Capítulo 3

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(Quem quiser acompanhar ouvindo a música que vai fazer sentido ao longo do capítulo é "Candy" Iggy Pop ) Achei um link. Não sei de vai dar certo.

https://www.youtube.com/watch?v=mjqG8_gjYMY


   Pov – Giovanna

Como fui ser tão displicente? Melhor. Como fui dar a sorte de um gatinho desses me ajudar do nada? Numa moto substituindo um cavalo branco?

O garoto parece o filho do vento, some e aparece pelas pequenas vielas e meu salvador não parece disposto a desistir. Gosto de gente que não desiste.

―Ali. A esquerda. – Grito em sua orelha enquanto aperto a discagem rápida para falar com meu pai. Vou morrer no Egito sem meu passaporte. – Papai!

―Oi princesa azeitona.

―Me ferrei papai. Fui roubada. Estou perseguindo o assaltante mirim.

―Mas que carma Gigi. Cuidado.

―Meu passaporte papai. Nunca mais vou poder voltar para casa.

―Tudo bem. Pode morar na esfinge de Gizé! – Gemo enquanto ele ri. Deve estar achando que não é sério. – Vou te visitar nas férias. Mamãe fotografa.

―Olha ele ali. – Volto a gritar no ouvido do menino e do meu pai.

―Papai eu vou fazer o que da vida.

―Está de moto?

―Achei um salvador aqui papai. Estamos perseguindo o pequeno bandido. Ele tem uns dez anos.

―Mas que paspalha. Cuidado. Me liga quando resolver tudo. Não se mete em mais encrenca.

―Prefere que more na esfinge né? Depois eu ligo.

O telefone volta para o bolso. Quem precisa de inimigos? O garoto termina num beco sem saída. Sorrio vitoriosa quando ele para sem ter para onde ir enquanto descemos da moto.

―Seu pequeno espertinho! – O garoto tem os olhos arregalados. É bem bonitinho. – Só me devolve a bolsa. – Faço mimica. Ele estende a mochila rendido. Pego e coloco nas costas. Depois estendo a mão. – Aperta. Amigos. Não vou chamar a policia.

―Ele não está te entendendo. – O gato da moto avisa ao meu lado. – Vamos encenar. – Só posso sorrir da ideia. Ele ergue uma sobrancelha. Os olhos cintilam. Me estende a mão. – Desculpe moça. Não vou mais fazer isso.

―Acho muito bom. – Aperto sua mão. – Roubar é muito feio e você é um menininho muito bonitinho. – Ficamos apertando as mãos. Balançando num modo teatral que vai dos movimentos ao tom de voz exagerado enquanto o garotinho nos observa confuso. – Entendeu?

Pergunto ao menino ainda me olhando sem saber o que fazer. Estendo mais uma vez a mão que ele aperta exagerando nos movimentos e nos fazendo rir.

―Está tudo bem. – Digo a ele que parece relaxar. Meu celular toca. Atendo sabendo que é meu pai. – Alô.

―Encrencada ainda princesa azeitona? Tenho que chamar a CIA?

―Não papai. Resolvi aqui. Peguei o meliante. Ele é muito fofo. Vou tirar fotos e te mando. – Uns garotos surgem vindos de uma pequena porta no canto do beco. Se juntam ao meu pequeno assaltante. – Era uma mini gangue papai!

―Giovanna qual a chance de voltar para casa sem me fazer pegar um avião?

―Sei lá. Papai o cara que me ajudou é bem bonito. – Digo enquanto observo ele tentar conversar com os meninos usando meu método de mimica. – Falamos depois. Dá um beijo na mamãe. Não conta.

Paixões Gregas - Amor sem Fronteiras - Parte 2 (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora