Acabou

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Eu não tinha mais razão pra viver, eu estava perdendo tudo que eu tinha.

Todo o pouco que restava na minha vidinha de merda, tinha ido por água a baixo.

Já estou em um estado bem avançado da minha doença, minha mãe não tem condições pra me ajudar, chegou a fora de dar um fim nisso.

"Querida mamãe, saiba que te amo muito, você foi uma das razões por eu sempre querer está viva, mas eu não posso prosseguir com isso, te amo e vou fazer isso pela gente, não se sinta culpada por que isso é o que eu quero, me perdoe por não ser a filha perfeita, eu tentei mas sei que nunca nem cheguei perto disso, siga sua vida feliz por mim esta fazendo o que eu quero, você é o único amor da minha vida, conte pro Arthur que eu gostava dele e mesmo não falando muito com o meu cunhado,  acho eles incríveis e espero que dê certo com minha irmã, te amo infinitamente

Helena."

Eu vou fazer o que já deveria ter feito, mas agora eu vou acabar com toda essa palhaçada.

Vou até os remédios, que ficaram em cima de uma velha cômoda,  e começo a pegar vários tipos de comprimidos aleatórios.

Peguei um copo enorme cheio de água, e coloquei uns 15 comprimidos diferentes de uma vez só na boca.

Comecei a sentir uma enorme dor na cabeça, minha visão começou a sumir e tudo tava ficando branco, meu corpo enfraquece, e eu caio no chão.

...

Arthur

-Como assim? O que aconteceu com ela?-Pergunto desesperado.

-Eu também não sei primo, a irmã dela acabou de me ligar chorando, dizendo que estava no hospital com a família!

-Então vamos logo pro hospital caralho!-Digo com uma certa raiva, subo em cima da moto do meu pai, sem ao menos me importa que ainda não podia dirigir.

Meu primo faz o mesmo na moto dela, e partimos em direção ao único hospital da cidade, não demoramos muito, e chegamos em questão de 8 minutos.

Entro no hospital correndo e vou até a família dela, que estava na recepção.

A mãe de Helena estava em um dos bancos chorando, seu olhos estavam vermelhos e ela parecia totalmente cansada.

Já a namorada do meu primo, estava sentada ao lado da mãe segurando a criança no colo, e parecia cabisbaixa mais não chegava a chorar.

-O que aconteceu com a Helena?-Perguntei baixo assim que me aproximei, a mãe dela continua a chorar e eu respeito sua decisão.

-Não sabemos muito bem o que aconteceu, encontramos ela no chão de casa totalmente apagada, quase todos os comprimidos estavam mexidos!

-Ela tentou se matar!-Falo o mais baixo possível.

-Sim!

Aquilo não era uma pergunta, eu estava tentando aceitar aquilo mas eu não conseguia, Helena parecia tão sei lá...

-Mas o que os médicos disseram?
-Ainda não falaram nada, você esqueceu que estamos em um hospital público? Ter um médico de plantão, já é um milagre!

-Verdade! -Digo cabisbaixo e me sento em uma cadeira um pouco afastada das delas.

Eu ainda não conseguia entender, qual seria o motivo dela fazer aquilo? Por que?

Talvez fosse uma pergunta totalmente tola, mas eu não queria perder a Helena.

No fundo não éramos amigos, mas ela parecia alguém legal.

Meu primo entra no hospital, e senta ao lado de sua namorada tentando consolá ela, quando de repente o médico aparece.

Só tinha a gente e uma recepcionista no hospital, então ele iria falar da Helena.

Me levanto e fico ao lado deles, pra poder ouvir o que ele iria dizer.

-Como minha filha está?

-Sinto em informa mais...Ela não suportou e morreu!

Foi como se o mundo tivesse acabado, eu não conseguia prestar atenção no resto das coisas que eles falavam, eu não conseguia entender o que realmente estava acontecendo.

Saio do hospital o mais rápido possível, vou até a minha moto e saio com ela sem um rumo.

Enquanto minha mente só pensava nela.

Consequências de um suicídioOnde histórias criam vida. Descubra agora