Onde Tudo Começou

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Eu trabalho em uma
casa,me chamo Gordon Lewis e sou mordomo, e meus patrões, eles não estavam, viajaram para Petersburgo ontem.

A casa permanecería fechada até maio.
Eu devia deixar tudo em ordem antes de pegar o trem, pois era vespera de natal.
Como os Hudson moravam em Petersburgo durante estes meses, o senhor Eddie Hudson permite que os empregados tirem férias nesta época.

Minha família é da Pensilvânia, por isso sou o único empregado que ainda está aqui...sempre pego o trem das nove, mas havia coisas pra fazer na casa, de modo que fiquei.

Não gosto muito de ficar sozinho.
Sou bem medroso,e já estava tarde, eu tinha ficado sozinho naquela mansão.
Eram cinco da tarde e eu estava terminando minhas tarefas.
Devia assegurar-me de que tudo estivesse em seu devido lugar, coisas como; arrumar roupas,cobrir os móveis, essas coisas.

Até que começou uma enxurrada, eu ainda tinha que verificar as janelas do andar de cima e arrumar meus pertences para viagem.

Eu havia comprado umas lembranças para minha mãe e ainda precisava embrulhá-los. Mas primeiro minhas obrigações, de modo que subir.

Conferi as janelas dos quartos. São sete.
E quando já ia descer passei em frente ao quarto de hóspedes. Não pensava em entrar.
Esse quarto permanece fechado quase sempre, os Hudson não recebia muitas visitas.
Era um desse quartos que se ocupam em ocasiões raras, a gente sabe que tudo está em ordem ali. Mas decidi dar uma olhada. Não queria nenhum descuido....a gente pode perder o emprego por um descuido.

Logo que entrei vi um clarão que entrava pela janela.
Pensei que devia ser de um quarto da casa vizinha. As casas não estão muito distantes umas das outras nessa vizinhança.
Não sou nenhum enxerido, nunca fui desses que andam espiando, isso não, eu...simplismente me aproximei, para verificar as fechaduras da janela, mas fiquei ali parado olhando.

Ali havia um homem. Era um homem alto, bem pálido.
Não lembrava de tê-lo visto antes, mas naquela época era comum não se conhecer os vizinhos.

Ele chamou minha atenção porque sua cabeça subia e descia desaparecendo da janela.
Quando vi seu rosto,me deu medo.
Perguntava-me o que ele poderia estar fazendo com aquela expressão no rosto. Ele movia os braços, estava fazendo alguma coisa, mas eu não podia ver o quê.

Depois de um certo tempo ele se deteve,passou a mão pela testa e se pôs de pé, sempre mantendo o olhar para baixo. Parecia bem agitado. Não sei explicar bem, mas senti que algo terrível acontecia naquele quarto.

já ia sair dali quando aconteceu. De repente ele ficou quieto, como alguém que se apercebe de que está sendo observado. Moveu sua cabeça em direção à janela até parar com seus olhos fixos em direção a onde eu estava. Havia me visto.

Seis a sete metros separavam ambos os quartos, e por um instante ficamos assim, olhando, os dois, em direção à janela oposta.
Ocorreu-me retroceder para refugiar-me na escuridão do quarto, mas ele me seguia com o olhar. Foi assustador. Fechei as cortinas de um só golpe e saí do quarto.

Embaixo, comecei a caminhar feito um louco, procurava pensar...mas tudo que me vinha a cabeça eram os olhos daquele homem. A polícia...tinha que chamar a polícia. Fui até a cozinha a peguei o telefone. O número. Não tinha o número. Procurei-o em uma caderneta que se encontrava ao lado da mesa, até que aquele pensamento me deixou sem fôlego: E se ele viesse atrás de mim? Se soubesse que estava sozinho e viesse atrás de mim? A porta da rua. A faxineira tinha sido a última a sair, mas ela não tem a chave da porta principal. Não a havia fechado. Tampouco eu a havia fechado. Aquele homem podia estar entrando na casa nesse momento. Eu estava no meio da cozinha.

Uma Noite de CrimeOnde histórias criam vida. Descubra agora