Amargo na alma Capítulo 9

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O tempo passou a galopes. Tenho dedicado minha vida a obra de Deus, a creche e as crianças de rua.

Era uma tarde fria de agosto. Tenho feito a obra de Deus no turno da tarde, pois, é o melhor horário que tenho para colocar meu uniforme de obreira e ir para a igreja.

A reunião já havia começado. O pastor pediu a oferta e eu segurei o alforje.

De repente um membro atrasado se aproxima do altar depositando sua oferta e então meu coração disparou em uma troca de olhares com esse homem.

Passei a observá-lo diariamente até que um dia ele passou a vestir uniforme de obreiro.

A irmã dele que era obreira também, passou a trabalhar como educadora em minha creche.

Não demorou muito Claumir passou a ser voluntário da creche e logo assumiu como presidente da ONG.

A cozinheira, todos os dias quando o presidente chegava, preparava uma bandeja com café fresco e pão caseiro e pedia que eu servisse o presidente. Era então o momento que eu conversava com o Claumir.

Quando o obreiro percebeu que eu estava apaixonada por ele, foi até o pastor, que não permitiu que ele namorasse comigo e então ele abandonou a presidência da ONG, deixou de fazer serviço voluntário e, tristemente depois, abandonou a obra de Deus, deixando de ser obreiro.

Minha mãe era a maior incentivadora do trabalho da ONG, meu pai também, porém minha mãe me apoiava muito mais.

Fizemos uma festa de natal com as famílias das crianças da creche. Nessa festa resolvi diplomar os voluntários da creche. Minha mãe estava entre os voluntários homenageados.

Fiz um pequeno discurso em agradecimento aos pais e aos voluntários e, quando entreguei o diploma de voluntária a minha mãe fiquei extremamente emocionada com as palavras dela.

Ela disse:

Como bióloga, passei minha vida toda pesquisando a obra do Criador Deus; Como teóloga quis conhecer Deus e, como mãe, pude conhecer a obra de Deus na vida da minha filha. Eu como mãe, tinha o dever e a responsabilidade de cria-la e educa-la, mas para a minha surpresa quem me ensinou uma grande lição foi a minha filha. Lições da escola da vida.

Meses depois minha mãe sofreu quatro AVC e nos deixou.

Antes de minha mãe falecer tive a oportunidade de receber o perdão e a benção dela.

Amor bandido

Muitos anos se passaram. Dos parceiros que ajudavam voluntariamente na ONG Escola da Vida, grandes pessoas como Eduardo, Lourdes, Adilson, Solon, Otávio, minha irmã ,Claumir e meu cunhado Giuseppe. Giuseppe, cidadão italiana conseguiu levantar na comunidade europeia cento e vinte mil euros e de volta ao Brasil compramos uma casa que agora é sede definitiva da ONG Escola da Vida.

Nesta ONG tive a oportunidade de adotar três crianças . Filhos do crack. Filhos gerados não em meu ventre, mas sim em meu coração. Erick de oito anos portador de necessidades especiais, que havia sido meu aluno no programa de creche da ONG ,e, seu irmão Claudio com cinco anos que também tinha sido acolhido pela ONG Quando na época, aos dois anos de idade negativou o vírus do HIV e sífilis congênita. Ambos foram retirados da família por sofrerem abuso sexual pelo padrasto e a própria mãe.

Adotei também Sophia, uma bebê de setenta e três dias de vida que fora jogada no lixo por sua mãe.

A escolha de Sophia

Abusada,drogada e prostituidaOnde histórias criam vida. Descubra agora