Soul Mates - L.S.

My first real crush was...

Uma semana se passou desde o encontro de Harry e Louis no teatro.

Cada um deles reagiu aquilo de maneira diferente...

Louis já não sorria como antes e se esforçava ao máximo para evitar estar no mesmo lugar que Harry. O que não era tarefa das mais fáceis, já que estava na mesma sala de aula. Os dois não se falavam, nem se olhavam e isso matava Louis por dentro.

Amaldiçoava o dia em que decidiu mandar mensagens anônimas para aquele garoto. 

Nunca imaginou que as coisas chegariam aonde chegaram.

Zayn foi o ombro amigo que confortou Louis depois da rejeição de Harry. E ele queria muito socar a cara do encaracolado por ser tão idiota. Mas Louis implorou para que ele não fizesse nada. Harry tinha motivos para estar magoado e Louis iria apenas se afastar. Com o tempo doeria menos...era o que ele esperava.

Harry não estava muito melhor que Louis.

Niall lhe deu o maior sermão por não ter percebido as semelhanças e ainda mais por estar tratando o garoto como se ele não existisse. Quando na verdade, sempre foi apaixonado por Louis.

Mas Harry ainda não conseguia entender porque Louis fez o que fez. E sentia-se idiota por ter confessado sua paixão adolescente por ele. Como deve ter rido de sua estupidez. 

Seu coração sangrava sempre que o via andar pelo corredor sem poder se aproximar. Nunca mais o viu sorrir daquela maneira que o encantava e que formava adoráveis ruguinhas em seus olhos...

Harry sentia falta dos toques, dos beijos, dos encontros secretos no teatro, das mensagens safadas...ainda tinha a lembrança vivida da maneira como ele se entregou em seus braços tão docemente. 

Por que Louis chorava naquela noite? Talvez ele soubesse que seria o último encontro. Talvez ele soubesse que Harry o desprezaria quando descobrisse que sempre foi ele...

Sempre foi Louis...desde o primeiro beijo, em uma brincadeira de adolescentes...

Harry sempre quis Louis.

"Me ame antes de me odiar..." foi seu ultimo pedido.

Harry o amava...estava magoado...mas jamais poderia odiá-lo!

As coisas não melhoraram quando tiveram uma atividade que seria realizada no teatro. Era estranho ver aquele lugar todo iluminado e arejado. Cheio de pessoas falando ao mesmo tempo.

Louis parou diante do divã onde Harry o teve de maneira tão intensa, e secou uma lágrima teimosa. Não ia aguentar aquilo.

Harry travou na porta. Era como se seu santuário estivesse sendo violado por todas aquelas pessoas ali. Adolescentes barulhentos e sem respeito. Viu Louis parado diante do divã e sentiu o coração apertar ao notar que ele secava discretamente uma lágrima. Aquilo não parecia certo.

Viu quando o garoto saiu pela porta lateral e resolveu segui-lo.

__ Isso precisa acabar! – ele disse e Louis parou, sem se virar – me diz por que fez isso, Louis.

__ Você nunca entenderia... – a voz do pequeno era apenas um gemido

__ Achou divertido me seduzir? Foi divertido pra você saber que eu sempre tive um crush por você desde aquele maldito beijo, três anos atrás? – Harry quase gritava, passando as mãos pelos cabelos, nervoso – por que não me disse a verdade? Por que me deixou me apaixonar pelos dois? Eu fiquei quase louco sem saber se deveria escolher Louis ou Willian. Fui idiota o suficiente para não perceber que era a mesma pessoa o tempo todo.

__ Nós dois tivemos o que queríamos naquela noite... – Louis se virou, com a tristeza estampada no rosto.

__ Você queria apenas me testar? Saber se eu me renderia a um garoto? Queria me fazer um gay como você! – Harry não mediu suas palavras – eu apenas te dei o que queria de mim. Eu fodi você com força!

__ Eu não tenho problema nenhum com minha sexualidade, Harry. – Louis disse calmo, embora por dentro ele sangrasse – eu sou gay sim e não me importo com o que os outros pensem sobre isso. Você me fodeu com força sim e gozou gemendo meu nome. Mas eu...eu fiz amor com um cara que eu sempre amei. Então sim, valeu a pena, Styles!

Louis virou as costas e correu dali. Harry se encolheu como se tivesse levado um soco no estômago. Talvez um soco de verdade tivesse doído menos do que aquelas palavras carregadas de magoa de Louis.

Louis...que merda Harry tinha feito?

As aulas seguintes foram um verdadeiro tormento para Harry. Louis estava lá, em seu canto, cabeça baixa, silencioso, provavelmente magoado e sofrendo tanto quanto ele mesmo.

Receberam os resultados das provas de Cálculo e Harry tinha um B+. Ouviu o professor elogiar sua melhora sem muita atenção, porque seus olhos estavam fixos em Louis, que sorriu minimamente. Queria poder agradecer pela ajuda recebida, mas foi bloqueado por Zayn.

__ Fique longe dele, Styles. – o moreno avisou – já fez estragos suficientes. Não me force a quebrar sua linda carinha.

__ Quem você acha que é? – Harry o encarou – dono dele?

__ Sou seu melhor amigo e vi aquele garoto chorar uma noite inteira, depois de se entregar para um idiota que o usou como uma vadia! – Zayn disse trincando o maxilar – você é mesmo muito cego e idiota Harry.

__ Não tem o direito de falar assim comigo! – Harry deu um empurrão nele.

__ Eu tenho todo o direito. Você nem tem ideia do quanto o quebrou. – Zayn ainda o encarava com raiva.

__ Louis queria meu corpo e eu dei isso a ele.

__ Deu a parte errada, seu idiota! – o moreno respirou fundo – Lou não queria seu pau, queria seu coração. Ele esperou isso por anos. E você estragou tudo. Louis se entregou pela primeira vez a você, por amor a você.

Harry estava boquiaberto ao entender o que aquilo significava. Louis era virgem quando se entregou a ele e Harry não havia sido nem um pouco delicado em possuí-lo, porque estava tomado de raiva. Agora entendia as palavras de Louis quando disse que havia feito amor com alguém que sempre amou, enquanto Harry havia fodido com tudo. Literalmente!

Olhou novamente o garoto, que aparentemente não havia notado a pequena discussão dele com o moreno . Queria ir até ele e abraçá-lo, mas não podia fazer isso.

Precisava encontrar uma maneira de consertar as coisas...

Louis merecia alguém que fizesse amor com ele e não que apenas o fodesse e se afastasse sem olhar pra trás. Harry nunca se sentiu tão culpado e tão cafajeste na vida.