Protetores - O muro de Krapios

05 - Confiança

Charlotte continuava andando de um lado a outro, esperando Bostorn, que falava com um dos representantes dos protetores.

Desde o momento em que aquele homem entrou no castelo, a loira se perguntava o que aconteceria com Bostorn caso digam que ele é o culpado por tudo aquilo ou até mesmo o punissem por algo de errado acontecer lá.

- Charlotte? - Virou, ouvindo a voz de Jonathan. - Já sabe de alguma coisa?

Olhou para o irmão por um tempo, suspirando. Ele parecia, assim como ela, preocupado com o que o representante faria com Bostorn.

- Não, eu não sei de nada ainda. O que fizeram com o demônio?

- Está com os feiticeiros. Estão analisando, tentando descobrir como ele conseguiu passar pelas barreiras.

- E o Christian?

- Na sala de treinamento. - deu de ombros, olhando pros pés. - Você ta bem?

- Só um pouco preocupada, não gosto de saber que aquele cara pode tirar o Bostorn do controle do castelo.

- Fique tranquila, ele não vai. Agora vamos, precisa descansar.

Andou até a irmã, a pegando no colo e começou a andar até o primeiro andar, onde tinham os quartos.

- Sou uma protetora, não uma garotinha indefesa.

- Pra mim você é minha irmãzinha indefesa. - respondeu, rindo.

- Irmãzinha indefesa que pode arrancar sua cabeça a qualquer momento.

- Talvez não tão indefesa.

(...)

Isabelle esfregou a manga do casaco no rosto, limpando as lágrimas que insistiam em cair, enquanto abraçava seu irmão.

Estava de frente a lápide de sua mãe, olhando para a foto dela que puseram ali. Seu cabelo ruivo brilhante, refletido à luz do sol, ela estava sorrindo enquanto olhava para algum ponto distante. Isabelle sabia o que era esse ponto distante, era o seu pai.

O homem que a amou intensamente, o homem que a ajudou a cuidar de seus dois filhos, o homem que foi e sempre será seu herói.

William Fretcher.

O homem que não teve o corpo encontrado após o acidente de carro que sofreu com a esposa.

- Isabelle... tem certeza de que quer ficar perto daquelas pessoas? Você não as conhece! E se elas-

- Eu preciso descobrir o que aconteceu naquela noite. - Interrompeu o irmão, fechando os olhos - Preciso saber porque não encontraram o corpo do papai.

- Ele morreu, Isabelle. Assim como a mamãe. Saber ou não o que aconteceu naquela noite não vai mudar isso. Não vai mudar nada.

- Vai mudar! E se o papai estiver vivo? E se for um... d
emônio que fez isso? - disse a última parte mais baixo, olhando em volta. - Eu preciso saber...

Jeremy passou as mãos pelo rosto, respirando fundo. Segurou o braço da irmã e foi andando até o portão de saída do cemitério.

No caminho, ouviu alguns dos galhos que estavam pelo chão quebrando, assim como as folhas secas espalhadas pelo local.

Não tinha quase ninguém lá, fora eles e uma velhinha que jogava flores para o seu falecido marido.