Caminhava-mos por entre aqueles caminhos escuros, apenas o seguia, ele aparentava saber o caminho e à medida que os nossos pés colidam com o chão e mais avançávamos, mesmo não sabendo o itinerário de regresso á porta de saída, podia jurar que nos estávamos á aproximar, mas lembrando-me do que a Melissa me tinha avisado sobre estar um homem na porta, decido quebrar o silêncio entre mim e o Jamie.
"Sabes que provavelmente está um homem na porta, não sabes?" Pergunto-lhe eu, sem manter contacto com ele.
"É uma hipótese, mas creio que não corresponda á realidade. Não te guies sempre pelo provável." Disse ele com os seus grossos lábios. Ele tudo o que dizia, dizia de uma maneira intensa.
"Portanto apenas segues o teu instinto contra a probabilidade, e arriscas matarmos a ambos? " Questiono-o eu, com uma expressão e tom de indignada.
" Isso seria vendo as coisas de uma forma dramática" Responde-me ele, sempre mantendo a calma dele, como se encontra-se numa situação que enfrenta todos os dias.
"Vamos partir do princípio que eu sou dramática..."Digo mas logo, logo sou interrompida.
"Não és. E se o fores, problema teu." Falou o Jamie, como se me conhecesse e pudesse afirmar como eu sou ou deixo de ser. Estava irritada, com vontade de lhe responder, mas calei-me. Sabia que ele iria responder, e não pretendia continuar este diálogo. Esperava ver corpos no chão, gritos e sangue, mas apenas via sujidade dada á festa e uma calma que me fazia nervosa. Avistei a porta, e fiquei feliz por concluir que ninguém lá se encontrava. Apostava que ia ouvir uma boca do Jamie.
"Como vês a probabilidade perdeu." Diz ele fazendo me ficar certa dos meus pensamentos.
"Vamos sair, ou vais ficar admirar o facto de teres razão?" Pergunto-lhe eu, irritada comigo mesma, e com ele.
"Ambas boas opções, mas estou com fome e cansado portanto vamos embora." Como se fosse o ser mais frio do planeta, disse ele. Nem o quis confrontar, apenas desejava sair daquele sítio. Ao sairmos pude verificar que o silêncio permanecia, e esperava apenas que tudo aquilo tivesse sido um mal entendido.
"Bem, vou andando." Afirmo eu, mas logo me arrependo, lembrando-me que o Peter e a Melissa estavam fora do meu alcance, e que portanto não poderia abandonar o local sem eles, mesmo sendo o mais sensato.
"Afinal não vou, tenho de esperar pelos meus amigos." Corrigi-me eu.
"Com que então há de facto um rapaz...bem acho que deves ir embora, este sítio já deu o que tinha a dar." Disse ele, o que me fez arrepender de não ter dito "amigas" em vez de "amigos" assim pouparia o seu sarcasmo.
"Mesmo que adorasse ir me embora e deitar-me na minha cama e sentir o calor das minhas mantas, não posso abandona-los." Digo-lhe eu com uma expressão calma. Mas fervendo por dentro.
"Eles devem estar bem rapariga, liga-lhes" propõe-me ele, fazendo me lembrar que a Melissa levou o meu telemóvel juntamente com o seu desaparecimento e vontade de encontrar o Peter.
"Não adiantará!" Digo quase gritando, dando por mim em um estado pouco característico meu, mudando então a minha expressão de calma, para uma mais agitada.
"Bem, és teimosa, e fazes o que quiseres. Fica bem" disse ele no que pareceu ser uma despedida. Comecei a pensar se não seria melhor abandonar o local também, afinal de contas ia ficar ali sozinha, e o mais sensato era mesmo ir-me embora, além de que seguindo as minhas teorias da probabilidade o Peter e a Melissa já na faculdade deveriam estar.
"Espera..." Estremeço eu interrompendo o seu andar, até ao que, seguindo outra vez as teorias da probabilidade, deveria ser o carro dele. Ele vira-se, revelando um aspecto físico excelente, pelo qual todas as raparigas se apaixonariam.
"Sim?" Questiona-me ele.
"Bem, vou me embora também" Declaro eu.
"Boleia, é necessário? Sou um bom condutor." oferece-se ele, penso.
"Tendo em conta a minha responsabilidade, e capacidade de gerir dinheiro, já tenho o meu próprio carro" Afirmo eu orgulhosa de mim mesma. "Mas obrigada." Acrescento.
"Como queiras, Adeus Cassie." Agora sim, despede-se ele. Parte mim estava-se questionar porque raio tinha ele chamado-me de Cassie, quando só pessoas próximas o faziam, outra parte apenas dizia que tinha ouvido mal. Não me decidindo dirijo-me para o carro, observando o Jamie e a sombra do seu carro a desvanecerem-se, dado ao seu movimento. xxxx "I'm in love With You and all your little things" Cantarolavam os One Direction pelo rádio do meu carro, agora ligado. Se alguém me observasse andando na estrada, me acharia perdida, mas estou apenas na verdade cansada e com vontade de largar o volante e parar, mas não o faço obviamente. Pensava em tudo, desde o som do piano branco até ao rosto de Jamie, e ao desaparecimento de Melissa e Peter, tentava arranjar uma explicação possível para tantos acontecimentos. Com vontade de rapidamente chegar á faculdade, e resolver tudo carrego no acelerador e graças á estrada estar livre, e com luzes ando a toda a velocidade, sem exceder o excesso.
"Mas que raio...?"- Avistara uma sombra na estrada. Tentei a todo o custo parar o carro, mas parece que ele tinha assumido o seu próprio controle, gritava a todo o custo, enquanto sentia o meu corpo a perder as forças...
"Saia da frente!" -Grito. Uma escuridão imensa se fez. Céu?