Isabelle olhava para o piso da sala de treinamento, enquanto Bostorn, Elena, os feiticeiros e o representante dos protetores discutiam, tentando entender o que aconteceu com os dois demônios.
Estava encostada na parede, ao lado de uma grande espada dourada que já a tinha visto ser usada por Jonathan.
No outro canto, a ruiva podia ver Charlotte que estava pálida, aparentando estar assustada, enquanto conversava com seu irmão.
- Assustada, anjo? - Estremeceu, virando-se e deu de cara com Christian, que a olhava com um sorriso no canto dos lábios.
- Você me assustou! - disse, colocando uma mão no peito, respirando fundo. - Por que ainda estão aqui? Não deviam fazer alguma coisa? Digo... Essa coisa que vocês protetores fazem.
- Sim, devíamos. Mas eles estão ocupados demais discutindo. - respondeu, passando os dedos pelo seu cabelo, os bagunçando. - E aliás, você é uma de nós.
- Não, eu não sou. Eu não saio matando demônios, não uso espadas. - disse a ruiva, virando a cabeça. - Sou uma garota que está no segundo ano do Ensino Médio e quer ter uma vida normal!
- Seu ruivo é natural? - perguntou, inclinando a cabeça para o lado, olhando fixamente para Isabelle.
- O quê? - Olhou para o moreno, confusa. - Você tem problemas! Sérios problemas, Christian.
- E você se altera com muita facilidade. - disse, com um sorriso no canto dos lábios. - Fiz uma pergunta como qualquer outra, pena que a complicação está impregnada em sua alma.
- Você é um louco, Christian. Nem sei por que ainda converso com você.
- Porque não resiste à mim. Aliás, não fale a palavra "louco" enquanto não tem uma definição certa para a palavra.
- Quer saber? Eu vou sair daqui! - disse a ruiva, descruzando os braços e virou-se, começando a andar até a porta de saída.
Respirou fundo, abaixando um pouco a saia que usava, e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, olhando para onde Jonathan estava.
O loiro, como se sentisse o olhar, virou o rosto para Isabelle, sorrindo e piscou um olho, voltando sua atenção à Charlotte.
- Belas pernas. - Ouviu Christian dizer, a fazendo apressar os passos e sair.
(...)
A morena continuou caminhando, repassando cada palavra que lhe foi dita, antes de parar de frente à um grande portão prateado.
- Pode entrar, acompanhe-me. - disse o homem. - Aliás, qual seu nome?
- Milena. Sou uma protetora, assim como os que moram aqui. - respondeu, andando ao lado do homem.
- Tenho que comunicar sua chegada, estamos todos no meio de uma investigação importante, não sei se foi uma boa hora para aparecer.
Quanta arrogância. - pensou, Milena.
- Sem problemas, eu compreendo. Vou aguardar daqui. - disse, forçando um sorriso.
Então o homem entrou, indo para sabe-se Deus onde. Milena olhou ao redor, tentando gravar cada detalhe daquele enorme jardim. Cada entrada, cada saída, posição das árvores, onde os guardas ficavam.
Tentou dar um passo para entrar no castelo e revirou os olhos, ao ver uma barreira a impedindo de passar. Já tinha recebido a informação de que só podiam entrar os que fossem convidados, mas mesmo assim, queria testar essa barreira.
Olhou novamente para o portão, vendo uma mulher andar até ela. Era magra, tinha o cabelo longo e lisíssimo, brilhando enquanto ela andava, o que a fez sentir um pouco de inveja.
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Protetores - O muro de Krapios
FantasíaApós a morte de seus pais, Isabelle Fretcher se depara com um mundo novo, com pessoas novas, descobrindo coisas que ela achava não serem reais. Tudo isso aconteceu graças a Christian Underwood, que lhe mostrou essa nova forma de enxergar o mundo...