Antes de começar a contar a minha história, eu gostaria de informar que essa história não possui um final feliz. Não tenho como (e nem pretensão de) modificar o rumo da história, pois ela será atualizada de acordo com o desenrolar real da minha vida. Obviamente, irei mudar os nomes das pessoas, até para proteger a minha identidade. Dito isso, vou começar falando um pouco sobre mim.
Sou apenas um jovem-adulto comum que faz um tratamento para depressão e que mora sozinho, muito longe da família. Saí de casa para estudar em outro estado, e foi assim que eu conheci ele, meu melhor amigo. Ele não foi a primeira pessoa por quem eu me apaixonei e muito provavelmente não será a última, mas não lembro de ter sentido algo tão intenso e puro por alguém.
Você deve estar se perguntando: intenso e puro? Tudo bem, irei explicar melhor. Sabe aquela paixão na qual não se consegue ver o outro de forma sexualizada? É exatamente isso. Eu só consigo ver ele como um companheiro, uma pessoa para construir aquele relacionamento clichê, conversarmos sobre tudo, sairmos juntos e coisas do tipo. O problema, e acho que é o que mais dói, é que isso é totalmente impossível. Entendeu agora por que a história não terá um final feliz?
Possuo um Tumblr onde eu escrevo meus textos no qual eu desabafo sobre o que me aflige e, olhando minhas últimas postagens, percebi que a primeira vez que eu escrevi sobre ele foi a seis meses atrás, que foi quando eu e ele ficamos muito mais próximos. Levando em conta que eu me mudei a um ano e 10 meses, levou um certo tempo para desenvolver algo. Atualmente, não sei se estou confuso pelo fato de eu não ter sido tratado com tanto carinho por alguém ou se eu realmente estou apaixonado, mas eu adoraria conseguir esquecer tudo, mas até agora foi em vão.
Ele é uma pessoa maravilhosa, que vive devaneando e muitas vezes ninguém entende o que ele fala. Na minha sala, muita gente não gosta dele ou de conversar com ele, mas eu adoro e acho fofo quando ele começa a se perder no próprio pensamento. Acho até engraçado quando dizem que eu sou o único que consigo conversar com ele. Seu sonho é ser roteirista e cineasta, inclusive ele escreve mil roteiros e há boatos que eu sou personagem em um deles. Adora rock, festas de música eletrônica, tirinhas do Calvin & Hobbes e é cinéfilo de carteirinha (essa parte é meio óbvia). Até esse ponto, pode parecer um estereótipo de filme estadunidense, mas ele é bem brasileiro e real.
Nossa amizade é muito saudável e curiosa. A gente está sempre juntos, seja em um café chique na orla da cidade ou em um boteco no qual os universitário geralmente vão. Nosso hobby? Comer cachorro quente. Por ele ser muito devaneador e eu mais pé no chão, ele fala que ele é Calvin e eu sou o Hobbes, o que faz muito sentido, para ser sincero. O curioso é que muita gente shippa a gente e nós até brincamos com isso, chamando um ao outro de namorado ou de "meu homem". Para ele é engraçado, para mim é complicado pois meio que mexe com uma insegurança, mas eu fico calado.
Eu conversei sobre minha terapeuta sobre ele, sobre meu medo de perder a amizade. O que ela achou? Mais uma pessoa shippando a gente. Ela falou para eu ter cautela, mas também para ficar atento a possíveis sinais de um interesse partindo dele. Como ele é heterossexual, eu não acredito que eu possa ter uma chance, até por que eu não sou um exemplo de padrão de beleza e ele claramente tem interesse em mulheres. Sinceramente, estou muito perdido e confuso.
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Desilusão
Non-FictionEssa história não possui um final feliz. O que se passa na vida de um jovem-adulto que se apaixonou pelo melhor amigo? O desenrolar dessa história será feita com base nos fatos reais da vida desse que vos escreve.