Há um velho silêncio familiar

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Olá, minhas meninas!

Quero agradecer por todos os votos, todos os comentários e todo o apoio. É demasiadamente importante. Tem alguns dias que uma leitora muito especial, minha amiga, Rebeca Santos, veio me mostrar um print de uma conversa no twitter. Confesso que fiquei muito saudosa, pois, no conteúdo, vocês lembravam dessa fanfic. A motivação veio! Peço desculpas pelo sumiço, mas estarei voltando a partir de hoje; espero que assiduamente.

Obs.: irei colocar no próximo capítulo o contato do meu twitter para quem quiser interagir comigo por lá, me marcando, dando um oi. Estava com saudade de vocês!

No mais, tenham uma boa leitura e até a próxima!


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Era final de tarde e Lauren já estava do outro lado do vidro da varanda, sentada num ponto onde tinha uma boa visão. Apoiara os pés na pequena mesa redonda e a xícara de porcelana era levada aos lábios em pequeno espaço de tempo. Deu um gole no café, enquanto pressionava seus dois dedos contra a folha fina do papel – pela segunda vez –, passando as páginas da obra de Shakespeare, Tempestade.

Quando o sol ia embora que ficava mais difícil de controlar a vontade de fumar; ainda mais pela ansiedade que estava lhe incomodando. O cigarro era um hábito vicioso. Por vezes, colocava-o entre os dedos e fingia que tragava a fumaça; tragava, no entanto, um pouco do seu autocontrole sobre aquele cilindro inimigo.

Mas naquele dia especificamente ler aquelas palavras tão bem articuladas não estava ajudando.

Precisava fumar.

Deu mais um longo gole no café e desviou os olhos para o iphone sobre a mesa, ao lado do seu calcanhar esquerdo.

Dinah ou Normani?

Fechou o livro lentamente e jogou a cabeça para trás, descansando no conforto daquela cadeira macia. Precisava conversar com alguém sobre tudo o que acontecera; precisava mesmo era falar sobre seus verdadeiros conflitos sentimentais.

Sentou corretamente e levou os dedos gelados até as têmporas, massageando o lugar suavemente. A vontade de fumar estava crescendo cada vez mais e, se não fizesse algo a respeito, sabia que iria ceder. Inclinou-se exageradamente para frente e tomou o celular na mão – que estava trêmula de repente. Apertou a opção de chamadas recentes e no quarto toque escutou uma voz característica e particular.

- Você só tem uma chance de me falar o porquê de me tirar de uma transa com um jogador delicioso de futebol.

- Camila está aqui em Nova Iorque.

Alguns segundos se passaram e o silêncio começou a se formar. Lauren trocou o celular de ouvido e quando abriu a boca para questionar se Dinah estava ainda na ligação, ouviu o barulho do atrito ente lençóis

- Você andou bebendo?

- Eu nunca estive tão desesperadamente sóbria, Dinah.

Quanto mais o indivíduo se mexe, mais preso ele fica. Dinah era a razão. Normani, a emoção. Lauren não poderia ficar presa nisso tendo duas pessoas para lhe socorrer.

- Você pode despejar qualquer coisa para mim, Laur.

Engoliu o líquido preto queimando a ponta da língua; consequência da ansiedade em tomá-lo – ou de guardar os sentimentos que estava prestes a compartilhar. No fundo, sentiu que Shakespeare não a presenteou com sua sensibilidade aguçada naquela tarde.

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