Capítulo 2

3.1K 257 8
                                    

Eu morava em um edifício residencial com mais de cinquenta andares. Meu apartamento era bem espaçoso, e eu não poderia achar melhor.

Entrei em casa batendo a porta atrás de mim. Era 18 horas, o que significava que meu namorado — incrivelmente perfeito — estava fazendo o jantar. Joguei minha bolsa no sofá, soltei os cabelos e andei sensualmente até a cozinha.

Max estava lá, apenas de calça jeans, mexendo o conteúdo das panelas do fogão. Cheguei por trás dele sorrateiramente, deslizando minhas mãos por seu abdômen nu e esculpido.

— Olá... — disse ele, com um sorriso na voz.

— Olá... — ronronei

Ele se virou, pegando-me em seus braços fortes e me dando um beijo feroz e caloroso. Um beijo que sugeria sexo.

Seus lábios foram para meu pescoço, e precisei de força para raciocinar.

— Max... — Eu ri. — O jantar vai queimar

— Droga! — Ele me soltou, correndo para as panelas. — Você não serve como assistente de cozinheiro.

— Ah, puxa. — Fiz biquinho

— Como foi seu dia?— Ele sorriu

Eu o adorava. Além de ser atencioso, engraçado, e gentil, ele era lindo. Os cabelos estavam desgrenhados, os olhos azuis iluminados e o sorriso jovial estampado em seu rosto. A calça jeans prendia no V sexy de sua cintura, deixando-me fascinada pelo meu deus Apolo particular. Ele tinha 1,80 de altura, o que o tornava na altura perfeita para mim, e perfeito para ser um galã de filmes. Afinal, ser ator era o que ele mais queria. Não poderia dizer que achava ruim. Imagine eu namorando um ator famoso?

— Foi bem — respondi, por fim. — Tive um problema com meu vestido, mas...

— Eu fiz um teste hoje. — Ele me interrompeu. — É para fazer o papel de um policial.

— Isso é ótimo, amor — sorri.

— É mesmo. — Ele desligou o fogo das panelas. — Vamos jantar.

Passamos o jantar falando sobre o papel dele como policial. Ele parecia bem confiante, e eu torcia para ele conseguir.

Depois de comermos, eu fui lavar a louça enquanto ele desfazia a mesa. Meu estômago estava se revirando, deixando-me um pouco enjoada.

— Acha que devo ligar para eles amanhã? — perguntou Max. — Para saber sobre o papel...

— Acho que deve esperar — disse, sentindo minha boca salivar, prestes a jogar tudo para fora.

— É. Assim fica mais importante.

— Eu acho que vou vomitar — avisei.

— O quê? — Max se afastou.

Corri para o banheiro da cozinha e me debrucei sobre o vaso e pus tudo para fora. Eu odiava vomitar.

— Deuses, Ella! — Max exclamou da porta do banheiro.

— Sai daqui! — Vomitei mais.

— Tá bom... — Ele saiu.

Depois de me livrar do meu jantar e escovar meus dentes; fui para meu quarto. Max estava deitado, só de cueca, olhando seu celular. Assim que me viu, deixou-o de lado.

— Você está bem? — ele perguntou.

— Sim... — respondi.

— Que bom. — Ele suspirou, aliviado. — Estava vendo umas fotos de como posar para policial.

— Ah... — Tentei sorrir. — Você vai ficar ótimo de policial.

— Você acha? — Ele sorriu, malicioso.

— Sim... — Senti meu estômago revirar.

— Concordo com você, amor. — Ele colocou os braços atrás da cabeça.
— Vou tomar um banho.

— Tá bem. — Ele sorriu e voltou para seu celular

Entrei no banheiro sem enrolar para entrar na água quente. Era tudo que eu estava precisando. O dia não estava saindo como de costume. Tá que algo muito louco acontecia comigo às vezes, como jogar suco de uva em velhos, mas ter problemas com roupas e vomitar, com certeza, não fazia parte de minha rotina. Voltei para o quarto trajando minha lingerie. Max já estava dormindo, e eu não hesitei em fazer o mesmo.

Acordei cedo no dia seguinte. Max ainda dormia enrolado nos cobertores. Eu fui para o banheiro em busca de meu banho gelado. Meu estômago ainda estava agitado devido à atividade anormal da noite anterior. Não sabia o que causara aquele enjoo, mas estava convencida de que foi algo que Max colocara no jantar. Outra coisa da qual queria me convencer, até porque tudo parecia bem comum na noite anterior.

O que está havendo comigo?

Fiquei tentada a acordar Max para pedir ajuda a ele, mas achei que não deveria enchê-lo com uma besteira dessas.

Não foi nada, Ella...

Depois de vestida e pronta para o trabalho, permiti-me tomar um suco de maracujá. Max havia saído sem me dar tchau, como sempre. Eu achava isso comum, afinal, sabia como é vida de emprego movimentado. Mesmo que ele ainda não fosse um ator legítimo.

Enfim, fechei meu apartamento e segui para o trabalho. Era sexta-feira, e, no dia seguinte, teria a abertura do meu novo spá. Estava ansiosa para cortar a fita vermelha e inaugurar meu novo sucesso. Aliás, tinha um bom pressentimento sobre esse spá na praia. Consegui sorrir ao pensar nas águas verde-mar da praia de Montauk.

Ah, aquela brisa perfeita de praia...

Cheguei a meu escritório por volta das 09h15min. Teria que deixar as coisas em ordem, já que não iria ali pelo resto do mês, pois ficaria contratando novos funcionários para o novo spá.

Estou pensando muito nesse novo spá...

Comecei a verificar a satisfação dos clientes, quando Greta entrou desesperada na minha sala.

— Desculpe! Desculpe! — ela implorou.

— O que houve? — perguntei.

— Esqueci de comprar ontem. — Ela colocou a caixa de absorvente na mesa.

A temperatura pareceu cair. Meu ciclo ainda não havia chegado. Era para ter iniciado semana anterior, mas não. Claro que, para mim, era normal mudar de data. Porém, nunca atrasara duas semanas. Se eu estivesse certa, estava há mais de um mês sem menstruar.

Se eu estivesse em pé, teria caído.

— Chefe? — chamou Greta.

— Marque uma consulta com minha ginecologista para hoje, o quão antes, entendeu? — mandei.

— Sim, senhora. — Ela saiu, discando em seu telefone.

Fui para frente do espelho, mas não havia nada de novo em mim. Eu estava mais pálida, claro, mas nada havia mudado. Talvez eu estivesse com mais seios, e com o quadril mais largo, mas isso queria dizer o que eu achava que fosse?

Decidi me concentrar em meu trabalho para que eu não entrasse em pânico.

O Meu Casamento de MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora