diabetes 🐚 jack + yeom

deixado de lado como os vocais de wen junhui

Jackson acordou, então, e foi até Mark, e os dois arranjaram quaisquer lugares - não importava desde que um ficasse ao lado do outro. Mark, durante uns bons minutos, brincou de escorregar o bumbum pela cadeira de plástico, enquanto Jackson quase não parou de pensar no garoto visto momentos atrás.

Raramente tinha ao menos um pouco de preocupação em relação a cada um que estava a seu redor na associação. Se esse fosse o caso, Wang teria muito mais amigos. No entanto, aquele parecia ser totalmente diferente. E não adiantava que sua mente desse seu máximo para puxar as memórias de volta, Jackson podia jurar que nunca o havia visto antes.

Kim puxou uma cadeira. Com um sorriso falso e amarelo, olhou para quem estava ao seu lado:

"Oi", soltou um riso forçado, "Estou aqui sentando ao lado de vocês porque vi vocês na entrada e parecem ser os mais legais"

"Olá", o americano, não tirando os olhos do celular, curvou-se exageradamente mesmo sentado.

"Oi", o único jovem saudável a pisar naquele lugar respondeu entusiasmada e rapidamente, "Você é...?"

"Yugyeom. Kim Yugyeom"

"Meu nome é Jackson. Prazer", também se curvou em direção ao de cabelo tigelinha.

"Desculpe, Jackson o quê?"

"Jackson é meu nome. Eu sou meio americano. Jackson Wang"

"Interessante", os dois se sentaram.

Yugyeom não sabia ao certo o que havia acabado de experienciar, sendo que tinha dificuldade em se relacionar até mesmo com conhecidos, e provavelmente ele e o "meio americano" não seriam amigos. Embora começasse a se culpar por ter feito tudo - ainda que não fosse verdade -, o arrependimento maior era o de não ter pedido para que sua mãezinha o acompanhasse naquela jornada. E se alguém o notasse porque era novo e chamativo? A última coisa que ele queria era passar vergonha, o que era algumas vezes inevitável, como é a nós todos, no entanto seria ainda pior se envergonhar na primeira vez na associação.

E não somente sua primeira vez lá, de modo igual sua primeira em 1. conhecer alguém por si só, sem a ajuda de mais alguém, a primeira em 2. descobrir um problema de saúde, em 3. ficar horas no meio de um monte de gente sem a presença de um amigo e talvez também em 4. cumprimentar alguém e ele ignorar.

O honconguês, mesmo que não estivesse nervoso - como Yugyeom - batia os pés no chão sem cessar. Sabia que estragou tudo logo ao se apresentar, mas perseverante continuaria a conversar com aquele garoto.

"Mark", cutucou o amigo.

"O quê?", fuzilou a Jackson quando desviou o foco.

"Tente falar com ele"

"Ele quem?"

"Esse garoto que acabou de cumprimentar você - não me diga que não viu!"

"Ah, sei. O que você quer saber?"

"Deixe de ser indiscreto, é só que você é diabético, eu, não"

"Isso foi indiscreto"

Apesar de reclamar um pouco, Mark acabou se virando para que pudesse conversar melhor com Yugyeom.

"E aí, cara", exibiu um sorriso que dizia querer algo. O outro se impressionou com a intimidade que ele achava ter.

"Desculpe, eu acho que você não me disse seu nome"

"Meu nome é Mark. Você é diabético, também?"

"Caso você não tenha ouvido, sou Yugyeom. Você é diabético, também?"

"Não se pode responder uma pergunta com outra, principalmente se você for a repetir. Pelo visto, nós dois somos diabéticos, certo?"

"Sim, nunca vim aqui antes"

"Eu e Jackson percebemos. E o que você acha?"

"Do diabetes?", o mais inexperiente bufou comicamente, "Não estou gostando. Não entendo até agora o porquê disso ter acontecido comigo, e eu já deveria ter percebido ou alguém já deveria ter o dito pra mim, afinal já fazem alguns dias desde que eu descobri"

"Ninguém gosta, amigo. Mas uns dias é um tempo muito curto. Eu vivo com isso há anos, e creio que tudo se consegue com um pouco de ajuda e colaboração, essas coisas"

"Jackson e você são amigos? Vocês vêm sempre juntos?"

"Sim, mal me lembro quando o conheci. Sempre que a gente pode, vem pra cá passar o tempo"

"Você não acha nem um pouco ruim?"

"Eu acho isso neutro. É ruim, eu sei, ter sua vida a mercê de uma dieta, mas ao mesmo tempo me favorece por eventualmente dar umas risadas e conhecer pessoas como você, saber que a gente não 'tá sozinho..."

"Eu admiro. Venho estando muito triste desde a semana passada"

"Normal nas primeiras semanas. Mas eu espero que a gente se veja de novo e que você esteja novinho em folha na próxima vez"

Yugyeom não respondeu, na verdade. Só balançou a cabeça, ainda um pouco incrédulo com a aura de positividade de Mark.

"E... caso eu não seja suficiente e você não queira ficar sozinho, fale com o Jackson"

"Eu irei"

Uma ova.

Kim deu sorte do americano o ter chamado, pois se fosse por ele, a probabilidade daquilo acontecer abaixaria em uns trinta por cento.

Mark girou de volta para o amigo, depois disso o olhando com as sobrancelhas erguidas como se dissesse "Satisfeito?"

"Ah, qual é, não foi um esforço tão grande"

"Não quero dizer que me esforcei demais, mas você certamente ouviu toda a conversa"

"É verdade. Pela primeira vez no diálogo, você falou mais que a outra pessoa"

"Ótima observação. Você ainda quer falar com ele? Sinto muito se não, porque eu já o aconselhei que conversasse com você também"

"É claro que eu quero, Mark!"

De alguma forma, Wang foi tão áspero com a obviedade que aquilo causou um certo aperto no peito de Tuan. Acima de tudo, dependendo do modo como Jackson o poderia fazer, trocar o único amigo de anos por um diabético aleatório e inexperiente qualquer, só porque era bonitinho seria o maior erro que ele cometeria. Um tinha ao outro. Era impossível que aquilo acabasse de tal maneira.

Nenhum pensou em todas essas complicações quando o louro o disse. Mark apenas se sentiu machucado e deixado de lado, porém que tudo o que ele dissesse voltasse em dobro, e que tudo fosse conseguido com um pouco de ajuda e colaboração, essas coisas.

Seu amigo, por outro lado, ficou ansioso de repente. Uma das coisas que ele mais queria agora, curiosamente, era ter uma conversa com aquele do rosto engraçadinho.

"A gente não pode trocar de lugar...?", Jackson pediu em forma de pergunta.

"Beleza", o amigo assentiu.

"Você se sente melhor depois das palavras do Mark?", ele disse já se direcionando a Yugyeom.

"Um pouco", com vergonha, ele juntou as mãos.

"Você pretende vir de novo, certo?"

"Sinceramente, sim. Vocês dois já mudaram muita coisa nos meus planos. Obrigado, aliás", abaixou a cabeça.

"Espero que venhamos no mesmo dia, então"

"Posso passar pra vocês meu número de...?"

"Não, pra quê?"

Milhares de perguntas preencheram a mente do mais novo. Por que alguém recusaria? Que cara estranho.

"Você não quer mesmo?", a essa hora ele já segurava papel e caneta.

"Sério, eu prefiro que seja pessoalmente"

"Tudo bem se você diz..."