Capítulo 22 - Deusa jamaicana.

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Depois de me apresentar para todas as pessoas, que pareciam infinitas fui falar com a família de Peter. Vi que estava Augusto, Peter, e uma mulher negra que acreditei ser sua mãe, ele ja havia falado, algumas vezes dela se chamava Pietra, se não me engano, e caramba, como ela era linda, auto-estima foi para o núcleo da terra! 

Pietra: Oi, meu nome é Pietra - disse me conduzindo á um abraço apertado, além de linda é cheirosa. Meu Deus eu pareço a Paloma - Você é a Katrina não é? Ouvi dizer muito sobre você. 

Kate: Desculpe perguntar, mas você é jamaicana? - ela riu com o que disse, e pude ver seus dentes perfeitamente alinhados.

Peter: A mãe dela era britânica e o pai jamaicano.

Kate: Não fal... - ser educada Kate, ser educada - Ah sim, entendi, você é muito bonita, quero chegar aos trinta assim, você conseguiu derrubar minha auto-estima em dez segundos - ela sorriu com minha resposta

Pietra: Não seja boba, você é bonita - disse me analisando - Linda, na verdade, ela não esta deslumbrante filho?

Peter: Diria que esta perfeita - disse me olhando bem nos olhos. 

Senti minhas bochechas queimarem, eu simplesmente abaixei a cabeça e sorri para o chão.

Kate: Obrigada - disse sorrindo, tentando controlar minha vontade de te dar um beliscão.

Augusto: Então, vamos falar de negócios? - ele meio que gritou, fazendo eu ficar ainda mais surda, do que ja sou.

Estávamos na mesa jantando, como pessoas cultas que fingem não terem problema algum, bebendo o vinho branco mais caro da cidade. Que glamour!

Xxxx: Peter, que pretende fazer? 

Peter: Bem, estava pensando em fazer contabilidade, é mais fácil para mim - uau quase me interessei. 

Eu não ligava para aquela conversa sem graça, estava focada demais naquela comida maravilhosa, preparada, por no minimo mãos divinas. 

Xxxx: E você Katrina? - lambi meus lábios com gosto de molho de tomate, e olhei para o idoso que tem envolta de 54 anos - Pretende fazer o que?

Kate: Bom provavelmente, não farei nada do que vocês fazem - a mesa inteira me fitou - Direito não me atraí, não é pra mim. Eu não entendi, nada do que vocês estavam falando, durante o jantar, mais um prova que não nasci pra isso. Fazer o que se nasci humanas e não exatas, não é minha gente? - as pessoas me olharam com olhares estreitos - Bom eu gosto de desenhar

Augusto: Desenhar? Então quer ser arquiteta? Ou quem sabe uma engenheira? 

Kate: Na verdade, parece ser bem interessante, mas vou ser Street designer ou quem sabe uma tatuadora, sempre gostei de tatuagem, na verdade coisas que envolvam artes, sou completamente apaixonada - todos me olhavam com um olhar de reprovação, menos Peter.

Augusto: Mas isso que você quer fazer, não lhe dará futuro, e você sabe.

Peter: Pai, essa é a paixão dela, se ela não se interessa por ficar trancada numa sala o dia todo mexendo com papeis aleatórios, quem somos nós para impedir?

Kate: Sinceramente senhor Augusto - disse me levantando - Sem faltar com respeito. Mas não estou interessada em dinheiro, e pouco me importa se meu salario vai ser uma micharia, eu vou estar feliz, fazendo o que eu amo,  e não fazendo algo que detesto e ganhando milhões, não é essa vida que planejo pra mim. E não vou deixar, que ninguém me diga o que fazer e o que não fazer, estou cansada de todos me olharem como a menininha sonhadora, ingenua, que não sabe o que a vida aguarda la fora, dessa ultima parte vocês tem razão, mas eu sei o que eu quero pra mim. É isso, o que eu quero para o resto da minha vida, quero fazer arte, e não defender bandidos e mandar inocentes para a cadeia. Sinceramente, não quero fazer parte disso - todos me olharam incrédulos, provavelmente eu tinha acabado com a festa, mas não me importava muito - Boa noite - disse saindo da sala de jantar, e acabando com todo aquele transtorno. 

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