Capítulo 59

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Charlotte's POV

# três semanas depois

Levantei-me, ouvindo a ovação e fui para os bastidores. Estava na apresentação da minha escola de música e tínhamos acabado de tocar o tema de abertura, Bohemian Rhapsody dos Queen. Enquanto o diretor da escola fazia a habitual apresentação, dirigi-me às bancadas para ver se o Mikey já tinha chegado. A Kristin estava sentada ao lado da minha mãe e falavam alegremente e ao lado delas encontravam-se três cadeiras livres. Uma para o Mikey, outra para o Gerard e a última para a Silvia. Eu sei o que estão a pensar, que vai haver bronca entre os três, mas foram eles que quiseram estar todos presentes.

Sinto alguém abraçar-me de trás e reconheço os braços sendo os do Michael. Agarro-me a eles e inclino-me para trás. Ele tinha vindo substituir um dos guitarristas que tinha partido o braço à uma semana.

-Eles ainda não chegaram? – perguntou, beijando-me a cabeça.

-Ainda não... Já perderam o início e eu entro daqui a duas músicas... E se lhes aconteceu alguma coisa?

-Nada de mal aconteceu! Se calhar estão presos no trânsito ou alguém os reconheceu e ficaram a dar autógrafos! Não te preocupes com isso. Preocupa-te mas é com a Molly.

-Nem me digas nada. De tanto ensaiar ontem, acho que já não tem voz...

Fomos interrompidos pelo som de palmas a bater e ficámos ao lado do palco a ver o espetáculo enquanto não chegava a minha vez. Quando isso aconteceu, eu tremia que nem varas verdes.

Dirigi-me ao piano, entrando pelo lado direito do palco, enquanto a Molly entrava pelo lado esquerdo e se dirigia ao centro do placo onde se encontrava o microfone principal. Sentei-me no banco e ajustei o meu microfone, de modo a que conseguisse cantar a voz de fundo. Olhei para a audiência e vi os três atrasados a entrarem pela porta do fundo e a sentarem-se nos lugares reservados. Sorri, olhei para a Molly que me acenou com a cabeça e comecei a tocar a música My Immortal dos Evanescense e ela começou a cantar:

"I'm so tired of being here
Suppressed by all my childish fears
And if you have to leave
I wish that you would just leave
'Cause your presence still lingers here
And it won't leave me alone"

Falhou a voz à Molly e senti que ela não conseguia cantar mais. Ela virou-se para trás e pediu-me para parar de tocar. Eu ia fazê-lo mas o nosso professor, que se encontrava escondido atrás do pano, disse-me para eu continuar. E, assim, continuei a cantar:

"These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time cannot erase

When you cried, I'd wipe away all of your tears
When you'd scream, I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me"

Entretanto a Molly saíra do palco e apenas ficara eu, com um foco a iluminar-me. Quando acabei de cantar, dirigi-me ao centro do palco e recebi a minha maior salva de palmas. Saí do palco e entrei nos braços do Michael, que me abraçou e levantou do chão. Beijou-me a testa e entrou em palco, dirigindo-se à guitarra vermelha reservada para ele tocar Stairway To Heaven dos Led Zepeling.

Uma hora depois acabou o espetáculo e todos os participantes mais familiares foram jantar à cantina da escola secundária. Saí da sala de espetáculos e encontrei os meus pais a conversar animadamente com o Mikey, com a Kristin e com o Gerard, enquanto Silvia ficava a olhar num canto, eles ainda tentavam falar com ela, pelo menos a minha mãe, mas sem resultados.

Suspirei e o Michael deu-me a sua mão, tentando dar-me apoio. Seguimos de encontro à minha família, a qual logo me congratulou pela minha performance. Agradeci e decidi que era melhor ir falar com a Silvia.

I'm ThereOnde histórias criam vida. Descubra agora