O Conto

11 0 0
                                    

Tudo começa em um jardim, de cima podemos observar uma garota e um garota, ambos com a mesma idade.
Olivia, uma garota branca com cabelos ruivos, seus olhos possuem uma cor castanha quase da cor do deserto, ouso dizer que até o sol com todo o seu esplendor sente inveja do brilho transmitido por eles.
Ela falava sobre as antigas histórias que seus pais contavam ao lado duma fogueira em todos os feriados, algumas assustadoras, outras alegres, e, claro, as que eles participam com muita honra e heroísmo. Tudo uma invenção, obviamente.
Jogia, um garoto moreno com cabelos pretos, olhos grandes e negros, porém iluminados e incrivelmente simpáticos. Ele escutava com muita atenção cada palavra que a sua amiga dizia, balançando a cabeça concordando com tudo o que Olivia dizia:

— Nada é mais forte que Zeus! —, disse Olivia quase gritando.

— Sim. Ele é o meu preferido. — O garoto falava olhando para o céu talvez tentando observar algo incrivelmente inacreditável. Depois de alguns minutos de silêncio absoluto, Jogia volta a sua atenção em Olivia e pergunta:
— Será que eles existem? Quero dizer, será isso tudo uma simples história contada pelos adultos ou...

A menina não esperava uma pergunta tão repentina e complexa, só poderia repetir as palavras que seu pai um dia lhe contou:
— Existem anjos, eles vivem em um jardim ao lado da casa dos deuses, são seres que um dia foram humanos.

Olivia tira do bolso uma carta, nela um texto fora escrito há alguns meses pelo pai, com o seguinte texto:

De: papai.
Para: Olivia, minha amada filha.

- Humanos, seres capazes de amar e sentir.
- podem tanto curar como machucar;
- limpar e manchar;
- ser e não ser;
- destruir cidades e erguer grandes castelos.
- Vivem para para se apaixonar e amar,
- Mas estão sempre à procura de algo à mais.
- Talvez um dia os anjos cantem isso também,
- Se há sempre o que procurar, então para que procurar?
- Ora, tudo o que você precisa sempre estará em seu coração.

Ela não mostra a carta para o garoto, talvez uma coisa tão pessoal e com tanto significado deva ser preservado em um coração só.

— Olivia, seu pai realmente acreditava nisso? —, perguntou o garoto curioso.

— Isso é difícil de saber, mas eu acredito e isso importa muito. 


Anos depois

Depois de um certo tempo, as crianças crescem e se tornam cidadãos com responsabilidades e descrenças. Os deuses não podem mais sucumbir à angústia humana, tornando-se verdadeiros vilões, culpados por todas as guerras e ilusões. Olivia sabia muito bem que seu pai nunca acreditou em nada do que dissera antes, um ateu; enquanto sua mãe carregava uma cruz por todos os lados, uma cristã. A garota que tinha a sua mente direcionada ao mundo mitológico, hoje, já não sabe se a vida lhe reservou um grande purgatório ou um grande paraíso no final do túnel. Ninguém poderia saber o destino dela.

O JARDIM - ONDE OS ANJOS CONVERSAMOnde histórias criam vida. Descubra agora