III

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- É o meu limite. Se o Homem-Lobo é tão forte como dizem as histórias, ele por si só que explore essas ruínas amaldiçoadas. Para mim já chega disso, já sofri demais por causa dessa lenda antiga, não há nada além dessa muralha além de morte. - Disse Bjarni, incomodado; o olhar perdido entre o rosto gordo expressava o medo que cativava sob o couro pesado.

- Você conta a mesma história toda vez que guiamos algum viajante nos caminhos da montanha... Sua língua não cansa? - Retrucou Asmurd, aproximando-se dos carneiros de guerra. O rosto magro e o corpo esguio o diferenciavam do amigo corpulento.

- Faço isso para não esquecer do que houve no passado... - Tomou as rédeas de um dos carneiros e afagou-lhe a pelagem entre os chifres.

- O passado não importa mais. Deverias procurar fazer o contrário, tentar esquecê-lo.

- Sempre ouvi esse desprezo seu com as memórias de nossos antepassados, mas nunca vi você mostrar essa indiferença de forma concreta. Se és tão desapegado as lembranças, por que não entras pela fenda da muralha atrás do Homem-Lobo e do escudeiro? - Indagou, levemente exaltado.

- Loucura não é sinônimo de desapego. - Sorriu em deboche.

- Foi o que eu pensei. - Desdenhou.


A lança de TyrOnde histórias criam vida. Descubra agora