A garota dos monstros

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Sempre acreditei no sobrenatural, mas nunca pensei que seria tão amedrontador ver uma dessas criaturas de perto.

Foi em um dia ensolarado depois da escola, eu estava voltando para a casa, pensando em como queria ter uma vida diferente, ter meus pais comigo por mais um único dia, eles haviam morrido muito misteriosamente em alguma floresta.

Foi a apenas dois meses que recebi essa terrível notícia. Mas eu sei o que lhes aconteceu,e não é nada como os policiais disseram, eles não se perderam e acabaram morrendo de fome e frio isolados no meio do mato. Tenho certeza de que foi um monstro que os capturou e eles ainda podem estar vivos, talvez um Wendigo tenha os escondido e esteja esperando o momento certo para…

Não, eles não estão mortos e eu não irei desistir até encontrá-los. Por isso estou indo para a casa de Lecter, meu melhor amigo, nós vamos preparar tudo e ir procurá-los, matar esse ou qualquer outro monstro que esteja lá e tudo vai voltar ao normal.

Bem, eu estava indo por um caminho diferente ,que poucas vezes usava e percebi que começara a ficar frio,uma neblina densa me impedia de ver um palmo a minha frente. Comecei a correr desesperadamente, com medo de que fosse algum fantasma querendo me pegar. “Acho que tenho que parar de assistir tantos filmes de terror”, lembro de ter pensado antes de algo bater na minha cabeça.

Depois de um certo tempo, acordei em um lugar totalmente diferente. Era uma casa estranha, escura e mórbida, mas então percebi… Aquela era minha antiga casa, de quando eu tinha apenas três anos de idade. Resolvi subir as escadas até meu antigo quarto e comecei a chamar pelos meus pais. “Será que eu tinha voltado no tempo?”.

Subindo de dois em dois degraus, encontrei com minha mãe perguntando o motivo de estar desesperada, correndo pela casa aos gritos. Assim que a vi, não me aguentei e dei-lhe um abraço apertado. Quando finalmente soltei, vi meu pai, sorrindo atrás dela.

“Ficou com tanta saudade assim de sua mãe? Foram apenas duas semanas…” ele disse enquanto eu o abraçava. “Eu estava com tanta saudade...Mas por que estamos nessa casa?”.

Meus pais me olharam intrigados “ Essa é nossa casa, não se lembra mais?”, meu pai respondeu. “ Estávamos acampando, mas ficamos com muitas saudades de nossos filhos” e assim que ele terminou de falar percebi que alguém estava observando-os.

Era seu irmão mais velho que, há alguns anos tinha ido morar em outro país, mas acabara morto em um acidente de carro… Era impossível que ele estivesse ali. Então… Não…

Comecei a gritar histericamente, apenas depois de todo quele tempo foi que me dei conta de que tudo aquilo era um sonho, um sonho produzido por um Djinn. E o pior, talvez eu já estivesse morrendo presa nesse sonho estúpido.

Foi aí que tudo começou a girar, a neblina voltou enquanto eu implorava para sair, mas então ouvi gritos horríveis a minha volta, eram meus pais, e quando olhei para o lado os vi sendo arrastados por uma criatura enorme e horrível, o Wendigo.

Tentei correr até eles, mas quando finalmente me aproximei o suficiente para tocá-los, tudo se transformou e eu estava em uma rua deserta e escura. Ouvi um cantar de pneus estridente e quando procurei pela origem do som vi meu irmão dentro de um carro que estava de ponta cabeça. Ele tentava se soltar do cinto desesperado, mas eu sabia que não podia ajudá-lo. Simplesmente fechei os olhos e ouvi o som da explosão, sentindo o calor tão proximo que parecia me queimar.

Quando abri os olhos novamente, estava em um galpão fétido, amarrada a um  corrimão de ferro, comecei a tentar me soltar, mas parei assim que vi alguém andando em minha direção. Um homem todo tatuado, um Djinn.

Finalmente consegui me soltar das cordas e corri para a primeira saída que consegui encontrar. Ele veio correndo atrás,quase me alcançando. Aumentei a velocidade e vi,de relance minha bolsa da escola.”Graças a Deus eu tenho tanto vício em filmes de terror”.

Corri naquela direção e me joguei em cima da bolsa, o Djinn já estava em cima de mim. Abri a bolsa e o golpeei com a faca que sempre levo escondida.Quando senti seu sangue escorrer,torci a faca mais uma vez e o monstro deu seu último suspiro,desabando em cima de mim.

Tirei-o de cima de mim, peguei minhas coisas e sai correndo, sem direção. Corri por horas até finalmente fazer uma curva e encontrar a casa de Lecter, bati desesperada na porta e quando ele abriu, disse: “Vamos atrás desse maldito Wendigo”.

Dois dias depois e eu estou aqui, pronta para queimar o monstro que prendeu meus pais “ Eu te amo”,sussurrei para minha mãe quase desmaiada, minutos antes de queimar o monstro que vinha para me matar.

Oii, o que acharam? Eu me baseei na série americana Supernatural para fazer esse texto em uma aula de ensino religioso. (Até agora não entendi porque ele fez essa proposta de conto de mistério, mas eu amei fazer)

Redação Da EscolaOnde histórias criam vida. Descubra agora