Talvez, um lugar seguro

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   Acordei com os raios de sol em meu rosto, quase me senti em uma daquelas manhãs preguiçosas de domingo, que levantar parece está fora de cogitação, quase, rapidamente os grunhidos do lado de fora me jogaram de volta a realidade, abri os olhos rapidamente e todos pareciam dormi tranquilamente, observei Matthew por alguns segundos, ele dormia profundamente eu sorri, depositei um selinho demorado em seus lábios, ele se remexeu me apertando mais em seus braços

-Bom dia amor. -sussurrou com a voz embriagada pelo sono-
-Bom dia -eu ri e acariciei seus cabelos, naquele segundo eu até pude me imaginar em casa-
-Sonhei com Cassey -ele disse agora me olhando- ela parecia tão bem
-Isso é um bom sinal, ela está bem junto com meus pais e Carly -ele desviou o olhar, eu o conhecia bem para saber que ele duvida um pouco do que eu disse-
-Elas estão bem -eu puxei seu queixo fazendo-o me encarar- Isso é tudo que podemos nos agarrar agora, preciso que você acredite nisso tanto quanto eu -senti algumas lágrimas escaparem- Por favor Matthew, não me deixe criar essa esperança sozinha
-Nós vamos encontra-las

   Ele depositou um beijo em minha testa e eu abracei apertado, ainda sabendo que suas palavras vacilaram, por que ele não pode acreditar?-
Eu não quero me apegar a isso sozinha, eu sei que existe uma possibilidade delas não estarem bem, ou talvez de não encontrarmos elas, mas eu não posso desistir, elas são minhas filhas, embora eu seja uma péssima mãe, eu iria até o fim do mundo por elas, oque é irônico, porque já não parece muito ditante.  
   Ouvimos um barulho na janela e logo nos levantamos e percebi que todos acordaram com o estrondo, nos encaramos assustados e logo Jack Johnson olhou pela janela ao seu lado

-Droga, droga, droga -ele fez sinal para que nos abaixar e assim fizemos- Tem um bando, estão de passagem, se ficarmos quietos vamos ficar bem -sussurrou-

Assentimos, eu engoli seco e apertei forte a mão de Matt, meu coração estava tão acelerado, percebi que o dele também, o medo tem se tornado cada vez mais presente, controlamos até a maneira como respiramos, porém esquecemos o único pequeno detalhe, não foi somente a gente que acordou, logo o choro de Izzie ecoava pela pequena loja.

-Merda, faz essa coisa calar a boca -Nate xingou enquanto Nash tentava desesperadamente acalma-la
-Droga! Peguem as coisas rápido -Johnson dizia enquanto juntava toda a comida espalhada pela bancada.
-O carro na porta vai nos dar tempo -Sammy alertou-
-Podemos usa-lo para sair daqui? -Gilinsky-
-Não, os únicos que funcionam são as duas caminhonetes -Sammy olhou pela janela e mordeu os lábios inferior-
-Precisamos pensar em algo -Matt andava de um lado para o outro, aquilo estava me deixando mais nervosa-
-Não da pra pensar com essa aí berrado -Nate resmungou novamente-
-E muito menos com você latino -retruquei e ele revirou os olhos-
-Nash, sabe dirigir? -Johnson perguntou e Nash assentiu-
-Ótimo, vamos dar cobertura para você e Gilinsky chegarem até os carros, parem o mais próximo possível de nós, e entramos na parte de carga, entendido?
-Completamente -Nash assentiu-
-Não, não ele não
-O que? -Nash perguntou sem entender-
-Izzie precisa dele -ele não pode se arriscar tanto assim, ela só tem a ele, pensar nisso me fez lembrar de Lizz e Lacey, engoli seco- eu vou
-Aly -Matt sussurrou-
-Esta tudo bem, eu vou
-Alysson não é... -Matt tentou falar algo, mas foi interrompido por Nate-
-Ótimo, vamos logo
  Gilinsky quebrou o vidro da janela, para que ele Sammy e Johnson pudessem passar, logo subindo no teto do carro que bloqueava o acesso dos zumbis a janela.
-Você tem certeza disso? -Sammy perguntou me puxando pelo braço-
-Absoluta
Me soltei e me aproximei da porta, Nate abriu a mesma e os zumbis já haviam quebrado o vidro do carro, engoli seco, Matthew depositou um selinho rápido em um meus lábios

-Alysson não é seguro, me deixa ir 
-Nada é seguro, e você é melhor com tiros só me cubra, vai dar tudo certo
-Alysson por favor
-Não Matthew, não, precisamos de você com as armas

  Eu subi no teto do veículo e logo atrás ele, Matthew insistia em me fazer mudar de ideia, mas todo mundo ali tem se arriscado, eu não vou deixar Nash se arriscar, olha só pra Izzie, ela é tão pequena e terá que passar por tantas coisas, Nash precisa está aqui.

    Nate me entregou a machadinha e apontou para a caminhonete azul e imunda parada logo a frente, olhei para aqueles zumbis a minha frente e senti minhas pernas tremerem, destravei minha arma, deixando-a em minha cintura e peguei a machadinha, eles atiraram nos zumbis que estavam no capo da caminhonete e eu corri descendo por ali, os zumbis a minha frente caiam devido aos tiros disparado por Nate, Nash e Matthew, minhas pernas fraquejavam um pouco mas a adrenalina em meu corpo era maior, parei na porta da caminhonete porém parecia travada, não abria. Droga!
   
   Eu pude ver as chaves do lado de dentro, olhei para trás e alguns andarilhos estavam bem próximos, acertei a machadinha em um deles, mas a mesma emperrou em seu crânio, engoli seco ao percebe que não conseguiria puxar de volta, senti meu corpo colidir com o chão

-Alysson!

     Ouvi gritos, enquanto mais zumbis se aproximavam, desisti da machadinha, preciso pensar rápido, me levantei e atirei na maçaneta do carro, adentrei o mesmo e pisei fundo no acelerador, parei ao lado do carro velho de onde eles atiravam atropelando alguns zumbis oque fez com que todo o vidro se sujasse, logo eles estavam na parte de carga da caminhonete e eu acelerei seguindo Jack Gilinsky que dirigia o carro da frente.
Matthew se espremeu passando pela janelinha de trás e se sentando no banco do passageiro 

-Você esta bem? -ele perguntava tocando meu rosto, eu assenti sem tirar os olhos da estrada, minhas mãos estavam trêmulas, eu estava em choque-
-Ei, ei Alysson! -ele segurou meu queixo, desviando minha atenção da estrada-
-Eu consegui -sussurrei, ele depositou um beijo em minha testa- estamos bem! -apertei suas mãos- 

  Dirigi por mais ou menos uma hora, finalmente estamos fora da cidade agora, observei a gasolina entrar em reserva, buzinei e o carro da frente logo parou, todos desceram, a sensação de esticar as pernas foi magica.

-Qual o problema? -Nate perguntou-
-Gasolina, quanto tempo de estrada pela frente? -perguntei-
-Em média mais uma hora e meia -fiz uma careta-
-Não sei se a gasolina que temos vai durar para todo o caminho -Matt disse analisando o galão nas mãos de Nate-
-Vamos fazer o possível
   
Sammy concluiu dando de ombros, Nash pegou o galão e começou a abastecer o carro, Johnson brincava com Izzie que gargalhava, arrancando risos bobos de todos nós até mesmo de Nate, nos sentamos por ali e reviramos a mochila em busca de algo para saciar a fome

-Acho que é hora de seguirmos -Sammy disse acertando uma flecha no crânio de um andarilho que saia da mata-
-Eu dirijo okay? 

    Matt disse e eu apenas assenti, peguei a pequena Grier e me sentei no banco do passageiro, estamos cada vez mais distante da cidade, eu me lembro das vezes que eu e Taylor fizemos esse trajeto para visitar nossos pais, não pude evitar sorrir.
Lembranças! parece que no fim elas serão tudo que nos restará, lembranças do que se foram e da vida que nós costumávamos ter.

    Nate estacionou depois de uma hora rodando, todos desceram com suas mochilas e tudo que necessário, adentramos aquela mata, os andarilhos que haviam ali pelo menos grande parte, estavam presos em armadilhas para animais, andamos por bastante tempo, até que paramos em frente a lugar, haviam cercas em volta de tudo, era um prédio de dois andares e enorme, a placa meio suja mas ainda era legível "Centro universitário de medicina veterinária" cercas resistentes, prédio resistente, cachorros, cavalos, Nate assobiou e logo dois homens fizeram um sinal com as mãos e desceram atraindo os zumbis nas cercas para a direção oposta do portão

-É isso que vocês chamam de acampamento? -Sammy riu- Isso é mais seguro que eu vejo desde que tudo começou -eu disse-
-Você ainda vai entender que não importa quem você seja, se tiver um lugar as pessoas farão de tudo para toma-lo de você -Nate disse, pela primeira vez sendo QUASE gentil-
-Se você diz que tem um lugar seguro, você esta colocando tudo em risco -Jack Johnson explicou-
-Vocês realmente acham que nós seriamos um risco? -apontei para Matt e Nash e ri-
-Não se pode confiar em ninguém, não importa quem eles aparentam ser -Sammy falou e não sei porque mas aquelas palavras me atingiram-

  O patio daquele lugar era imenso, pude sentir o vento com calma assim que adentramos o local, ele abriu o portão que dava acesso a parte de dentro do prédio, as salas de aulas viraram quartos, pode perceber pelos nomes nas portas, Sammy nos levou até a recepção que agora parecia ter si tornado "uma sala de estar" haviam algumas pessoas conversando e sorriram ao ver os meninos se aproximando 

-Ai meu Deus! Que bom que voltaram! -uma mulher de meia idade abraçou Sammy e logo depois Nate- Não sei quanto tempo Aaron aguenta -Jack Gilinsky coçou o rosto nervoso
-Leve ele para onde estão as crianças -Nate apontou para Nash e a pequena Grier que berrava, a mulher sorriu ao ver a pequena-
-Ah! Que menininha mais linda! 
-Quem são eles? -uma mulher morena e alta perguntou com uma cara nada amigável, achei a versão feminina de Nate!-
-Explicamos depois, ela é cirurgiã -a expressão da mulher mudou ao ouvir Sammy-
-Me siga por favor! -uma mulher loira dos olhos azuis se manifestou, e eu assenti a acompanhando até o andar de cima.

 Mais um cap. espero que gostem! 💚 
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Survive|| Sammy WilkOnde histórias criam vida. Descubra agora