Capítulo 2

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:ANNA LAURA NARRANDO:

Cheguei ao velório, e desabei.
Todos me olhavam apreensivos, querendo ajudar mas sem nada a fazer. Meu pai se encontrava ao lado do caixão, e Isabelle estava dormindo na cadeira abraçada com Lucas.

Meu pior momento havia chegado mais cedo do que esperei. Mais cedo do que eu ou qualquer um podíamos imaginar. Um trágico acidente, como? Como uma simples batida, pode fazer todos os nossos planos ir por água a baixo?

DIEGO: Filha? -me abraçou- fica calma, isso, eu não sei, essa dor, eu, -dizia pausadamente segurando o choro- eu tô aqui
ANNA: Não era a hora ainda pai
DIEGO: Mas quem decide? Quem é que sabe realmente, qual a hora?

Olhei para ele com os olhos marejados, e eu não soube oque dizer, porque ele estava definitivamente certo. Quem escolhe a hora? E se pudéssemos escolher, ainda sim iríamos querer um fim? É claro que não. Os fins são dolorosos.

Me sentei em uma cadeira ao lado de Lucas, e fiquei ali conversando com ele a noite toda. Isabelle continuava a dormir, e eu acabei na mesma situação que ela. Acordei com uma tia a me chamar, dizendo que já era a hora do enterro.
Me levantei e ao olhar para a porta, vi Lorenzo, aquele que no dia anterior havia me ajudado no parque. Corri para o abraçar.

ANNA: Como soube que era aqui -dizia enquanto o abraçava-
LORENZO: A Internet fofoca
ANNA: Por incrível que pareça, tô feliz por você ter vindo
LORENZO: Imaginei que ficaria,
-sorriu ao dizer- aquele ali é o Lucas?
ANNA: Se conhecem de onde?
LORENZO: Faculdade
ANNA: Humm, entendi

Passaram-se poucos minutos e o corpo foi sepultado. Voltei para casa aos prantos, e sabia que aquela seria a última vez que fossemos nos ver. Cheguei e apenas dormi o resto do dia.
Acordei e me arrumei para ir a faculdade. Coloquei a primeira roupa que vi a minha frente, (Look Na Imagem A Cima)
sai de casa rapidamente sem que ninguém notasse.

No momento em que cheguei, muitas pessoas rodearam a minha volta dizendo coisas que me fazia parecer que estivesse louca.
"Meus pêsames" "você tá se sentindo bem?" "E como tá o coração?" "Sua vida vai ficar bem" "tudo um dia passa" "qualquer coisa vá a um psicólogo" "meu pai é médico"
ANNA: Caramba -gritei- eu não estou depressiva, minha mãe só morreu ok?

Todos me olharam assustados e saíram aos poucos de perto de mim. Me senti aliviada e continuei caminhando a procura de Marianna. Depois de muito andar eu à encontrei.

MARI: Meu Deus amiga sinto muito -me abraçou fortemente-
ANNA: Eu também -limpei as lágrimas que aos poucos caiam-
MARI: Você quer ir lá pra casa? Sair um pouco desse ambiente, desabafar?
ANNA: Depois do intervalo
MARI: Então ok, vou para minha sala qualquer coisa me manda uma mensagem
ANNA: Pode deixar

Fomos em direção cada uma a sua sala, o tempo passou mais rápido que o normal e quando me dei por conta o intervalo já havia chegado.

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