" 'Papai, quando voltas dessa tua viagem?', pergunta a pequena garotinha dos cabelos loiros e olhos azuis.
'O mais rápido possível, princesa. Prometo que a Condessa cuidará bem de ti.', diz o senhor grisalho, acariciando os cabelos soltos da filha, abraçando-a logo em seguida e dando-lhe um beijo estalado na testa. 'O que queres que eu traga dessa viagem?'.
'Quero o primeiro galho que o senhor encontrar no caminho, papai.'
'Mas, por que o primeiro galho?'
'Porque ele terá passado por todas os lugares que o senhor passou e, quando voltares e me entregares o galho, saberei que estás bem.'
'Como queira, filha. Preciso ir agora. Fique bem.'
'Papai, me prometa que vai voltar.'
'Mas é claro que sim! Não se preocupe.', a garotinha o olhou pela última vez com um olhar de ternura, sem saber, aquele tinha sido o 'adeus' que ela não gostaria que acontecesse; sem saber, ela havia se despedido de seu pai, o único familiar restante, já que sua mãe havia morrido logo após seu parto; sem saber, a partir daquele momento, sua vida mudaria."
- Tatá, estou tão farta dela. Não aguento mais. "Cinderela, Cinderela, lave a louça, arrume a casa, Cinderela, Cinderela, passe o pano, esfregue o chão" -, disse a garota. Estaria ela ficando louca? Afinal, falar com ratos não era considerado nada normal.
- Não se preocupe! Tenho certeza que logo tudo será melhor.
- Espero que estejas certo. Elas mandam em mim, são aprendizes de bruxas, sem a vassoura ou a magia.
- Cinderela. Cinderela! Venha cá, agora! -, diz a "bruxa mãe", a mulher com quem seu pai se casara antes de vir a falecer.
- Pegues as correspondências. Já sabes. Cartas importantes, entregue-me, de resto, quero cada
Então, lá ia ela caminhando sobre a grama recém-cortada por si mesma momentos atrás. Ao chegar na caixa de correio, Ella pegou todas as correspondências e voltou para casa checando as correspondências. A garota, depois de discriminar quase todas as cartas, chegou na última, que fora entregada num envelope diferente, parecia ouro.
— Dê-me isto! —, disse a madrasta. — "O Rei, o Príncipe, e toda a corte convida à todas as pessoas no reino para a grande festa, onde o Príncipe conhecerá sua nova noiva e anunciará o casamento" —, ela lê, empolgada por ter recebido a carta, como se ninguém mais tivesse recebido, como se ninguém mais comparecesse à festa.
— Faça seu trabalho bem e poderá ir a festa. Caso contrário, ficará em casa para dormir com os ratos!
Então, Cinderela, como era chamada pelas irmãs maldosas e pela madrasta, levantou-se cedo e fez todas suas tarefas pelo resto da semana, com esperanças de que poderia ir à festa.
Ella sentia vontade de sair, conhecer pessoas novas e visitar o castelo era um de seus sonhos. A maioria das garotas no reino era encantada pelo príncipe mas a pobre menina nunca o vira, o que a aborrecia, pois tinha a curiosidade de saber como era o tão desejado garoto.
Então, uma semana se passou e Ella voltou a perguntar para sua madrasta.
— Por favor, mãe, posso ir à festa do príncipe? —, suplicou a menina.
— Se tu conseguires arrumar a casa toda e achar-te um belo vestido de gala, podes ir ao baile. Caso contrário, esqueças deste baile.
— Começarei agora mesmo! —, a garota disse, com a mínima esperança de ir ao baile e começou a trabalhar.
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Once Upon a Time
FanficEm um mundo no passado, seria possível que nobres jovens se relacionassem com garotos famosos cujo sangue azul não corre nas veias? Seria possível que esse amor fosse recíproco? Se fosse, os pais apoiariam tal relacionamento? Sem a aprovação dos pai...