Capítulo 7

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   Pov – Gigi

Sinto uma leve coceira na ponta do nariz, passo o dedo para coçar, de novo e abro os olhos, dou de cara com o sorriso do meu pai.

―Tinha que puxar sua mãe e dormir a viagem toda? Não era para ser uma viagem em família? Acorda que vamos descer.

Olho para minha mãe e ela está esfregando o nariz. Papai sempre faz a mesma coisa toda viagem. Parece uma criança quando senta no avião.

―Não dorme nunca papai?

―Nunca. A graça dele é me atormentar em voos de longa distância. – Mamãe diz passando a mão pelo rosto. Olho pela janela. A Itália surge em sua elegância de mescla do velho e novo.

Assim que descemos meu pai pega o celular.

―Vou ligar para o meu padawan.

―Todo apaixonado no pupilo. – Mamãe brinca.

―Alecsander! – Papai diz nos ignorando. – Na Itália acabo de chegar. Por sua contar agora você está. – Meu pai cismou que é algum mestre jedi. Ele ri da resposta e desliga o telefone. – Gosto dele por que ele é bom com isso. Sempre acompanha meu raciocínio. – Sabe o que responder? Que a força esteja com você. Quer dizer. Ele sabe o que dizer.

―Papai esse negócio de guerra nas estrelas é mais coisa do tio Nick que é nerd.

―O negócio do seu tio é o bruxinho. – Papai diz recebendo a chave do carro da empresa que nos espera no aeroporto. – Se você fosse um menino seria como o meu padawan.

―Ela é um menino boa parte do tempo. – Mamãe responde e ele passa o braço por sua cintura e beija seus lábios apaixonado.

Vamos de carro para o hotel. Minha mãe ao lado do meu pai no banco da frente, os dois trocando sorrisos fofos. Ela com a mão em sua perna. Coloco fones de ouvido e me concentro na música.

Nos registramos no saguão. Meu diz qualquer coisa que não escuto, minha mãe me puxa pela mão e eu a sigo para o elevador.

―Cadê o papai?

―Não grita. – Ela diz puxando meus fones de ouvido enquanto todos me olham no elevador.

―Desculpa. Cadê meu pai?

―Foi com o rapaz pegar as malas. – As portas vão abrindo e fechando com pessoas deixando o elevador até sobrarmos nós duas no último andar. A porta se abre e ela desce com um ar emocionado. Caminha até a suíte e passa o cartão. Entramos as duas e os olhos dela marejam. – Foi aqui. Nesse quarto que o vi pela primeira vez.

Caminho por ele pensando sobre os dois e a beleza desse amor. Ela olhando tudo cheia de emoção. Lagrimas correndo. Minha mãe nunca chora. Só mesmo quando acha que estou em perigo. Pensando bem ela chora bastante.

―Está tudo diferente, mas foi aqui. Nesse quarto. – Ela vai até o aparelho de telefone. – Ele estava aqui mesmo. Eu ergui o aparelho decidida a pedir socorro e então... a porta se abriu e eu estava com medo e ele entrou e nunca mais minha vida foi triste.

―É bonito ver que se amam ainda como naquele tempo. – Minha mãe afirma, mergulha no passado.

―Vestidinho de sol. – Ela diz rindo e chorando ao mesmo tempo. A porta se abre, papai entra e deixa as malas no chão. Os olhos dele encontram os dela e fico chocado com o modo como ele olha para ela. O tanto de amor que tem ali. As memórias todas vivas neles e ele não são lá muito românticos e é bonito assistir.

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⏰ Última atualização: Aug 28, 2018 ⏰

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