Desertora

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- Tenho a impressão de que já nos vimos antes em algum lugar. – exclamou Elijah quase revirando seus olhos ao encontrar Lucy.

- Sério? Eu também. – falou a loira parecendo odiar a ideia de estar vendo aquele anjo. – O que faz aqui?

- Deixe-me adivinhar. Seu nome é Lucy Allen Foster? – perguntou enquanto a Ceifadora caminhou para posicionar-se ao lado dele e juntos observarem Horatio sendo substituído por outro garoto e fazendo birra. – E eu achando mera coincidência o nome da irmã morta do meu novo protegido ser o mesmo da ceifadora e suicida arrogante.

- Do que me chamou? Suicida arrogante? – questionou quase que elevando seu tom de voz.

- Isso é bom. Você não é do tipo que se faz de vítima tapada. – retrucou Elijah seguindo em direção ao banco de substitutos vendo Horatio sentado olhando atentamente para o jogo. Lucy o acompanhou.

- Sinceramente, minha mão está coçando para bater na sua cara. – exclamou Lucy cerrando seus punhos de forma evidente. Elijah notou e a encarou.

- Você é sempre assim? – franziu suas sobrancelhas e semicerrou seus olhos em forma de desdém. – Agressiva, impulsiva, vingativa?

- Não. – balançou a cabeça negativamente. Uma mecha saltou para frente de seu corpo e ela rapidamente a colocou de volta no lugar. – Somente com idiotas. – ela andou em direção à arquibancada, que ficava aos fundos do banco dos reservas, e sentou-se. – O que faz aqui?

- Roupas brancas, ser angelical. – falou Elijah olhando para Lucy. – Eu devo ser um anjo, não é? Estou aqui para fazer meu trabalho. Proteger alguém... – voltou- se para Horatio e apontou para ele. – E esse alguém foi Horatio Allen Foster. – ele ergueu as mãos e movimentou-as tentando parecer feliz de uma forma sarcástica. – O seu irmão.

Lucy cruzou suas pernas e seus braços. Ergueu uma de suas sobrancelhas questionando o jeito como Elijah tratou o irmão dela.

- Não me leve a mal. Ele parece um ótimo garoto e vou gostar muito de proteger ele, mas nós dois não tivemos uma boa aproximação naquele dia. – ele andou lentamente, com as mãos nos bolsos da calça branca, na direção de Lucy vendo a olhar para o lado com desdém.

- Naquele dia chegamos num nível de proximidade diferente do esperado. Tipo, minha mão no seu rosto. – Lucy inclinou sua cabeça para o lado e riu forçadamente. Elijah retribui igualmente e sentou-se ao lado dela.

- Eu lhe perdoo. – falou de forma séria o que fez Lucy ri bem alto. Naquele momento, era ótimo ser invisível e inaudível para as pessoas que estavam ali assistindo ao jogo. – O que foi?

- Você que agiu feito idiota rebaixando a atitude dos Suicidas e agora vem aqui se fazer de vítima. – Lucy balançou a cabeça repreendendo Elijah.

- Desculpe-me. – aquela frase interrompeu a linha de raciocínio de Lucy que planejava dar um sermão. – Ainda tenho que aprender muita coisa.

- Como? – Lucy falou engasgando-se nas palavras que ia começar a proferir. – Você pediu desculpa? Logo você?

- Eu não sou orgulhoso. Eu admito quando erro. – Elijah apontou para si com um tom de voz alto mostrando a raiva que tinha de Lucy por duvidar do arrependimento do Anjo. – Você vai me perdoar ou não?

- Não sei. – ela olhou para Elijah com certo receio. – Depois eu vejo isso.

Elijah sentou-se ao lado dela e ficou admirando Horatio conversar com um de seus colegas de time. O Anjo olhou em volta procurando algo que não sabia o que era até que notou que Lucy o encarava.

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