O que está acontecendo?

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Não tenho uma péssima noite há muito tempo, nem sei quando foi a última vez que algo me tirou o precioso sono, até a noite passada. Aqueles olhos castanhos não deixavam minha mente em paz, era como se toda vez que fechasse meus olhos a imagem de Camila aparecia para perturbar tudo outra vez.

O sol ainda não saiu, mas não consigo dormir de qualquer jeito. Mil e uma coisas e questionamentos borbulhavam em minha cabeça, e não tinha nada que as colocassem em ordem. Só uma pessoa acalmava tudo isso.

Tudo bem, parece exagero, mas é a realidade que ultimamente me mantém serena ao mesmo tempo que, às vezes, me enlouquece, não sei o que acontece, mas simplesmente não posso mais me afastar dela. Camila, mesmo que deixando bem claro que eu era apenas uma idiota que queria manter longe, me fazia sentir algo que não posso descrever porque não sei exatamente o que é.

O jeito é tentar me aproximar, e já que com ela não tem jeito fácil.

---Oi garoto! – cumprimento Max que estava na varanda como sempre brincando com seu cachorro e bonecos.

---Lauren! – retribuiu com entusiasmo

---Você gosta de lutas, espadas, sangue... muito sangue? – ele me olhou com uma cara assustada, acho que exagerei. –Estou brincando, mas não gostaria de irmos no parque temático do zorro que está passando pela cidade?

Ele ficou ainda mais entusiasmado com a ideia e logo estava gritando pela casa e indo em direção aos pais que estavam na sala conversando. Como imaginei, a princípio Camila não queria aceitar o convite, mas depois da insistência do filho finalmente cedeu.

Como era um parque e provavelmente ficaríamos o dia quase todo, resolvi usar uma roupa simples e confortável. Estava com uma calça preta bem justa, uma blusa também preta com a estampa de uma banda que sempre gostava de ouvir, a jaqueta de couro e os coturnos inseparáveis.

Camila também usava uma calça preta e botas, uma blusa simples e por cima um moletom do Pernalonga, o que a deixava com ar de criança. Max e Joseph estavam com a mesma roupa, uma calça jeans escura e tênis, uma blusa branca acompanhada de uma camisa vermelha por cima. Estavam uma gracinha, admito.

Decidimos chamar um táxi, já que ninguém quis pegar uma carona voando e o carro do Joseph não estava nas melhores condições. Fomos Camila, Max e eu atrás e a todo tempo o garoto dizia como estava animado, o que acabou contagiando a todos, até mesmo Camila que não queria vir estava bem animada.

Quando chegamos ao local estava cheio, ao que parece era algo que atraia as pessoas de todos os lugares da cidade e lugares ao redor. Havia tantas atrações que tínhamos que escolher em quais ir, não daria tempo para todas. Então fizemos uma lista.

A todo momento tentava conversar com Camila, tentando uma aproximação, mas ela sempre dava um jeito de se esquivar ou alguém aparecia no meio. Até que os meninos decidiram que iriam a um brinquedo, que particularmente não estava nem um pouco a fim de ir, e Camila também não se manifestou de um jeito positivo em relação ao brinquedo.

Resolvemos sentar em um banco próximo dali enquanto esperava o tempo do brinquedo acabar. Essa era minha chance. Comprei um sorvete num daqueles carrinhos, chocolate para mim e Romeu e Julieta para Camila.

---Todo seu, se quiser é claro. – estendi o sorvete em sua direção, ela estava relutante em aceitar, mas não resistiu. Bingo!

---Obrigada, é o meu favorito – disse de jeito grato e tímido. –E obrigada também pelo dia, está sendo melhor do que esperava.

História Heroin, or nearly soOnde histórias criam vida. Descubra agora