Meu Primeiro e Único Amor | G!P

• Seis •

- Você não entende, eu sou quem deveria te proteger de pessoas como eu, que se aproveitam de meninas ingênuas como você... e olhe que eu fiz, nunca me senti tão vil, como agora...

- Pare, Laur, por favor, pare! - Camila chorava, ela não podia acreditar que Lauren não a amava, que Lauren não havia percebido que algo maravilhoso e especial tinha acontecido, que cada palavra que ela pronunciava era como um golpe físico nela.

- Não,Camz, você que não está compreendendo! Como poderei encarar seus pais, meus pais, depois disso?! Eu sou como a irmã que você não teve para eles, meu papel sempre foi e sempre será de protegê-la, cuidar de você... Não denegri-la a uma qualquer, olha o estado que você está...

- Eu estava ótima, até você começar a falar esse monte de besteiras! - Gritou Camila - será que você não consegue ver? Eu amo você, sempre amei e...

- Não, por Cristo, não! O que você sente por mim, é somente uma admiração, um amor fraternal, você nem tem idade para saber o que realmente é amar alguém... Você é só uma criança e eu... me aproveitei de você.... Não tem desculpa o que fiz... - Lauren uma vez praguejou e xingou sem conseguir se controlar.

- Pare de achar que eu sou só uma criança, você não se aproveitou de mim, você sabe melhor que ninguém, que ninguém conseguiria fazer o que você fez se eu não deixasse, se eu não quisesse - Camila tentou se aproximar, mas Lauren não deixou, afastando- se - lembra, você mesmo me ensinou, eu monto cavalos desde os três anos e domo-os desde os dez, você acha que não tenho força para impedir alguém de por a mão em mim? Eu queria você, eu quero você, eu amo você...

Cada palavra de Camila fazia Lauren dar um passo para trás, Camila sabia que estava perdendo-a e isso a estava dilacerando e ela não sabia o que fazer para mudar o que estava acontecendo.

- Camz, me perdoe – Lauren tinha lágrimas nos olhos, Camila nunca tinha visto Lauren chorar, nunca. E vê-la tão abatida, envergonhada, a encheu de culpa e vergonha.

- Desculpe-me, perdoe-me, mas estou mal agora, preciso sair daqui, merda! Preciso... Estou me sentindo uma escrota. Eu não vou conseguir voltar para sua festa, como se nada tivesse acontecido. Sei que deveria ficar e lhe dar apoio, dizer coisas que amenizasse o que fiz, mas... simplesmente, não dá... Eu preciso sair daqui... Eu preciso ir embora...

- Não, Laur, fica comigo, por favor, eu..

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- Não, Camila, a única coisa que posso lhe dizer agora, é que esse sentimento que você pensa ter por mim...

- Eu não penso, eu tenho!

- Tudo bem, querida, tudo bem, esse sentimento que você tem por mim, irá se mostrar da maneira como ele é, que é admiração, paixão de adolescência e desaparecerá com o tempo e tenho medo que um dia você me odeie pelo que aconteceu hoje e eu não poderei viver com seu ódio...

E uma explosão de raiva acometeu Camila:

- Eu não vou odiá-la Lauren Jauregui, eu já a odeio...

Camila saiu correndo em direção a casa, segurando seu vestido todo amassado, chorando. Ela queria que Lauren viesse atrás dela, consolá-la, pegá-la nos braços dizendo que a amava, mas Laur não veio. E ela conseguiu com a ajuda de Dinah se recompor e voltar a festa, para não ter que dar maiores explicações aos pais. Ela lembrava-se que Dinah queria matar a irmã, mas ela disse que a deixasse em paz que toda culpa era dela mesma, acreditando que Lauren olharia uma menina como ela, como uma mulher.

E depois desse dia, Camila a havia visto somente em mais três ocasiões, dois natais e um aniversário de Dinah e somente por alguns minutos, que sempre que ela chegava, Lauren arrumava uma desculpa para ir embora. Lauren mudou-se da fazenda para o apartamento em Dallas, transferindo os principais negócios da família para o escritório de lá, alegando que assim facilitaria a abertura de novos contratos e negociações. E agora havia mais de três anos que elas não se viam e todas as vezes que Camila tentava contato, Lauren inventava uma desculpa, ou quando atendia suas ligações, falavam de banalidades. Lauren jamais mencionara o ocorrido e quando Camila tentava, ela desligava inventando mais desculpas.

Mas seu amor, não era somente admiração, não era uma paixão de adolescência e não desaparecera com o tempo, ela ainda amava Lauren, mesmo agora com 20 anos, ela não a havia esquecido e tinha certeza que esse telefonema de Dinah, mudaria para sempre sua vida.