Cap - 1

17.8K 1.5K 122
                                    


Eloísa

Oi, pra quem não me conhece, me chamo Eloísa Souza. Nesse momento, estou tentando convencer o Luke, meu irmãozinho, a vestir o uniforme para ir a escolinha.
O grande problema é que ele é deficiente auditivo, e a escolinha pública não tem muito recursos para crianças como ele. Eu o amo de paixão. Eu o crio desde seus seis meses de vida. Por um exame que foi feito quando ele nasceu, descobrimos que sua audição, era quase zero.
Lembro que minha mãe ficou histérica. Não aceitava o filho assim. Não o amamentou e o ignorou, agiu como se ele não existisse. Eu cuidei dele, pois meu pai, se afundou no álcool. Na época, eu tinha quinze anos. Alguns meses após o nascimento de Luke, eu acordo com o seu choro. Eu o acolho em meus braços e sigo para a cozinha preparar a sua mamadeira. Percebo a casa terrivelmente silenciosa, tendo apenas o ronco vindo da sala, indicando que meu pai havia chegado bêbado outra vez. Estranho não estar ouvindo o som da TV do quarto de minha mãe, e vou até lá  encontrando o nada. Só havia a cama arrumada, seus cosméticos haviam sumidos da cômoda, assim como as roupas e a mala, que estavam dentro do guarda-roupas. Não havia um bilhete, nem nada.
Meu pai que já bebia, passou a jogar. Minha vizinha Dona Vera, tinha uma confecção de lingeries, eu conhecia sua filha, Alice, estudávamos juntas. Dona Vera, vendo que nossa situação estava cada vez pior, me chamou para trabalhar com ela em sua empresa. Aprendi a costurar, e hoje eu sustento a mim e ao Luke, meu príncipe.
No ano passado, fui chamada no meu trabalho por um policial, dizendo que meu pai, foi encontrado morto em um beco próximo daqui.
Foi um momento complicado da minha vida. Mas hoje, eu batalho pela minha vida, que é o Lucas. Minha mãe, nunca ligou ou deu satisfação se estava viva ou morta. Para mim, morta claro.
Falo com o Luke, "vamos para a escola", temos um tipo de sinal, para nos comunicar. Ele emburra e diz que não.
"Meu amor, preciso trabalhar pra comprar doces pra você ". Ele sorri, e concorda. Pegamos nossas coisas e saímos correndo, pois são 5:45am, e eu entro no trabalho as 6:30am.
Estamos quase chegando na creche, Luke vê a professora Mari, larga da minha mão e corre em direção à ela. Quando olho, vem um carro em sua direção, ele não ouve, está alheio ao que acontece. Eu tento gritar, mas é em vão. Tudo passa como um flash. Saio correndo em direção ao Luke, o empurro, é quando vejo os faróis e ouço o som dos freios. O carro bate em minha perna esquerda, sou jogada sobre o capô. Sinto uma pancada na cabeça, minha visão vai escurecendo, a última coisa que vejo quando estou no chão, é o olhar de desespero do Luke, abraçado com a professora.

...

Igor***

Belíssima noite. Estou vindo agora da boate, com a delícia da Duda. Nesse momento, a safada está fazendo aquilo que faz melhor. Um belo boquete. Ela é minha "amiga", estou com ela pelo sexo fácil, nada mais.
— Isso gata! Continue. – digo, enquanto ela me suga com maestria. — Isso, (hmm).
Ela desliza a língua por todo meu membro. Estou dirigindo, claro que estou mais devagar, não estou louco pra correr nesse estado. E também, por que pressa? Se está bom demais no carro...
Ela suga com vontade, é muito gulosa, estou quase lá. Olho para a rua, vejo uma criança correr na faixa. Tudo acontece muito rápido, sua mãe grita com ele, ele parece não ouvir. Ela se joga na frente do carro e o empurra pra longe, mas não consigo desviar dela, meu carro a pega em cheio. Vejo somente ela cair no chão.
— Ai! – resmunga Duda, com a mão na cabeça.
— Au! Ai Duda, você me mordeu! – digo, enquanto tento me ajeitar.
— Ai Igor, bati minha cabeça.
— Meu Deus, atropelei uma mulher.
Puxo minhas calças e a fecho. Tenho quase a certeza, que meu pau ficou com marcas de dentes. Estava ardendo pra caramba. Tiro a Duda de cima de mim, e vou socorrer a mulher.
Saio do carro, vejo um bando de curiosos formando um círculo. Olho para o lado, o menino que era pra eu ter atingido, está com o joelho e o cotovelo arranhado. Ele chora muito, quer ir até a mulher, mas a professora não deixa. Vou até a mulher que eu atropelei, me abaixo, inclinando meu corpo em cima do dela. Olho para ela caída no chão.
— Meu Deus. Será que você a matou?
Olho para o lado, Duda está com um pequeno galo na cabeça.
— Cala a boca, Duda! Chama a ambulância. – digo irritado com o que eu tinha acabado de ouvir.
Olho para a mulher caída no chão. Seus cabelos estão no rosto. Tiro-os de seu rosto, e me assusto com o que vejo. Ela é nova! Deve ter no máximo vinte anos. É linda. Lábios carnudos, pele clara. Meu Deus! Eu atropelei a moça, e estou tarando ela.
De repente, o menino vem ao meu encontro, me empurra e abraça a moça caída no chão.
— Calma, vai ficar tudo bem. Ela é sua mãe? – o garoto não me responde. — Hei! Garoto! Estou falando com você.
— Ele não ouve. É deficiente auditivo. – me responde a professora.
— Ela é mãe dele? – pergunto, admirado.
— Não, é irmã. Mas é como se fosse.
— Onde estão os pais dele?
— Ele não tem ninguém. Só ela.
Olho para a professora e depois olho novamente para a criança e a garota. Como uma mulher tão jovem poderia cuidar sozinha de uma criança que não falava?
Nesse instante o socorro chega. Peço para levarem ao hospital particular da cidade. Olho para o garoto, que está desesperado.
— Você pode ir junto ao hospital?– pergunto à professora, que está próxima do garoto.
— Não, eu tenho que cuidar das crianças. – ela diz, indicando a escola logo atrás.
— Não tem ninguém que possa ir junto? Um vizinho, ou amigo?
— Não, somente uma amiga da Eloísa. .
— Ok, peço que a senhora entre em contato com ela, eu vou ao hospital. Será que você pode falar para o garoto ir junto comigo? Assim, ele fica perto da irmã.
— Eu não posso permitir que o senhor leve a criança, não o conhecemos...
— Sou Igor Schmidt. Filho do dono das indústrias Schmidt. – digo, mostrando a minha habilitação, junto de um cartão de visitas.
—  Oh meu Deus! Eu não o reconheci.
Isso sempre funciona. ....

Despertar da paixão _ DISPONÍVEL NO KINDLE Onde histórias criam vida. Descubra agora