e pus a xícara em cima da mesa. Dean encarou-me com as sobrancelhas juntas.

— E o que sugere que façamos? – Perguntou

— Caçar? – Sugeri e ele respirou fundo, como se minha idéia fosse a mais tosca do mundo – Dean. Eu serei praticamente uma Hiroshima sobrenatural quando tentar alcançar o equilíbrio. Eu não quero morrer com a consciência de que aniquilei milhões de pessoas. Então se eu puder salvar alguém agora. De qualquer coisa. Eu ficaria muito feliz.

— Amy e se você não estiver em condições para caçar? – Castiel virou-se para mim e ergueu somente uma sobrancelha..

— Melhor ainda. – Sorri –  Eu não vou morrer até acabar com o cretino do Sammael. E também eu não vou usar meus poderes. Só armas.

— Então está dizendo que se garante? – Sam apareceu do nada na cozinha – Eu estava ouvindo a conversa.

— Sou uma caçadora. Eu me garanto Winchester – Retruquei. Nenhum deles fez menção de me impedir. Sorri vitoriosa e levantei-me – Ótimo. Vou procurar algo caso.

Saí da cozinha e fui para meu quarto tomar um banho. Eu estava de volta. E dessa vez, mais forte.

Amélie (Old Version) · SupernaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora