Eu:Alguém me da a droga da anestesia -eu gritava aquela sala estava um caos-
Liza Grier: Alysson cheque o monitor
Meus olhos se arregalaram, então deixei que terminassem de prender as mãos e os braços do paciente, não havia nenhum sinal de batimentos cardíacos e parecia está assim a bastante tempo, peguei a pequena lanterna em meu bolso para checar os sinais vitais, mas os olhos pareciam desidratados, o paciente a minha frente gritava e não dizia uma frase normal, ou algo que pode ser entendido
Enfermeira: Como devemos proceder?
Eu:Eu...
Enfermeira:Doutora, como devemos proceder?
Eu:Eu não sei
Enfermeira: Você é chefe do trauma, como não sabe?
Eu:É eu sou a chefe sim, e por acaso isso é uma crítica a minha competência? Porque em anos de trabalho eu nunca vi algo do tipo se você já, lide com isso e pegue meu cargoEu gritava, completamente nervosa, atraindo olhares de todos, eu estava assustada não fazia ideia do que estava acontecendo aquilo, sim aquilo, porque não parecia ser real, ser humano, de acordo com o estudo de qualquer médico aquele paciente estava morto
Liza G: Okay, okay vamos parar por aqui, você fiquei de olho no paciente e Alysson -ela se voltou para mim-...Eu sei que as coisas com Matthew não estão bem, mas mantenha o foco aqui, respira fundo
Eu: Onde está o outro paciente, oque feriu....mordeu este?
Liza G: Na UTI
Eu: Eu avaliar o quadro dele para saber como tratar esse paciente
Enfermeira:E oque eu faço?
Eu: Continue tentando controla-lo, vou bipar um interno para nos manter informados sobre a enfermeira que foi mordida
Liz: Eu cuido disso
Ela assentiu e eu corri para o elevador, minhas mãos estavam tremendo muito, em todos esses anos de profissão eu nunca vi algo desse tipo, passei as mãos pelo cabelo e respirei fundo, eu tenho que descobrir oque esta acontecendo, afinal eu não decepcionei minha família mais uma vez por nada, o elevador se abriu ao chegar no último terceiro andar, estava tudo em silêncio procurei por algum médico com o olhar sem sucesso, as cortinas dos pacientes estavam todas fechadas, também não é pra menos já é tarde, eu procurava pelo leito 207, ouvi meu monitor bipar no minimo dez vezes seguidas, meu coração disparou ao imaginar que poderia está vindo do centro cirúrgico, mas eu estava errada, eram novos pacientes, todos deram entradas vitimas de mordidas, meu Deus, que merda está acontecendo?
Acelerei meus passos correndo pelos corredores, eu cresci naquele hospital minha mãe era médica aqui, sempre passei mais tempo aqui do que na minha própria casa, por isso o casamento dela com meu pai se acabou, olha só eu seguindo os passos dela.
Parei em frente ao batente da porta, o leito estava completamente vazio, escultei rangidos e me aproximei da cama, aquilo não podia ser nojento para uma cirurgiã, mas sim, meu estômago embrulhou, era um ato de canibalismo horrível
Eu:Senhor -gritei sem pensar, e ele se levantou ainda sem se virar pra mim- Eu vou chamar a policia, você não pode ir a lugar algum
Observei o corpo de Lacey no chão e senti meus olhos lacrimejarem, ela era uma verdadeira amiga pra mim, assim como Liz e isso é tão raro em um ambiente de trabalho, normalmente aqui é sempre uma disputa por cirurgias, mas ela não era assim, o senhor se virou e eu percebi seu rosto e mãos completamente cobertos de sangue, ele se aproximava em passos lentos
-Departamento policial de Atlânta, não estamos disponível no momento, tente entrar em contato
Desliguei ao reparar nos olhos dele, estavam idênticos ao do outro paciente, senti um arrepio percorrer meu corpo, então é isso que aconteceria, eu tinha que tirar a pequena Grier de lá, segurei seus braços, tentando afasta-lo de mim, em vão, eu tomava todo cuidado para não ser mordida, mas havia mais forças do que eu, gritei e fechei meus olhos, eu não sei oque esta acontecendo e eu também não tenho ideia de como reagir, como um raio uma flecha pegou minha testa de raspão, atingindo em cheio a testa da "coisa" a minha frente, meus olhos se arregalaram e logo um homem alto e pele clara retirou a flecha, eu estava em choque, percebi o corpo estripado de Lacey se mover, ele me encarou
-Você está bem? -apontei para Lacey, o sei lá oque era aquilo- Vamos sair daqui
Ele me puxou para fora e fechou porta de vidro rapidamente, eu toquei o vidro ainda encarando aquela criatura estranha e senti lagrimas molharem minhas bochechas, ele me puxou brutalmente me levando para dentro do elevador, passamos pelos leitos e só então pude perceber que todos os pacientes ali se encontravam naquele estado assustador, entramos no elevador oque chamou a atenção de todos eles vindo em nossa direção, a porta se fechou eu estava sem falas, eu só conseguia chorar.
-Isso deve ta doendo -ele tocou minha testa e eu gemi de dor-
-O que é isso?
-Mortos. -engoli seco, eu e qualquer outra pessoa chamaria esse cara de idiota, porém eu sei muito bem que ele esta certo-...Chamamos de zumbis ou andarilhos, Jesus cristo, chame do que quiser, só fiquei longe
-Você está roubando medicamentos? -perguntei indignada a olhar para a mochila-
-Estou -deu de ombros-
-Como assim, cara, as pessoas que chegam aqui precisarão disso
-Não, não precisarão
-O que?
-Ninguém mais vai chegar, com o tamanho do bando de zumbis que chegaram aqui, boa parte dessa cidade já era
-Como você sabe disso?
-Estavámos fugindo deles, mas nos atrasamos nessa cidade -respirou fundo- perdemos uma pessoa
Eu: Sinto muito -apertei o botão da pediatria, antes que as portas se abrissem e o elevador começou a subir novamente-
-Que merda você ta fazendo sua idiota?
-Tem bebês lá em cima
-E dai?
-Como e dai? Aquele caos aconteceu no terceiro andar, talvez as coisas lá em cima estejam mais calmas
-Ah e seu plano é levar a cheche inteira com você, deixa de ser estúpida -ele ia apertar o botão para descer novamente ao estacionamento, mas eu entrei na frente
-Eu devia ter deixado você morrer
-Só lamento agora! -
Ele me empurrou para trás, segurando uma faca em mãos, a porta se abriu e ele me deu cobertura, havia alguns mortos ali, pensar desse jeito é tão estanho, adentramos a pediatria com meu cartão de identificação e logo a porta de fechou atrás de nós, fazendo com que no minimo quinze zumbis colidissem contra a porta
-Esse vidros são resistentes?
-Claro
Me aproximei dos pequenos leitos, esse era o último andar e as coisas aqui também não estavam nada boas, o cara cujo eu ainda não sei o nome se aproximou olhando os bebês na encubadora, haviam apenas três crianças ali, suspirei aliviada sabendo que provavelmente os pais conseguiram resgata-los
-Não, eu não posso levar toda a creche comigo, não para esse mundo -olhei para a porta, senti uma aflição me dominar, ele me encarava atentamente- Mas não vou deixa-los morrer daquela maneira
-O que você vai fazer? -ele perguntou enquanto eu prendia meus cabelos em um coque, retirei a pequena recém nascida e o entreguei-
-Que? Não, eu não vou pega-lá
-Anda logo -ele resmungou mas segurou a pequena-
-Essa é Charlote, tem dois meses, mas seus pulmões não funcionam, ela respira com a ajuda desse aparelho -disse enquanto desconectava os fios- Sinto muito
Sussurrei e dei um beijo na pequena mãozinha dela, ele beijou sua testa e a colocou de volta na encubadora, enquanto escutava seus batimentos caírem
-Essa é Anne, seria uma garota forte
-Hey Anne -ele acariciou as bochechas dela-
-Eu fiz três cirurgias diferentes em seu coração, ela é uma guerreira
-O que é isso? -ele perguntou observando o liquido que eu colocava no cateter-
-Metoprolol, isso vai parar o coração dela. Eu sou médica, eu estudei a vida inteira pra salvar vidas e isso é tão contraditório
-Não, se você conhece oque o mundo lá fora está se tornando, você saberia que continua salvando a vida desses bebês -ele engoliu seco com os punhos cerrados e olhou para o último leito ocupado-...E ela? -era a pequena Grier, o fato dela está ali ainda significa que Liz não conseguiu, engoli seco, eu não podia pensar nisso agora-
-Eu pai dela está vivo
-Como sabe?
-Não sei, mas se ele não estiver, minha família também não está
Travei o maxilar ao pensar nessa possibilidade, as luzes se apagaram e somente o brilho da lua iluminava aquele lugar, ótimo, estamos ferrados
-Meus amigos estão no terraço, onde os helicópteros pousam
-Podemos chegar pelo tubo de ar
-E onde essa coisa vai dar?
-Na escada de incêndio, e depois só subimos
-Okay. -peguei uma mochila qualquer ali e coloquei tudo que eu achei necessário, obvio que tomei cuidado para não ficar muito pesado, jogamos a mochila primeiro, ele pegou a pequena Grier-
-Você vai na frente, a ratinha vai comigo -ele a colocou entre a blusa e seu peito-
-Não chama ela de ratinha
-Toma. -ele me ignorou completamente me entregando uma faca- A mochila sempre em sua frente, se algum zumbi aparecer acerte a cabeça firme- assenti- Está pronta?
-Não, mas não temos escolha -disse olhando para porta e seu vidro que rachava lentamente-
-Essa é sua definição de resistente? -ele riu, somente ignorei e adentrei aquele tubo de ar, era apertado e dificil para respirar devido a ventania bem forte que percorria ali, ouvi a pequena Grier chorar
-Ta muito escuro, não da pra continuar
-Droga! Onde é lugar mais seguro aqui?
-Contra isso, necrotério
-Ah ótimo, você quer fugir morto indo pra onde tem morto -revirei os olhos, me senti burra-
-É o lugar mais perto, com portas de aço
-Okay, vai logo, ela não para de chorar
Eu acabei caindo em cima de uma das macas, aquele lugar sempre estava trancado, estava escuro demais e não temos certeza de que não havia nada ali, mas também não temos escolha, peguei a pequena Grier, tentando faze-la parar de chorar, ele desceu e procuramos o gerador de energia, a luz se acendeu e eu me senti aliviada, oque durou por pouco tempo...
-
VOCÊ ESTÁ LENDO
Survive|| Sammy Wilk
Mystery / Thriller"E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno" Sempre esperei por algo diferente,acho que ninguém imaginava que passaria pelo inferno na própria terra (.....) "Vo...