VI

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🅣🅗🅐🅝🅚 🅨🅞🅤

Seus olhos se abriram rapidamente quando ouviu batidas fortes na porta de seu quarto. Um arrepio correu pelo seu corpo, achou que nunca tinha saído do hospital. Olhou em volta e sentiu alívio por segundos até lembrar do que sua tia iria achar de um estranho estar dormindo ali?

Não sabia o que fazer, até perceber que Kim não estava ali. A cama tinha sumido junto com ele, como se ninguém tivesse estado naquele local.

Suspirou, ela não entendia tudo isso. Sua cabeça era um emaranhado de perguntas que não poderiam ser respondidas. Não agora.

Foi até a porta e deu de cara com sua tia, seus os olhos estavam vermelhos e seu rosto molhado por lágrimas. A menina lhe abraçou, sem saber nem mesmo saber o motivo.

"Vamos" Ela disse se afastando devagar "Temos que ajudar ele agora".

A mais nova tinha um ponto de interrogação gigante em sua testa, mas fez o que sua tia pedia. As duas pegaram casacos e correram até o carro.

"Yoon, onde estamos indo?"

"Para o hospital".

Ali fechou os olhos com força ao pensar em ter que voltar em um lugar como aquele de novo.

As duas se manteram quietas o caminho inteiro, a garota imaginou que Yoon poderia não querer responder tantas perguntas agora, ela entendia isso. O carro parou na frente de um hospital grande, elas desceram e sua tia finalmente começou a explicar tudo.

"Minseok" Soluços interrompiam sua fala "Atacaram meu Minseok"

"Por que fariam isso?"

"Ele é gay, sabia disso?" Sua voz era triste, talvez ainda não tivesse lidando muito bem ainda "Eu nunca deixei de apoiar ele, mal eu sabia que o perigo estava fora de casa".

A menina sentia seu sangue ferver após saber daquilo, nunca entendeu o fato de algumas pessoas serem castigadas por amar alguém. As duas entraram no hospital, ela sentia enjoo toda vez que algum paciente passava por ela, mas se manteve firme. Pelo primo.

Se sentou no banco desconfortável de plástico, encarando sua tia que pedia informações no balcão. Elas esperaram 40 minutos até conseguirem entrar. Minutos que pareciam dias.

Deu espaço para mãe e filho, que conversaram por pouco tempo. Yoon beijou a mão e o rosto de Minseok, sorrindo em seguida para janela na qual Alice os olhava.

Ele pediu para que a menina entrasse.

Assim que entrou e viu ele sorrindo, percebeu que estava destruído. Não só fisicamente, mas sua alma estava machucada. Mesmo assim Min não demonstrava a dor.

Se sentou ao lado dele e o mesmo segurou a mão dela. Algo entre eles era fora desse mundo.

Fez-se um longo silêncio.

"Sinto muito" Ela disse.

"Não sinta, estou melhorando" Ele tinha a voz fraca.

"Como aconteceu?" Perguntou e ele suspirou fundo "Claro que se não quiser comentar, eu-"

"Tudo bem Ali" Kim a interrompeu, ele queria falar "Eu estava junto ao cara que eu gosto, ele me beijou e um grupo de adolescentes veio para cima dele, então eu tentei defendê-lo"

Alice arrumou a coberta do primo e voltou a segurar sua mão.

"Me chamaram de coisas tão horríveis Ali" Minseok segurou as lágrimas "Aí outro homem chegou e nos ajudou, caramba! Aquele cara era incrível."

"Ei, está tudo bem agora. Nós estamos aqui com você. Acredito que não há palavras que possam acalentar mais do que saber que amamos você do jeito que é" Alice queria conversar mais com ele, como se tivessem um laço de confiança de anos, mas ficou com medo de não ser recíproco. Seus sentimentos estavam muito intensos.

Ele sorriu e disse que podia confiar nele, como se tivesse lido seus pensamentos.

"Ainda existem pessoas boas no mundo" Ela concordou e os dois se manteram em silêncio até Xiumin completar: "A enfermeira disse que ele, o garoto que nos ajudou, está aqui no hospital. Acho que se machucou também".

Ela arregalou os olhos.

"Você poderia achar ele e agradecer por mim? Não sei se tenho coragem ainda" Pediu baixinho e Ali concordou.

Se despediu de Minseok e avisou a tia onde iria. Foi até a parte da frente do hospital e pediu à secretária se ela sabia de algo. Segundo a mesma, o garoto tinha sido atendido e ficado em uma sala para repouso, para qual Alice se dirigiu.

Era no fundo do mesmo corredor que seu primo estava, tocou na porta de leve, pedindo licença, e abriu devagar depois de escutar um "Pode entrar".

Ela paralisou.

"Você está brincando!"

Kim Taehyung estava sentado na maca balançando os pés.

"Ah, você chegou. Já foi ver seu primo?"

"Já fui, mas o que faz aqui? Eu não te entendo!" Ela disse se aproximando "Como saiu da casa sem me avisar? Como conseguiu chegar a tempo? Como conseguiu saber que algo iria acontecer?"

Kim levantou e segurou os ombros dela.

"Eu só senti que tinha que ajudar, Alice. Apesar da vida humana não ter preço, agimos sempre como se certas coisas superassem o valor da mesma".

Ela suspirou e, desajeitadamente jogou seu corpo contra o do garoto, o abraçando. Estava cansada de tentar entender.

"Obrigada, você foi um anjo"

♆♆♆

tadinho do minseok

❁ wings || kth ❁Onde histórias criam vida. Descubra agora