Dylan Taylor

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Entrei no meu carro ainda atordoado pelo simples beijo que dei na bochecha de Anne. Isso só me fez querer provar a maciez dos seus lábios. É errado, eu sei! As coisas não são mais como antes entre mim e Anne, continuamos na fase de amigos e eu tenho uma namorada, que é linda por sinal. Não é justo magoá-la.

Mas é justo eu esconder uma paixão de anos?

Soco o volante a minha frente querendo me livrar de tudo. Eu tive minha oportunidade de contar que gosto dela, mas a deixei partir, ir para França. Sou um burro! Nunca pensei que ela fosse voltar e ainda por cima tão linda. Suas palavras de que não iria mais sumir quase me fez ajoelhar em sua frente. Eu desejava ouvir isso há cinco anos e não agora que estou com minha vida quase completa.

Estaciono meu carro em frente a minha loja de artesanato e entro subindo as escadas para o segundo andar onde moro. O cheiro de comida atinge meu estômago e percebo que não comi nada a tarde.

-Dylan? - Mary sai da cozinha com sua saia longa e uma blusa curta. - Onde estava? Eu te liguei tantas vezes, estava começando a ficar preocupada.

Ela enrosca seu corpo no meu e a seguro pela cintura com um só braço.

-Desculpe, não pretendia ficar muito tempo com Lauren e Robert. -digo e beijo seus lábios, enquanto ela sorrir.

Mary sabe que eu adotei uma segunda família que é a família de Anne, ela só não sabe quem é Anne e nem do que representa em mim. Mary foi comigo comemorar o natal do ano passado e se deu muito bem com todos, lá soube de Anne e que éramos amigos. Com certeza me acompanhará esse ano.

-Era só atender seu telefone. - me dá uma falsa bronca e tira meu casaco. - Então, compraram a árvore?

-Acabou que não, vai ficar para amanhã. O que está cozinhando?

Vou para a cozinha mudando de assunto.

-Macarrão e almôndegas e fiz também suco de laranja.

-Está com uma cara boa! - viro para ela e a puxo pela cintura. -Espera eu tomar um banho?

-Dylan... O que foi? - indaga me observando e beijo rapidamente seus lábios.

-Como assim?

-Você parece ansioso... Está diferente.

-Impressão sua.

-Por que demorou tanto tempo na casa dos Lee e nem sequer saiu para comprar a árvore?

Solto o ar e resolvo falar de uma vez escondendo meus sentimentos, não quero que ela sofra e de qualquer forma elas acabariam se encontrando.

-Demorei porque a neta deles chegou hoje de viagem. - falo me dirigindo a pia encostando meu corpo.

-A Anne? - confirmo fazendo uma cara passível. - Você nunca me falou dela.

-Não tem muito que falar, ela foi embora depois que os pais morreram e eu achei que não voltaria mais. - vejo a testa de Mary enrugar rapidamente.

-Não gosta dela? - pelo contrário!

-Claro que gosto Mary! Existe uma amizade entre nós. Uma amizade de muitos anos, sabe que fomos amigos. Mas como disse antes, só não falava porque achei que não voltaria mais.

-Tem certeza que é só amizade? - pergunta e respiro fundo.

-Tenho.

-Me parece que é uma amizade muito importante. - sorrio diante de sua alegação e lembro ligeiramente de Anne me chamando para brincar.

Anne e Dylan - Um conto de natalOnde histórias criam vida. Descubra agora