Envolvida

Capítulo 3

Sentamos em uma mesa no refeitório e começamos a conversar, quando recebo uma mensagem.

:NOVA MENSAGEM:

XXXX: Olha como ela tá linda, o sol sorriu pra você hoje?
ANNA: Ultimamente só vejo tempestades
XXXX: Quanta negatividade, a coisa vai mal mas tenta levar pro lado bom
ANNA: Existe um lado bom?

:FIM DAS MENSAGENS:

Marianna parou de dizer oque estava falando e me olhou querendo entender oque Tava acontecendo.

ANNA: Foi só uma mensagem

Antes que o sinal batesse voltamos a sala e pegamos nossas bolsas, iríamos até a casa da Mari.
Chegamos e fomos deitar, não ouve um lapso de conversa porque a Mari desmaiou de sono. Ouço meu celular apitar, e com certeza seria aquele número desconhecido.

:NOVAS MENSAGENS:

ISA: Onde você foi parar?
XXXX: Desisto
PAI: Já chegou em casa?
ISA: Alooo, vácuo mesmo?

:FIM DAS MENSAGENS:

Não respondi a nenhuma delas, sinceramente eu precisava de um tempo, que isso! Mundo por favor para.
Acabei cochilando, mas logo acordei e vi que Mari ainda dormia, fui para casa a pé mesmo.
No meio do caminho recebi uma ligação.

:LIGAÇÃO ON:

ANNA: Alô
XXXX: Ainda lembra de mim?
ANNA: Posso tentar se você disser seu nome
XXXX: Deixa eu ver.. super-herói
ANNA: Então você salvou minha vida -ri timidamente- e qual o seu poder?
XXXX: É um SUPER poder, não diminua as minha forças
ANNA: Claro que não
XXXX: Você deve admitir que meu abraço é o melhor
ANNA: Será mesmo que o super-herói Lorenzo me salvou das trevas? Ou devo dizer de um castelo assombrado? -rimos descontroladamente-
LORENZO: Você é a melhor
ANNA: Agradeço, e então era você me enviando mensagens?
LORENZO: Posso negar?
ANNA: Te proíbo de mentir
LORENZO: Sim, enviei

Minutos depois cheguei em casa, passamos a tarde toda conversando assuntos aleatórios. E me descontrai de todos os problemas. Falar com ele me deixava livre de pensamentos ruins ou qualquer tristeza que quisesse invadir o meu eu.
A noite chegou e meu pai também.

DIEGO: Alguém em casa? Isa? Anna?
ANNA: Eu
DIEGO: Onde tá sua irmã?
ANNA: Se você adivinhar eu peço uma pizza
DIEGO: Você paga?
ANNA: Tenta a sorte
DIEGO: Com o Lucas?
ANNA: Tô sem grana
DIEGO: Já imaginava -riu enquanto subia as escadas-

Liguei para a pizzaria e disseram que não iriam demorar.
Me deitei para ouvir música mas antes que pudesse colocar meus fones ouço algo estranho, um barulho de soluço ou algo do tipo vindo do andar de cima. Subi rapidamente e quando cheguei ao quarto do meu pai vi a cena que eu já estava a esperar que fosse acontecer. Suas lágrimas desciam de tal forma que a tristeza foi estampada em seu rosto, ele se encontrava abraçado com o travesseiro ajoelhado ao lado da cama e meu coração resolveu se partir mais um pouco. Pensei que ele gostaria de ficar só, porque a dor ela não vai passar com um simples "fique bem" eu sei disso, e como sei. O silêncio ele entrega as melhores lembranças e o tempo, registra os piores momentos, mas oque há de fazer? Nada, nada mesmo. Não tem como fugir ou se esquivar, você pode ocupar sua mente por horas mas há de acontecer aquele minuto que te fará lembrar. Sinto muito, muito mesmo. Mas é a vida e aceitar esse momento é o melhor a fazer.