20 de novembro de 2016
17:59
Volta e meia, estava eu tentando fazer com que a vida se tornasse mágica.
Óbvio que o resultado disso era sempre a frustração.
As coisas são o que são, são feias. Os bastidores são imperfeitos, rebuscados, humanos.
Se a mágica pode ser tocada por qualquer homem, logo deixa de ser mágica e perde a graça.
Foi por isso que em um determinado momento parei de sonhar. Comecei a me contentar com uma vida medíocre, porque o sonho quando alcançado deixa de ser sonho. A fantasia quando se torna real passa a ser feia.
Então percebi que sempre terei motivos para reclamar, sempre serei feia, esquisita e insatisfeita. Percebi que o ideal é inalcançável, e que se eu não quero viver uma vida de ilusão, ao invés de trabalhar para concretizar o impossível, eu devo me sentir como se eu já tivesse alcançado o sonho agora, senão nunca mais o conseguirei.
Na verdade, o meu hoje é o sonho de outrora, e se eu não aprender a dar valor a isso, a satisfação nunca vai se estabelecer em minha vida.
Vejo que é preciso enxergar beleza na feiura, porque ela há de sempre me acompanhar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu não vou trabalhar
Non-FictionQuem é que nunca acordou com o desejo de mandar tudo para a p*** que pariu? Pois é. Eu não passei vontade.
