Lutador (Em Breve na Amazon Kindle)

Capítulo 4

Derek...

Eu definitivamente estou numa maré de sorte danada. 

Bom, para começar, quem sou eu? Simples, apenas um cara com seus objetivos. Minha estadia no Brasil foi longa, e agora que estou em casa, não quero mais sair daqui.

Em Las Vegas, fui comemorar minha volta com alguns colegas de treino, luto na liga mundial de luta livre, na verdade, no UFC para ser mais preciso. Sempre procurei novos talentos, aprecio uma batalha por espaço, e sempre que posso, apresento meu mundo para um bom lutador. E isso não seria diferente dessa vez. Robert, um amigo de longa data, me passou o endereço de uma final de competição do Underground, esse era um lugar que eu normalmente não frequentava, mas alguma coisa me dizia que eu deveria ir, e que não iria me arrepender. Dito e feito. Obrigada maldito sexto sentido, você me fez ter a porra de uma ereção eterna.

Bom, deixe-me explicar. Observei criticamente todas as lutas que estavam acontecendo, mas uma estava pior que a outra, os caras extremamente despreparados, eram apenas iniciantes, e isso estava tedioso. Pouco antes de eu ir embora, foi anunciada a final de hoje, e para minha surpresa, era feminina, talvez por isso estava começando a encher o local, e como sempre, minha curiosidade foi maior que minha decisão. Melhor coisa que fiz na noite.

Livy B Santi, eu iria lembrar desse nome por muito tempo. Essa mulher é incrível. Assim que entrou no ringue, séria e confiante, parecia calcular cada passo. Os comentários em minha volta me irritavam, a falta de respeito de algumas pessoas era terrível. Mas eu não poderia fazer nada. A observei, se aquecendo, pulando e socando o ar, essa gata era um tesão. Seus cabelos compridos e castanhos presos, a pele levemente bronzeada, aquilo fez um desastre na minha cueca, eu parecia um adolescente lendo uma revista playboy. Deplorável. Mas aquilo, aquilo era fodidamente excitante.

A luta foi rápida, mas consegui ver a perfeição em sua defesa, seus movimentos previamente calculados, e em apenas um golpe, um incrível nocaute. Foi a melhor e mais rápida luta da noite. E parece que não, mas agradeci a mim mesmo por ter ficado até o final.

Achei que aquela garota seria perfeita para ser colocada no ramo da luta. Mas quebrei a cara horas depois, não encontrei nenhuma informação sobre ela, fiz uma varredura completa em todas as páginas de busca, sites federais, e tudo mais. Apenas páginas e páginas de nada. Era como se essa garota não existisse. Liguei para os caras do Under, e eles me passaram um número de contato, mas quando liguei, apenas deu caixa postal. Eles avisaram que esse número só ficava ativo na época das lutas, depois, era como se estivesse bloqueado. Mais um buraco sem fundo. E isso me irritou. Tive que vir para Austin cinco dias depois da luta, e nunca imaginei quem encontraria nessa cidadezinha pacata do Texas.

Minha prima, Sophi, que eu não encontrava a anos, sempre me falou de uma amiga, que ainda não sei o nome, por não prestar atenção. Ela sempre quis me arrumar uma mulher, mas eu não estava à procura de uma coleira. Tenho 29 anos, para que isso? Estou no auge da carreira, não preciso de um problema nas costas.

Quando Sophi me convidou para um almoço, imaginei tudo, eu, ela e o namorado, e a amiga que ela tanto falava. Pensei que seria numa casa qualquer, distante do centro, com uma garota sem nenhum estilo, que viva apenas para sobreviver. Nessas horas que percebo que sou um ogro que julga demais. O jeito que minha prima falava dela, que era apenas uma professora, e não queria nenhum problema a mais na vida, criava uma imagem totalmente diferente na minha cabeça.

Quando cheguei na casa, fiquei surpreso com o luxo que era. O terreno aparentava ser enorme, pude ver dois galpões ao fundo bem diferentes um do outro, e logo na entrada, uma casa enorme e muito bonita. Depois de estacionar meu carro, mais surpresas vieram. E a maior, foi quando uma mulher pequena abriu a porta e trombou em mim. Ela parecia com raiva, e não consegui ver seu rosto de início.