Estava a lua sozinha, pela primeira vez, desde o início do mês, quando o conhecera. Sentiu o vazio do universo na pele. Sua voz não se propagava mais no espaço - nem devia, mas leis da física não são nada na frente de um amor tão grande.
Sim. Amor. Ela ouviu a pergunta dele. Quis arrumar as estrelas, escrever de modo garrafal, explícito, inevitavelmente legível: "Te amo também". Não pôde fazer isso. E o Sol, seu amigo, nada podia fazer para ajudar.
E então, pouco depois da meia-noite, sua rouquidão acabou. E saiu um fiapo de voz.
– Te amo também.
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Lu(amar)
PoetrySobre quando a lua e o mar resolveram conversar sobre as coisas do mundo e acabaram por se apaixonar.