capítulo 1;

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Não revisado

"O desconhecido nos facina, nos atrai, nos domina e nos vicia. O desconhecido pode ser perigoso demais. Por sorte, eu adoro o perigo..."

-desconhecido

Derek 

Estava sentando em um banco em frente a sua cafeteria preferida, eu não tive coragem de entrar ali desde que você se foi, eu ainda me pergunto o porque de ter me deixado, você foi cruel comigo, mas, no fundo, eu ainda acredito que tudo isso é um sonho. Olhando a garçonete andando de um lado para o outro servindo mesas, era agitado o clima ali dentro.

No meio de todo aquele caos eu vi um anjo, pelo vidro seu cabelo loiro se destacava, eu queria entrar lá e perguntar seu nome, mas eu não tinha coragem, minhas memórias de você ainda me atormentavam, ela parecia ignorar todo o caos ali.

Ela se levantou, agradeceu a garçonete com um sorriso caloroso, parecia imune a tudo de ruim que existia no mundo, um sentimento de felicidade emanava de seu corpo, e não era apenas eu quen sentia, as pessoas ao seu redor pareciam olha-la com admiração, ou inveja, não sei, apenas não conseguia desviar o olhar daquele ser angelical.

Por milésimos de segundos nossos olhares se encontraram, eu estava do outro lado da rua, ela ja havia saido da cafeteria. Foi ali que eu vi meu anjo, e, no fundo, talvez meu anjo fosse o meu demônio, daquele dia em diante eu so tinha a certeza que voltaria todas as tardes aqui, na esperança de a ver novamente.

Um.
Dois.
Três dias se passaram.

Três dias dos quais eu sentava todas as tardes nesse banco na tentativa de vê-la novamente, mas nenhum dos dias ela apareceu, pensei em entrar ali e perguntar ao senhor João se sabia quem era ela, mas as memórias de você ainda eram tão recentes, era como se eu estivesse traindo você, porém, uma outra parte me obrigava a entrar ali e perguntar sobre ela, essa parte gritava tão alto que fui obrigado a obedece-las.

Caminhei a passos largos e apressados atravessando a rua, droga, estava novamente em frente a porta da cafeteria a qual conheci você, segurei na maçaneta respirando várias vezes, criando coragem para entrar e perguntar sobre ela, talvez eu estivesse louco, mas sanidade nunca foi meu forte.

-Não vai entrar? - não sei explicar ao certo como meu corpo reagiu, arrepios, calafrios, não sei, a voz era doce e suave, mas ao mesmo tempo era carregada de uma força e confiança das quais eu não sabia explicar.

-Perdão, como? - me virei, e, por alguns segundos, foi como se o ar sumisse de meus pulmões, pelos deuses, ela era ainda mais bonita de perto, olhos de um verde esmeralda, cabelos ondulados de um loiro mel brilhante, a roupa de frio não escondia as curvas que seu corpo possuía, eu sabia que estava a encarando demais, mas era como se eu não me importasse.

-É que está frio aqui fora, e o senhor está tampando a passagem - "bum" novamente a voz me invadiu, foi exatamente como da primeira vez, eu pisquei algumas vezes antes de empurrar a porta e entrar.

Droga! Eu não a respondi, o que eu estava pensando? Ela me causou isso, e nem ao menos sabe. Eu devo estar parecendo um maníaco em busca de uma vítima para matar, mas não, ela me prendeu apenas sendo ela, e eu nem a conheço de verdade. Você tem que me perdoar, sabe que não foi minha culpa.

-Menino - escutei a voz de Senhor João me chamando - Como eu senti sua falta, meu garoto - braços gordinhos e quentes me abraçaram, era dona Amélia, esposa de seu João, eu tinha um carinho enorme pelos dois, eram como meus segundos pais, mas eu me afastei desde que você morreu, e sim, eu culpo você de alguma forma - Hora mulher, deixe-me abraçar meu garoto também - senhor João afastou a mulher me abraçando da mesma forma, eu amava esses dois velinhos gordinhos.

-Me deixe marido, é um milagre Derek vir nos visitiar, eu quero aproveitar esse momento - esses dois viviam brigando, e eu amava isso, porque, no fundo, os dois se amavam verdadeiramente. Eu achei que poderia ser assim com você, mas você me deixou, deixou tudo que nós sonhamos.

-Como eu senti falta de vocês dois - por segundos senti um alívio, foram os segundos que estava em seus braços, mas esse mesmo alívio sumiu quando senti o ar gélido do lugar passar por meu rosto, você estava aqui, eu podia sentir.

-Não fique mais tanto tempo longe, você sabe, sempre vai poder contar conosco, menino - sim, eu sabia, mas o que dona Amélia não sabia era que, quando eu entrava por aquela porta, você fazia questão de atormentar meus pensamentos intensamente.

-Prometo tentar, minha gordinha - o sorriso em meus lábios não era verdadeiro, mas pareceu fazer com que os dois velhinhos acreditassem, afinal, levei um "panada" de Dona Amélia que jurava estar esbelta para sua idade.

-Abusado! - Dona Amélia era a pessoa mais doce que conhecia, mas sua braveza era conhecida, e não é bom irrita-lá.

Não demorou para os dois voltarem ao trabalho, aquela conversa não iria se estender mais. Percorri meus olhos em busca dela, não demorou para que encontrasse suas madeixas loiras. Ela lia um livro, não soube identificar em primeiro momento do que se tratava, mas estava concentrada demais para perceber que eu a encarava. O canto de seus lábios se levantavam levemente algumas vezes, julgava que achava algo engraçado em seu livro, não sei, apenas sentia que poderia passar o tempo aqui, apenas observando a garota de lindos olhos verdes, mas eu não podia. Você não deixa, não te julgo por me perturbar, mas queria apenas alguns momentos de paz, você parece me odiar as vezes.

Suspiro pesadamente, caminho por entre as mesas me sentado em uma mesa próxima a que a garota estava. Qual seria seu nome? Qual sua idade? Ela namorava? Provavelmente sim! Ela é bonita demais, não teria motivos para estar sozinha. A vejo levantar-se e caminhar em direção a minha mesa, espera, minha mesa? Você vê? Eu não fui até ela, ela está vindo até mim, você não pode me julgar por isso, certo? Certo!

-Se você não tivesse belhos olhos azuis eu estaria extremamente incomodada por estar me encarando tão descaradamente - e então aquela mesma voz me invadiu, meu corpo estava reagindo da mesma forma que das outras vezes, eu ainda não a respondi, apenas estou a encarando com cara de bobo. Você deveria deixar que eu a respondesse - Eu estou começando a achar que você é louco, quero dizer, primeiro fica parado na porta e agora me encarando, você é um psicopata?

Então eu ri, sim, eu apenas pude sorrir, ela tinha um leve humor em tudo que falava, ela era perfeita. Mas você ainda me atormenta. Ela deve estar me achando mais louco que o normal, mas eu apenas não ligo.

-Desculpa, ando distraído por esses tempos - minha voz saiu firme, mais firme do que eu esperava - Não sou louco, nem um psicopata, apenas alguém que gosta de admirar pessoas bonitas - toda as paredes construídas por você pareceram desabar enquanto eu falava com ela, naquele momento, eu era meu antigo eu.

-Então eu sou bonita? - aquela pergunta havia me pegado de surpresa, ela deveria saber a resposta, ela era bonita demais, viva demais em um mundo feio e morto.

-Oh garota, bonita ainda é pouco para te elogiar - sorri discretamente, seus lábios se levantavam formando um belo sorriso, dentes brancos e perfeitamente alinhados.

-Eu fico lisonjeada desse jeito - suas mãos estavam crudadas sobre a mesa, eu não desgrudava meus olhos dela, não deixava nenhum movimento passar despercebido. Você não podia me atingir naquele momento.

-Aceita um café? - eu não queria que ela fosse embora, eu queria saber sobre ela, descobrir, queria que ela falasse, eu poderia escuta-lá por horas seguidas.

-Eu acho que prefiro um chocolate - e ela me surpreende novamente.

Eu estava pronto para esquecer, mas você jamais deixaria, quem sabe ela me ajudaria. Mas eu sou um completo estranho, nem posso me enteder. Talvez ela seja capaz disso...

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Aviso

* O próximo capítulo só será solto quando esse estiver com uma quantidade aceitável de comentário e votos.

Indiquem aos amigos, eu juro que não mordo quem comentar.

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