Capítulo 04

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    "Você viu o jeito que o cara estrangeiro tava olhando pra você na aula de literatura Inglesa?" Minas choramingou quando nos encontramos depois da escola.

"Ele é lindo, e está tão a fim de você! E ele é da realeza!"

Eu apertei seu pulso, tentando acalmá-la. "Min... antes que você compre um presente para o casamento 'real', eu preciso te dizer uma coisa assustadora sobre o chamado cara lindo."

Minha amiga cruzou os braços, cética. Eu podia dizer que Mindy já tinha criado uma opinião sobre Lucius Vladescu, se baseando apenas em seus ombros largos e maxilar forte. "O que você podia dizer sobre ele que é assustador? Acabamos de
conhecê-lo."

"Na verdade, eu o vi mais cedo essa manhã", eu disse. "Esse cara - Lucius -estava na parada de ônibus. Me encarando."

"É isso?" Mindy revirou os olhos"
"Talvez ele pegue o ônibus."

"Ele não subiu."

"Talvez ele tenha perdido o ônibus." Ela ergueu os ombros. "Isso é estúpido, não assustador."

Mindy não estava entendendo nem um pouco. "É mais estranho que isso", eu insisti. "Eu... Eu pensei tê-lo ouvido dizer meu nome. Bem na hora que o ônibus parou."

Mindy pareceu confusa.

"Meu nome antigo", eu esclareci.

Minha melhor amiga sugou o ar.

"Okay. Isso pode ser meio estranho."

"Ninguém sabe esse nome. Ninguém."

De fato, eu nem tinha dividido boa parte do meu passado com Mindy. A história da minha adoção era meu secreto muito bem guardado. Se ele escapasse... as pessoas achariam que eu sou uma aberração. Eu me sentia uma aberração toda vez que pensava na história. Minha mãe, uma antropóloga cutural, estava estudando uma cultura underground bizarra na Romênia central. Ela esteve lá com meu pai para observar seus rituais, na esperança de escrever um dos inovadores artigos de jornal dela sobre culturas únicas. No entanto, as coisas deram errado na Europa Ocidental. A cultura era um pouco estranha demais, um pouco bizarra demais, e algumas pessoas de um vilarejo na Romênia se uniram, na tentativa de colocar um fim no grupo inteiro á força.

Pouco antes do bando atacar, meus pais me entregaram, ainda bebê, para os pesquisadores Americanos visitantes, implorando que eles me levassem para os Estados Unidos, onde eu estaria salva.

Eu odiava essa história. Odiava o fato de que meus pais eram pessoas ignorantes, supersticiosas, que foram tolas para se unir a um culto. Eu nem queria saber quais eram os rituais. Eu conhecia o tipo que a minha mãe estudava. Sacrifícios de animais, adoração de árvores, virgens jogadas em vulcões... talvez meus pais biológicos estivessem envolvidos com algum lance sexual fora do comum. Talvez tenha sido por isso que eles foram assassinados.

Quem sabia? Quem queria saber?

Eu não pedi pelos detalhes, e meus pais adotivos nunca pressionaram com o assunto. Eu só estava feliz por ser Jessica Packwood, Americana. Anastacia Dragomir não existia, até onde eu sabia.

"Você tem certeza que ele sabia o seu nome?" Mindy perguntou.

"Não", eu admiti. "Mas eu achei ter escutado."

"Oh, Jess", Mindy suspirou. "Ninguém sabe esse nome. Você provavelmente
imaginou a coisa toda. Ou talvez ele tenha dito uma palavra que soasse parecida com Antanasia."

Eu olhei de lado para Mindy. "Que palavra soa como Antanasia?"

"Eu não sei. Que tal 'como cê tá'?"

Como Se Livrar De Um Vampiro Apaixonado by Beth Fantaskey Onde histórias criam vida. Descubra agora