Capítulo 2

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   Pov – Alec

Todo rasgado. Minha mãe vai ter um ataque até entender que estou vivo. Que droga de cálculo foi esse? Aqueles pinheiros sempre estiveram lá? Apareceram depois que eu saltei? Nunca vou saber.

―Você está legal Alec? – Brian corre ao meu encontro. Afirmo me soltando do paraquedas, ele olha meu macacão rasgado, depois meu rosto arranhado pelos galhos das árvores.

―Aquelas árvores se mudaram quando?

―Sempre estiveram lá. Não notou? Cara você está ridículo.

―Vivi. Eu estou vivo. Graças a minha destreza. Eu devo ser o melhor paraquedista de dezessete anos que o mundo já viu.

―O mais maluco com certeza. O Charles vai te dar uma bronca. – Ele ri me ajudando a dobrar o paraquedas. Demorei dez minutos para me desenroscar da árvore e descer. Ralei cada pequena parte do meu corpo e sobrevivi. Eu realmente tenho sorte.

―Charles. Que moral um cara com nome de príncipe tem? Ele disse que eu podia pular.

―Seu primeiro salto sozinho e você da de cara com os pinheiros. – Eu e Brian nos olhamos, olhamos para o paraquedas e só consigo ter um ataque de riso. Vai passar quando minha mãe terminar o serviço que os pinheiros começaram.

―Vamos. Tenho que chegar em casa para o jantar.

―Filhinho do papai! – Ele provoca.

Tenho muito orgulho dos meus pais. Ela tinha dezessete quando ficou gravida. Minha idade. Meu pai dezenove. Meus avós, dos dois lados falaram sobre aborto, adoção. Todo tipo de planos para dissuadi-los, mas eles estavam decididos. Casaram. Papai terminou a faculdade de economia. Minha mãe abandonou o sonho de ser arquiteta e os dois me deram tudo que precisei.

Com o tempo eles se entenderam com a família. Nenhuma proximidade, mas respeitamos uns aos outros e nos reunimos no natal.

Ter pais jovens e felizes ajuda a ter uma vida livre e sadia. Tem muito amor vindo deles. Por muitos anos fui o centro de tudo. Apenas a dois anos eles se sentiram prontos para ter mais um filho e Isaac nasceu há um ano. Um garotinho esperto que toma todo espaço e assim como eu tem muito amor.

A vida financeira do meu pai progrediu muito. Jacob Billman costuma dizer que deve tudo a mamãe. April Billman, linda e jovem. O casal mais especial que conheço e que me dão as mais especiais lições sobre família.

Faria qualquer coisa por eles. Inclusive chegar para jantar as sete da noite todas as noites do ano, não importa o quanto isso me custe. Nossa única regra. Jantar em família.

Ohio é um ótimo lugar para se criar filhos. Papai costuma dizer, mas ele sempre pensa em se mudar para Nova York. O centro financeiro do pais. Coração do mundo. Achava que realizaria seu sonho, mas preferiu ficar e ter Isaac.

Pego carona no jipe de Brian. Charles vai falando no meu ouvido, felizmente eu sou bom em ignorar a ladainha. Ele é meu instrutor, responsável por me ensinar a saltar desde os quinze anos, mas só agora me deixou saltar sozinho.

Eu podia ter me dado bem, mas claro que Alecsander Billman é o senhor azar. Eu tinha que me ferrar. Para que abraçar os pinheiros daquele jeito?

O jipe me deixa umas quadras da minha casa. Salto com a mochila nas costas e o skate nos pés.

―Boa sorte com a mamãe! – Ignoro meu velho amigo. Desço a alameda em direção a minha casa. O carro do meu pai está na porta e fico grato. Assim minha mãe tem meio ataque quando me vir.

Paixões Gregas - Amor sem Fronteiras - Parte 2 (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora