The Unknown

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Um ano antes
Japão
Dom

Meu peito doía, minha respiração estava pesada. Eu não sabia o que me incomodava mais, a ideia de chegar atrasada em uma aula ou a minha cabeça que latejava.

Aquela bola era feito de concreto por acaso?

Parei no último degrau da escada. Apoiei minhas mãos nos joelhos, respirei fundo, contei até três, arrumei a postura, olhei o relógio em meu pulso. Cinco minutos atrasada. Merda!

Imagino que três batidas na porta seria o suficiente, ao abri-la pude sentir os olhares de toda a classe voltados para mim.

- Srta. Shinoda - Era a voz do professor. - Que bom que resolveu nos dar a honra de sua presença. - Há risos por toda a sala.

- Seria indelicado da minha parte não comparecer a uma aula tão importante, não acha? - Ele me observou por alguns segundos, antes de me mandar sentar.

Nunca fiquei tão feliz ao ouvir essas palavras, minhas pernas necessitavam de um descanso. Me joguei na cadeira ao lado da mesa de Orihime.

- Céus amiga, o que aconteceu com a sua testa? - Passei os dedos, e pude sentir um pequeno inchaço.

- Eu fui atingida, literalmente. Falta muito para essa aula acabar?

- Srta. Shinoda - Direciono minha atenção para o professor, que me olha com uma cara feia. - Posso dar continuidade a aula ou você prefere nos por a parte do que tanto conversa com a sua colega?

- Desculpe, mas estava justamente perguntado a ela o que eu havia perdido. - Forcei um sorriso.

- Como eu estava dizendo hoje não será uma aula comum. Vocês faram uma prova surpresa. - Os alunos resmugam. - Silêncio, por favor. O assunto da prova será o que estudamos na semana passada. Imagino que todos aqui tenham aprendido o suficiente para se sair bem.

- Puf. - Olhei para a Orihime. - Fomos enviadas direto para o matadouro.

Eu ri. Após o professor nos entregar a prova, o tempo parecia estar estacionado. Olhei ao redor e todos estavam concentrados no que faziam. A prova não estava difícil, acho que me sairia bem.

Por algum motivo não conseguia parar de pensar no garoto que conheci na quadra. Talvez seja porque minha cabeça ainda latejava, e ele era o culpado disso.

Assinalei a resposta da última questão, e o sinal bateu. Estava grata por ter terminado a tempo, esperava que Orihime tivesse conseguido o mesmo.

- Maju, preciso ir ao banheiro. Te encontro no corredor, tudo bem?

- Claro. - Terminei de guardar as minhas coisas e sai da sala.

Fui ao meu armário guardar um livro, e ao fecha-lo levei um susto.

- Céus, você por acaso tirou o dia para me matar? - Coloquei a mão no peito.

- Desculpa, eu só estava pensando em como chamar a sua atenção.

- Acho que conseguiu. - Fechei o armário.

- Eu não parei de pensar em você. - Sério? Que coincidência. - Precisava saber se estava mesmo bem. - Ele desviou o seu olhar do meu por um instante. - Você está?

- Sim, isso é muito gentil de sua parte. Obrigada. - Sorri.

- Que bom, mas acho que queira me matar agora não é? - Passou seus dedos no inchaço em minha testa.

- Confesso que pensei um pouco a respeito. - Ele fingiu estar assustado.

- Eu deveria correr agora? - Um sorriso se formou em seus lábios.

- Só se sentir que deve. - Tentei soar o mais séria possível.

- Eu não sinto. - Seus olhos se fixaram nos meus.

- Hey, Maju. - Voltei a minha atenção a menina que agora estava ao meu lado. - Desculpa a demora. - Ela agora encarava o garoto a minha frente.

- Eu preciso ir. Sinto muito por isso. - Apontou para minha testa, e saiu. Fiquei o olhando se afastar, só agora percebi que ainda não sabia o seu nome.

Orihime fingiu estar secando algo em meus lábios. - Uau, você está literalmente babando por esse cara.

- Não seja boba. - Afastei sua mão.

- Quem era? - Ela olhou para a multidão de pessoas no corredor, aparentemente tentando encontrá-lo.

- Pode-se dizer que ele é a razão disso. - Fiz um gesto com a mão.

- Então foi ele quem te acertou em cheio. - Ela sorriu.

- Do que está rindo?

- Você tem mesmo o dom de ser agredida. - Era estranho e engraçado ao mesmo tempo. Havia dito o mesmo para aquele garoto.

Coloquei meu braço no ombro de Orihime. - Estou começando a acreditar seriamente nisso.

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