Amélie (Old Version) · Supernatural

! Assuntos Inacabados ¡ (Penúltimo Capítulo)

Ela ainda me olhava fixamente com seus olhos pretos, sua voz ecoava em minha mente. Minha respiração estava ofegante, e meu olhar também se mantinha fixado nela.

— Eu sei o seu plano — Disse — Eu não vou cair nessa, eu não vou morrer até matar Abbadon. — Ela riu.

— Eu sei, você​ não tem coragem, ainda tem muito a aprender Amélie, estou ansiosa para ser sua professora.

— Eu não ligo pro que você diz. Enquanto eu estiver em sã consciência e você for apenas uma alucinação, eu farei o que eu quiser na hora que tiver vontade.

— Essa sua sã consciência vai matar você, e todos ao seu redor. Você sempre faz isso não é? — Disse ela num tom sarcástico.

— Amélie... Com quem está falando? — Perguntou Dean. — Quer saber? Não me importa, apenas abaixa essa arma. — Faço o que Dean pede abaixo a arma e travo-a. Volto a olhar para onde a alucinação estava e ela havia sumido. Virei e olhei para Dean, que estava parado olhando-me preocupado — Amélie, o que está havendo com você?

— Acho que... Talvez eu esteja tendo alucinações — Respondi.

— Abbadon lhe deu mais sangue não deu? — Assenti sentando-me na cama. Dean respirou fundo e aproximou-se de mim sentando na cama. — O que sente?

— Nada. — Olhei para Dean — Literalmente nada. E isso me assusta. É como se eu não tivesse uma alma.

— Você tem uma... Mas ela está desaparecendo, logo terá ela de volta.

— Como tem tanta certeza? — Perguntei ainda encarando Dean.

— Temos a cura, mataremos Abbadon e depois que você virar definitivamente um Demônio aplicaremos a cura em você. — Respondeu — Não tem como nada dar errado.

— E se der? Quero dizer, e se não conseguirmos matar Abbadon? E se eu ficar pior do que todos imaginam?

— Bem... Arranjaremos outro plano, inventaremos outra coisa.

— Sempre improvisando — Ri olhando para o chão — Dean, posso te fazer uma pergunta? — Voltei a encará-lo e Dean assentiu — Por que seguiu essa vida? — Ele respirou fundo e disse:

— Diferente de você, eu não escolhi ser caçador. — Respondeu — Quando minha mãe morreu, meu pai ficou obcecado por vingança, ele começou a caçar e levou-me quando criança para o mesmo caminho, ele me ensinou a atirar, levou a mim e Sam em algumas caçadas. Ele me ensinou tudo o que eu sei para que quando ele se fosse, soubesse que Sam e eu estaríamos bem. E você sabe com tantos anos a caça vira rotina e um trabalho.

— Nunca pensou em sair dessa vida?

— Pensei... Várias e várias vezes.

— E por que não saiu? — Dean encarou-me e riu.

— Por que não tem como sair disso, por mais que você queira essa vida sempre vai te perseguir. — Respondeu. — Você é uma caçadora, sabe como é... Essa vida que temos leva todos a quem amamos, é sempre assim.

— Não é verdade — Voltei a encarar o chão — Quero dizer, nem todas as histórias são assim. Veja como exemplo a minha todos que eu conheço estão mortos, meus pais, meu irmão, minha tia... Todos, por minha causa...

— Seu irmão não está morto — Dean interrompeu-me — E isso não é verdade, sua tia morreu para te salvar e me salvar, seus pais morreram por causa de um acidente. Nada disso é a sua culpa, Abbadon quer que você pense assim, pois isso alimenta sua sede de vingança. — Fez-se um breve silêncio depois que Dean me interrompeu, eu estava pensando no que poderia falar, queria ter cuidado para não dizer algo errado e gerar uma discussão e isso é a única coisa que não eu quero.