Cassandra POV
Chegámos á faculdade e estava tudo normal, estive quase para dizer ao Jamie que ia para o meu quarto, mas depois lembrei-me que agora é o 'nosso' quarto.
"Olha, tomei uma decisão." Afirmo.
"Em relação a quê?" ele pergunta com uma expressão confusa.
"Sobre a carta. Vou abri-la, tenho de saber o que lá está." Digo determinada.
"Fazes bem... queres que esteja presente?" questiona-me ele.
"Acho que qualquer coisa é só chamar-te, já que estás logo ao lado." Digo corando.
"Ah...sim, pois." ele diz.
"Olha vou para o quarto, vens?" pergunto-lhe.
"Vou mais tarde, preciso de tratar de umas coisas..." Revela-me ele.
"Okay, adeus então." Digo dirigindo-me para o quarto.
Até confesso que fico feliz por ele não ter vindo para o quarto, preciso de um tempo sozinha, para ler a carta e preparar as coisas para amanhã, aff, aulas.
Assim que avisto a porta do quarto, corro até ela apreçando-me para entrar.
Aquilo estava um pouco desarrumado, e reparei que as coisas da Melissa já não estavam ali, o que me fez ter uma pontada de frio relembrando-me tudo o que passamos juntas e o que ela agora me fizera.
Graças adeus os quartos estavam divididos, aquilo era um compartimento com uma cozinha e duas portas que ligavam aos quartos em si. Não entendia como é que a faculdade deixou o Jamie ficar aqui, no meu compartimento, visto que, raparigas e rapazes não se devem juntar, mas penso que, devem ter deixado porque não havia mais quartos vazios...
Preparei um sumo de maçã e fui para o meu quarto.
Lá estava ela, como se me chamasse e me dissesse "abre-me!", a carta que eu temia ler...aproximei-me e peguei nela, senti o cheiro a papel, e a sua textura macia.
Era agora, ia abri-la a e pronto.
Os meus dedos deslizaram até á zona que a mantinha fechada e rasgam-na, retirando-a e abrindo-a.
" Querida Cassandra sou de facto um cobarde pois temo demasiado o que aí vêm, e prefiro estar a salvo do que salvar-te. sou sincero quanto a isso. Sei que deves estar com o coração partido e a pele molhada por lágrimas mas quero que saibas que tu és poderosa, assim como os teus pais.
Vai á biblioteca Manhtt 34º na rua da tua casa, acho que sabes qual é, procura o que te foi deixado por quem mais te ama, porque mesmo tendo ela partido, ela ama-te, e sempre o fará. Espero que encontres lá as respostas que necessitas. Cuidado e desculpa-me.
Tio Jack xxx "
Senti o meu coração a bater a mil e podia jurar que ele me sairia do peito se fosse possível. Estava confusa e com raiva de o meu tio... se é que o devo chamar de tio, por me ter deixado sozinha e sem explicações, ao menos sabe aquilo que ele é, um cobarde.
Por um segundo quase que pensei em sair pela porta a fora e ir contar tudo á Melissa, mas lembrei-me mais uma vez que fui deixada e não apenas pelo meu tio.
O Jamie. Sentia agora necessidade de o ter aqui a meu lado e poder ter um conselho dele, mas ele não estava aqui agora e portanto o mundo resumia-se á minha pessoa e sua solidão.
O que era suposto fazer agora? Ir á policia? Ir á tal Biblioteca? Eu tenho 20 anos, posso ser chamada de adulta mas não me sinto uma para estar a levar com isto tudo sozinha.
Mamã, papá aonde é que estão? Voltem e cantem-me uma canção de embalar.
Jamie POV
Tinha de ir ter com o Jonh e dizer-lhe das boas, por isso estava a conduzir depressa para chegar o mais rápido possível ao café onde ele disse para ir ter. Enquanto não chegava pensava na Cassie, nos seus cabelos castanhos, nos seus lábios, nos seus olhos, e pensava também na carta.
Finalmente cheguei, ele tinha razão, o café não era longe.
Saí do carro, mais uma vez com pressa e avistei-o. Controlei-me para não o matar ali.
"Sabes que és um sortudo por não te dar cabo dessa cara?" Pergunto-lhe num tom zangado.
"Jamie desculpa meu! Pensei que ela soubesse! Já entendi que fiz merda..." Ele confessa.
"Pois fizeste, e a tua sorte é que mais uma vez remediei-a." Digo.
"Conta lá tudo... E porque ainda não lhe contaste?" pergunta-me ele, curioso, suponho.
"Não quero que ela descubra! Além disso nem sabemos se ela é uma, portanto. Mas se for, deixa que eu descubro." Afirmo eu, pensando nela mais uma vez.
"Tu lá sabes..." Diz ele.
"Pois sei. E garanto-te que se voltas a descair-te faço maneira de veres o chão ampliado." Garanto-lhe eu.
Falamos mais um bocado sobre os meus futuros planos, e os do grupo, bebemos uma bebida e fomos embora.
Eu ia agora para a faculdade, estava ansioso, confesso , por saber da Cassie e se ela estava bem.
Durante toda a viagem pensei nela, mais uma vez. Pergunto-me porque ela me faz ficar assim, vulnerável e porque controla os meus pensamentos..... Eu tenho que me concentrar no que interessa.
A viagem foi rápida e rapidamente chego á faculdade. Estacionei com cuidado o carro e sai dirigindo-me ao quarto.
Ao passar pelos corredores podia jurar ouvir gemidos de um quarto.... devem estar a ter uma grande tarde devem.
Assim que vejo a porta do meu quarto fico satisfeito comigo mesmo.
Entrei e tudo aparentava estar calmo. Será que ela saiu?
"Cassie!" Chamo, mas não sou respondido.
Bati á porta do seu quarto mas novamente não obtia resposta. Ela deveria ter mesmo saído... mas pelo sim pelo não decidi abrir a porta.
"CASSANDRA!" Grito, totalmente chocado assim que a vejo sentada encostada á prede branca do seu quarto, a escorrer sangue do braço e lágrimas dos olhos.