Novas Amigas

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Capítulo 7

Mais um sábado no trabalho. Eu não estava reclamando, obviamente, mas estava um pouco cansada com as promoções dos garotos — todos estavam, na verdade. Mas, felizmente, o mês estava acabando, assim como as promoções.

Saio da sala do sr. Yang com alguns papéis em uma bolsa para levar ao correio, cartas redirecionadas às fãs, com alguns agrados além do agradecimento dos garotos por estarem colaborando tanto com eles. Vejo duas garotas saírem de uma sala, conversando, enquanto eu ia em direção ao elevador. Reconheço uma delas ao me aproximar, era a sobrinha do sr. Yang.

— Oi! Boa tarde! — Digo em português, sorrindo.

— Boa tarde! — Heesun diz, sorrindo também.

— Você fala português! — A segunda garota diz, surpresa.

— Sook, essa é a trainee do tio Yang — Heesun diz. — Deixa eu lembrar o nome... Ryu?

— Acertou! Ryu Minji — digo.

— Prazer em te conhecer! Eu sou a Heesook, mas todos me chamam de Sook apenas — a outra garota diz simpaticamente, me cumprimentando. — E eu adorei o seu cabelo!

— Obrigada, eu adorei o seu também — sorrio. — Prazer em conhecê-la.

— A gente está indo tomar um café agora, dando uma pausa no treino — Heesun diz.

— Ah sim... eu estou indo ao correio — aponto a bolsa cheia de papéis.

— Você podia vir com a gente, o que acha? — Sook pergunta animada.

— Humm... um café realmente cairia bem agora — digo, pensativa.

— Eu pago — Heesun diz.

— Sendo assim, vamos — digo e elas riem.

E vamos até o elevador.

Conversamos durante o café e rimos de várias situações que compartilhamos tanto no Brasil quanto aqui. Elas eram legais e o tipo de amigas que eu gostaria de ter. Bem, eu tive algumas amigas, mas por vários motivos não as mantive ou perdi o contato... eu tinha mais dificuldades em ser amiga de outras coreanas desde que eu tinha conhecido as garotas do Brasil, minhas amigas pareceram mais falsas e fúteis diante das minhas amigas brasileiras.

Era esquisito, mas eu sempre senti que era diferente das outras coreanas, na personalidade, mentalidade e tudo o mais, e no Brasil, encontrei muito mais pessoas que se pareciam comigo do que no meu próprio país de origem, e acho que é por isso que eu gostava tanto de lá.

Eu nunca fui do tipo fofa, que fala baixo e docemente, delicada e que come feito um passarinho. Nunca quis parecer perfeita para os oppas, mudando da água para o vinho quando eles se aproximavam e provavelmente, esse era o motivo de eu não ter tido sorte com os meus relacionamentos anteriores... os caras dali queriam garotas perfeitas para serem belas, recatadas e do lar e eu não era assim para competir com as outras que eram. Por isso minha família se preocupava em me ver sozinha e minha mãe até tinha me arranjado encontros através de uma empresa especializada nisso. Eu sei, isso era horrível, mas era comum ali e era sobre isso que estávamos falando durante o café.

— Aí, minha mãe me convenceu a ir num desses encontros... — digo. — Quando eu cheguei ao restaurante, vi que o cara até era bonito, mas era 10 anos mais velho e ele já começou falando de quantos filhos queria ter, cinco, pra ser exata...

— Quê?! — As irmãs Yang disseram surpresas e eu assenti.

— E ele disse que sua futura esposa não poderia trabalhar porque deveria cuidar das crianças e da casa...

FLY - Aprendendo a AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora