Capítulo 35 : Minha intuição sempre certa...

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               Todos os minutos foram bons , quando não estávamos na presença do meu pai ou da Holly. O tempo passou tão rápido, como a correnteza da água nos levando pra longe ... Pra bem longe a onde a gente pudesse ficar sozinho e andar um pouco sobre a areia. Tantas brincadeiras na água e tantos sorrisos. Eu sabia que tinha algo de errado com esse passeio...  Sou eu.

                 Algo apertava forte o meu coração , me deixava aflita , confusa olhando o sol descer no horizonte. Eu sentia medo , eu sei que eu sempre fui a covarde que tem medo de enfrentar os sentimentos que me rondam , mas agora é diferente. O medo que me atingia era como se alguém fosse me atacar, porém nesse caso eu não tunha nem uma pretensão de me proteger ... Mas sim Evan.

                Toda vez que eu olhava pra ele era como se os minutos tivessem contados. Eu sentia o fim perto de mim, não o meu fim ... O nosso fim. Um sentimento novo no meu coração mandava conclusões para minha mente me dizendo que nada é eterno. Ele pode estar perto ou longe porém um dia ele chega , um dia ele acaba. O que me mantia viva era acreditar que o nosso amor era como um vulcão , hora adormecido outra hora em erupção , ou seja , nunca morto...

- Evan... - Minha voz transmitia medo e tristeza ao mesmo tempo.

- Sim.

- Promete que você nunca vai esquecer de mim ?

                  O silêncio dele me assustou mais logo percebi que era apenas uma pausa pra reflexão. Um sinal de que a quela pergunta mexeu com a mente dele.

- Eu nunca me esqueceria de você, nem se eu quisesse , nem se me forçasse ... Eu sempre lembraria desses olhos.

                  Eu simplesmente não disse nada , pra mim a pergunta já estava respondida. A minha resposta pra ele foi um beijo e toda vez que eu o beijava ... projetava na mente dele imagens voluntariamente ou não. Imagens já vividas ou como dessa vez , de surpresa , imagens do futuro,  aliás um futuro que não estava certo que podia mudar à qualquer instante.

                  Eu o beijava com toda a minha alma , desejo e intensidade presentes em mim. Nas nossas cabeças luzes douradas como o sol faziam nascer imagens não tão nítidas , porém eu reconhecia os olhos azuis , derrepente aqueles olhos azuis , esperavam do lado de fora da janela de vidro uma mulher tão linda quanto a lua  que vestia um longo vestido preto e se arrumava na frente do espelho.

                 Ela foi ao encontro dele calmamente, estava descalça e seus pés sangravam. Enquanto andava seus olhos verdes refletiam dor e morte. A pele branca ardia no frio de um inverno prolongado. Seu coração não podia sentir nada estava duro em gelo... Tudo voltou a escurecer e meus olhos voltaram a ver o tal dono da minha alma.

- Eu vou te amar até a morte. - Por ele eu enfrentava tudo , por ele a coragem existia em mim.

- Não diga isso - Ele estava assustado , triste e inconformado.

- Evan , não somos imortais nos vamos morrer um dia. Até a morte ?

- Até a morte...

                  A minha mão segurava firme na dele , eu nunca na minha vida iria precisar ser forte e corajosa ao mesmo tempo pra enfrentar mudanças tão radicais. Minha vida sempre foi cheia de conflitos e por isso sempre esteve em constantes mudanças. A sacanagem do destino é pegar a sua vida e virar ela de cabeça pra baixo como um retrato na parede.

                 O céu começou a escurecer ao nosso redor o que fez com que voltássemos para o lugar a onde estava meu pai e a madrasta má. O dia na praia foi belo porém exaustivo , arrumamos tudo e eu pude me despedir do sol que se foi.

Alyce Green ( #whattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora