A estranha

2 0 0
                                    


Cabelos para o alto, unhas ruídas, pés descalços e o habitual uniforme em forma de camisolão branco, a única roupa que se lembra de ter usado. Há quanto tempo não via o exterior? Não se lembrava. Não se lembrava da luz quente do sol queimando-lhe a pele pálida. Aliás, não se lembrava nem de alguma vez ter visto um dia tão brilhante, tão dolorosamente cegante.

Luna olhou para trás. Dois horrendos monstros brutamontes passavam pela porta do Hospital de Saúde Mental, seu único lar, correndo em sua direção. Ela também correu, as pernas falhando vez ou outra. Um gigante metálico benevolente a ajudou a voar alto e para bem longe dos monstros ao mesmo tempo em que a agradável escuridão a envolvia outra vez, em seu escudo impenetrável.

CotidianoOnde histórias criam vida. Descubra agora