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Harry

A luz do sol começa a bater-me nos olhos e lentamente vou abrindo-os. De início, não reconheci o quarto mas depois olhei para o meu peito e lembrei-me da noite de ontem.

Rita estava com a cabeça pousada em cima do meu peito e a sua cabeça mexia consoante a minha respiração. Sinceramente não a queria acordar, ela estava tão calma, tão serena que me sentiria culpado se a fosse acordar. O seu lindo cabelo castanho parecia que brilhava devido aos raios do sol estarem a bater diretamente nele. Comecei a fazer movimentos lentos pelo seu cabelo e só então reparei no quanto era macio. Por mim, passava o dia todo a mexer-lhe no cabelo e vê-la a dormir no meu peito mas este seria o nosso último dia no Porto. Ou será que não? Como não temos mais concertos podia cá ficar mais uns tempos e não precisava de guarda-costas. Só precisava da Rita a meu lado, por muito estranho que isto parecesse visto que a conheço há relativamente pouco tempo. Rita começa-se a mexer lentamente e espreguiça-se. De certeza que ainda não se lembrou que eu fiquei cá a dormir e deve ser por isso que está a fazer uma força enorme contra mim.

- Harry? Ai desculpa! Não me lembrei que estavas aqui, desculpa.

- Bom dia. Não te preocupes. Dormiste bem?

- Muito bem, na realidade bem de mais. Já não dormia assim há algum tempo e tu de certeza que não dormiste nada. Serviste de minha almofada a noite toda. – Rita estava deveras envergonhada.

- Não tem mal. Eu gosto de servir de almofada. Mas só para quem merece e tu mereces.

- Oh não digas isso. Deixas-me envergonhada.

- Desculpe, minha senhora. Vamos comer? Estou com uma fome enorme.

- Claro, mas duvido que haja aí alguma coisa que sirva para alguém famoso como tu. Provavelmente só há cereais.

- Mas eu não disse que comeríamos em casa. – Fiz cara de chocado.

- Ai não?

- Não. Veste uma roupa que hoje vamos comer fora.

- Não. Tenho de trabalhar.

- Rita, é sábado! – relembrei-a.

- Pois é, e felizmente eu não trabalho aos sábados. Também preciso de descansar.

- Exatamente, por isso mesmo é que vamos tomar o pequeno-almoço fora.

Queria mesmo voltar a beijá-la, sentir os seus lábios junto dos meus, sentir que ela é minha. Mas sei que seria arriscado fazê-lo, principalmente depois de ontem. Não sei se a voltarei a beijar, a não ser que tenha a certeza que ela quer ou que me implore.

Rita

Acordar com o Harry ao lado foi deveras genial. Já para não falar que dormi bastante bem. Já não dormia nada desde aquele dia e ele numa noite conseguiu mudar tudo.

Ainda não tive tempo para processar o que aconteceu ontem, mas sei que gostei e que quero o beijo dele de novo, mas não o vou fazer. Provavelmente, ele não quer, porque se quisesse já o teria feito. A não ser que ele tivesse receio de o fazer, tendo em conta o que aconteceu ontem. Teria de ser eu a tomar a iniciativa.

- Harry? – perguntei a medo.

- Diz. – respondeu num tom descontraído.

Nunca me deixes #Wattys2017Onde histórias criam vida. Descubra agora