|Capítulo 2

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Acordo exausta da noite passada, mal consigo me mover, fico tonta rápidamente, e acabo desmaiando no chão do banheiro. Não tinha forças para nada, perdi muito sangue na noite passada.
Como eu posso ser tão estúpida? Meus cortes estão me matando, eu estou me matando. Tem tantos outros meios para eu aliviar toda a minha dor, e eu escolho a pior. Me suicidando. O que minha mãe acharia disso? Ela com certeza não iria ignorar isso e me botar para fora de casa, ela ia me ajudar a deter esse vício e ser mais forte que a minha melhor amiga: as dez lâminas que guardo em um uma caixinha no bolso do meu moleton cinza.

(...)


Quando consigo pegar meu celular, ligo para minha tia vir me buscar e me levar no médico com urgência. Minha tia, a única da família que me entende e que eu posso confiar. Na verdade, a única família que eu tenho, o resto... me abandonou, me chamavam de maluca, paranóica, e vivem falando que ja era para eu ter superando o triste falecimento de minha mãe. Nessa altura do campeonato, devem achar que eu estou morta, que além da automatização, eu me drogo com antidepressivos igual ao meu pai.
Essa história vocês não sabem neh? Então vamos lá, não sei muito sobre meu pai, ele morreu quando eu tinha apenas 2 anos de idade, minha mãe me contou que ele era o homem mais lindo que ela havia conhecido. Seu Pequeno Príncipe (pois seus cachos eram tão dourados quanto ouro). Diazia também, que ele era bastante ciumento, mamãe não podia olhar para a mão de um homem que ele logo fechava a cara, mais era puro amor... Até que o pior dia da vida deles chegou, meu pai foi convocado para servir nosso país, ou em outras palavras, o Pequeno Príncipe  teve que ir se encontrar com a serpente... Ele não tinha o que fazer se não ir. Enquanto estava lá, teve que tomar antidepressivos pois não aguentava ver tanta gente morta, que provavelmente tinha uma família, amigos, esposa, e muitas vezes, ele que tinha matado o sujeito. Um ano se passou,  e nenhuma notícia de meu pai, parou de mandar cartas, desapareceu, so depois de um tempo que um soldado, amigo do meu pai, passou la em casa para avisar à minha mãe que seu marido tinha morrido na guerra, mais não morreu porque um soldado teve que matalo, morreu de o overdose, não puderam fazer nada para ajudar. A mesma, quase entrou em depressão, minha mãe me deixou de lado, mais não demorou mais de dois dias para ela perceber que o que estava fazendo era surreal, que não podia deixar esse lamentável ocorrido abalar ela, pois a mesma tinha uma filha para criar.
O que eu não entendo, era que antes da minha mãe morrer, todos da minha família eram muito unidos em relação a mim e a ela, mais depois.. mesmo antes de saberem sobre meu vício. Nem querem mais saber sobre mim.

Sra. Piscopata de Pulsos CortadosOnde histórias criam vida. Descubra agora